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PORTO DAS PIPAS

miguel sousa azevedo - terceira - açores

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miguel sousa azevedo - terceira - açores

Fazer as pazes com São João

26.06.21, MSA

Foto Cronica 135DI JUN21 - Fazer as pazes com São

Foto: Ricardo Laureano

 

Não é que a maldita pandemia nos privou novamente de ter festas na rua? Mas, ainda assim, Angra do Heroísmo teve atividade farta durante os últimos dias, e vários eventos, muitos deles com as limitações que se impõem, muito participados e a mostrar que as nossas gentes estão sedentas de voltar à normalidade.

É que a nossa normalidade é a festa. Por muito que alguém o tente diminuir, somos um povo festivo e que de tudo cria razões para convívio e partilha. Já o escrevi há dias, está-nos na massa do sangue.

E raro será o terceirense – sem querer limitar a distinção, que se espalha naturalmente pelas restantes ilhas -, que nunca fez parte de uma comissão de festas, de uma angariação de fundos, da direção da Sociedade ou de uma associação desportiva.

Ou, mais ainda, rara é a família desta terra que não tem alguém que toque música, ou que nunca saiu no Carnaval, ou que não se delicie, Terceira dentro, a ver cantorias, a correr salões, ou a passear pelos nossos arraiais, esperando o dia dos toiros, que fecham as festas, ao som dos foguetes da saudade.

É por esta forma de ser generalizada, que felizmente se vai perpetuando pelas gerações, que fazem ainda mais falta festejos com a dimensão das Sanjoaninas, no seu modelo tradicional e com milhares de pessoas pelas ruas da cidade património mundial açoriana. E que foi a primeira de Portugal a obter tal título.

Assim, há duas coisas essenciais em perspetiva, que se devem concretizar no nosso dia a dia. A primeira é inata, está instituída, e passa pela vontade – cívica e política – de fazer festa. A outra tem a ver com os cuidados de saúde pública, a adesão ao processo de vacinação e as decisões pessoais de fazer parte da desejada imunidade de grupo. Gritar de cima da parede e insultar quem decide faz tanta falta como dois pés esquerdos para dançar na Marcha.

Há ainda algumas horas para usufruir das festas a meio gás que, e também concordo, se realizaram para marcar presença, mesmo que reduzida, provando a vivacidade do certame. Logicamente que faltou toda a envolvência a que estamos habituados, mas, vá lá, sempre foi um cheirinho, embora a morcela e a linguiça se tenham comido maioritariamente em casa.

Com ânimo na recuperação social que todos desejam, embora muitos façam bem pouco para que ela possa surgir, fica o ensejo de que se unam forças em prol de todos nós. E que 2022 seja mesmo tempo de fazer as pazes com São João…

125 Fazer as pazes com São João - DI 26JUN21.jpg

 

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