Sanidade
Há pouco mais de três anos rebentou o conflito armado na Ucrânia. A invasão da Rússia, as respostas de Zelensky, e tudo o que isso significou na ordem mundial, tornaram a mais recente guerra ativa no maior mote de notícias do planeta. Por essa altura decidi boicotar pessoalmente toda a catadupa informativa ligada ao episódio bélico. Que persiste e que mostra o pior dos homens. Com excepção de alguns episódios que me apanharam de surpresa, através de artigos ou reportagens, nunca fui atrás de nada, nem li uma linha propositadamente sobre a Guerra da Ucrânia. A minha sanidade agradeceu.
Uns tempos antes, escrevi nas minhas redes sociais - depois de ter feito uma crítica forte ao líder do recém criado partido Chega - que me ia abster de contribuir para o peditório mediático daquela força política, e do habilidoso artista e ex-comentador futebolístico que a protagoniza de forma muitas vezes boçal e desrespeitadora. Penso que tenho cumprido quase integralmente esse auto-desígnio. A minha sanidade prevaleceu.
Penso que em outubro passado, e já nem sei à conta de que sketch humorístico, achei por bem deixar de ver o programa dominical de Ricardo Araújo Pereira, um formato que, ao que me voltei a aperceber, passa a espécie-de-sátira-diária, quando em tempos de eleições. A verdade é que, passadas algumas semanas, passei a esquecer-me mesmo de que o programa era emitido. Até porque os comentários populares começaram a ser de desagrado muito vigente em relação ao dito folhetim. A minha sanidade reapareceu.