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PORTO DAS PIPAS

miguel sousa azevedo - terceira - açores

PORTO DAS PIPAS

miguel sousa azevedo - terceira - açores

Porque deve mudar Angra... (crónica)

09.10.09, MSA

A cidade virada para o mar e para o seu Monte Brasil...tal como não está!

 

Estamos a dois dias de se entregarem os destinos de Angra do Heroísmo nos próximos quatro anos. Noutras palavras, há eleições autárquicas este domingo, uma realidade que não tem interessado cerca de metade da população votante, pelo que o mote de qualquer repto deve ser motivar a ida às urnas, mesmo que tal não seja o intuito com que muitos debatem, ou rebatem, ideias e propostas.

A questão para os angrenses passa por terem ou não vontade de mudar a actual conjuntura autárquica, nomeadamente ao nível da presidência da câmara, afinal uma realidade que há menos de ano e meio sofreu um grave revés, com a novidade de um mandato ser interrompido em conversa com o presidente do governo regional, numa prova directa de que, no nosso concelho, se tem governado às vontades do partido do poder e de quem o lidera, daí que se tenha literalmente executado o candidato mais votado há quatro anos, para preparar terreno a quem, de facto, César e seus pares queriam ter candidatado à cidade património. Mas esses são factos passados e importa agora olhar em frente, sem contudo esquecer que quem dirige a edilidade também se candidata, sobrepondo actuações e tentando desligar-se de um mandato parcial onde, nem assim, o que se prometeu foi cumprido.
Prefiro abordar a temática pelo lado positivo, e focando a atenção em quem poderá efectivamente fazer cessar o marasmo de ideias, ou no conjunto de pessoas que, em nome das suas gentes e tendo como fito melhorar Angra, se apresta a acabar com a subjugação a tudo que é emanado pelos palácios de Santana ou da Conceição, afinal persiste (ainda) a dúvida sobre quem (na verdade) gere, e com que meios, os caminhos das dezanove freguesias em questão.
Afigura-se uma eleição disputada, se bem que tenha havido os habituais “fait-divers” ao longo da pré-campanha e da campanha em si, com uma diferença fulcral face ao que é hábito: um dos candidatos adiantou-se aos restantes, ouviu as forças vivas do concelho a seu tempo, abordou as pessoas pelo único objectivo a que se propôs, somente saber que problemas existem e se há mesmo uma vontade de mudança. As propostas alinhavaram-se, a meta de uma participação cívica real ficou mais próxima, a movimentação nas freguesias e associações foi-se fazendo em rodagem saudável, sem pressões, sem manobras e, principalmente, com os olhos postos em Angra e nos angrenses, não na subserviência partidária, nem no uso abusivo de perspectivas de futuro que agora não devem interferir nas escolhas. Esta é uma eleição particular, pelo que as pessoas estão primeiro e as siglas dos partidos apenas as suportam, mesmo se a razoabilidade da distinção nem sempre se faz. O certo é que o rumo a seguir pela cidade, na mescla urbana e na realidade rural que a ligou pelos séculos, precisa de outro olhar, necessita de abertura a quem não se verga à política que, sempre presente na nossa vida, ensina também a impureza e o desgaste, elementos presentes no concelho que hoje se observa. Condições mais que suficientes para se tentar quebrar com a rotina, com as mesmas caras, objectivando as decisões no que se tem feito e em quem o tem feito, mesmo se esta oração pode ser também alinhada num tempo contrário, sobre o que não se tem feito e sobre quem não o executou até então.
Da facilidade em alinhar ideias à inspiração de escrever sobre o sítio de que se gosta vai uma ténue distancia. Que aqui nem admiti pisar, afinal esta pequena crónica tem como intento alertar os angrenses para a importância do que vão decidir num breve instante. Que espero reflicta um pensamento ordeiro e uma vontade constante, pois dessa forma a nossa terra pode avançar em plenitude, com as graças que a natureza e a tradição lhe reservaram. Assim mesmo, sem figuras de estilo nem ataques, sem lugares comuns nem flores, sem maledicências ou intrigas. É hora de votar por Angra, e só juntos o poderemos fazer em mudança.

 

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