O nome do Blogue
Aqui há dois dias um amigo - veterano jornalista da nossa praça, mas agora em outras funções - abeirou-me para "fazer uma proposta". Segundo ele, e em clara brincadeira que os amigos são mesmo para estas coisas, estaria na altura "de mudar o nome" a este porto das pipas, "que aquilo não anda um lugar assim muito afamado", referiu. Tive de lhe dar razão, não na proposta mas na observação, e aproveito para explicar as razões deste espaço - que fez seis anos no passado dia nove - ter o citado nome. A minha Anita veio pela primeira vez à Terceira no Verão de 1999, e um dos lugares a que achou piada foi precisamente ao Porto das Pipas, que de estrutura comercial já tinha pouco - ia-se arrastando, sublinhe-se... - mas mantinha uma certa magia de porta de entrada do Atlântico na pacatez da ilha. Umas semanas depois, e deparados com a necessidade de criar um novo endereço de email, ela foi peremptória...e porto das pipas passou também a ser a nossa senha para a comunicação virtual. Passados uns dois anos, decidi iniciar uma coluna - e, no início, era mesmo uma coluna... - de opinião no jornal onde ainda hoje escrevo: "a UNIÃO". O título escolhido "Do Porto das Pipas...", uma mescla do velho porto em que cumprimentamos o ano 2000 numa animada festa, juntamente com o Porto natal - para ela - e de acolhimento - para mim -, com a graça das pipas, as que chegavam à Terceira para abastecer a população e as que desciam o Douro nos rabelos vindos da Régua e arredores. Passados mais uns largos meses, e o meu amigo Miguel Bettencourt "ofereceu-me" este mesmo blogue, já prontinho e "a modos" de utilizar - não adivinhava, à altura, a verdadeira vocação que nele se iria despertar e que nos é comprovada diariamente com sensibilidade... -, pelo que restava preencher-lhe o cabeçalho. E, claro está, ficou Porto das Pipas...!
Na resposta pronta à piada justificada do meu caro amigo, aqui há dois dias e com a proposta de alterar o nome ao espaço, tive de concordar com a razão apresentada: "Pois é, estão a acanalhá-lo", disse-lhe, aludindo à destruição visual que a zona sofreu, sendo que - com excepção das noites barulhentas...onde às vezes até vou... - os dias têm movimento por aquelas bandas "quando está vento e as grades amarelas caem", acrescentei. "Um porto, seja qual for, tem de ter barcos e pessoas", rematou ele, e ficamos os dois entendidos. Numa última tirada ainda arrisquei que, a mudar para alguma coisa, seria "para a Baía das Águas", onde penso que daqui por 50 anos ainda ninguém terá feito nada...estando Angra do Heroísmo ainda virada para o seu interior e reclamando do desinteresse das suas gentes Aí já estarei velho - se estiver - e os blogues serão meros pormenores da história.