A Zona Verde.
Na passada quarta-feira (dia 20), e na exclusiva atitude de um cidadão atento e perocupado com o que se vai propondo para o seu concelho, estive na apresentação do projecto da futura zona verde que deverá ligar as zonas baixa e alta do centro de Angra do Heroísmo, isto fazendo gala das palavras na altura ditas pela actual edil que, aquando da sua tomada de posse, tinha de facto levantado a questão, da qual não mais se falou até ao já citado dia.
Antes de mais qualquer avanço, aproveito para esclarecer que este meu espaço é única e exclusivamente preenchido com o que bem apetecer ao seu autor - que sou eu!... - sendo que, em ano de eleições para a câmara da cidade onde vivo, naturalmente poderão vir à baila alguns assuntos relacionados com a pré-campanha em curso ou com a posterior campanha eleitoral para os paços do concelho. Também naturalmente, e uma vez que trabalho directamente com uma das candidaturas, terei informações mais fidedignas de uma das partes a concurso, o que não me impedirá de falar por mim e sobre o que, de facto, me interessar ou chamar à atenção. E isto porque a dita apresentação, surpreendente e motivo de convite público num dos jornais locais (por mero acaso sempre o mesmo...), teve tudo menos público...e números. Público porque, como habitualmente, a grande maioria dos angrenses se está a marimbar para o que se faz, propõe ou modifica na sua terra, apenas ligando aos anúncios de festas e, dentro destas, dando preferência às que oferecem qualquer coisinha que console o bucho. E números porque, fora a referência a 3 escadas rolantes e a 150 lugares de um estacionamento subterrâneo - ah, esquecia-me dos 15 mil metros quadrados de intervenção... -, não houve qualquer referência a prazos, a custos, a dados sobre expropriações, a frentes de obra, a quantas ideias recebidas (isto presumindo que foram pedidas a mais de uma entidade...sem qualquer desprimor para o gabinete de Coimbra que apresentou o presente estudo...), ao que será necessário em termos de amnutenção do(s) espaço(s), ou sequer a quantos serviços se destinará a futura estrutura, porque assim a considero, uma estrutura e não uma zona verde, dado que o seu ambiente será criado maioritariamente dentro do contexto da eventual obra. E sendo também que roçei o boquiaberto com a dimensão e a força pictórica da projecção a três dimensões, sem dúvida de aspecto impressionante e assegurando magnitude à iniciativa. Logicamente que não me insurjo contra a dita, mas admira-me que, na mesma cidade onde se continua a remendar a frente marítima - e que tem um plano de requalificação da sua baía que conta já doze anos e que parece muito longe do fim, ou mesmo impossibilitado de o atingir... -, onde se desvaloriza a zona verde por eleição, que é natural e se chama Monte Brasil, cujo sopé alberga um Relvão que está praticamente na mesma há décadas, onde agora - a jeito de calendário eleitoral - se começou a retocar pontualmente zonas públicas com intervenções meramente cosméticas, e que de todo não preza a sua classificação de património da humanidade porque, pura e simplesmente, as pessoas continuam sem entender que a mesma não se deveu a calçadas, fachadas ou monumentos, se dê agora prioridade a um projecto que vira o burgo para dentro de si, que volta a não aproveitar valências já existentes, e que seguramente custará milhões de euros sem garantia de um efectivo retorno qualificativo ou sequer urbanístico e de circulação. E penso que, sobre isso, nem terei muito mais a acrescentar. Exceptuando o facto de correr por aí o rumor de que os proprietários dos terrenos onde se desenrolará esta obra terem sido avisados sobre ela na passada semana, ou mesmo de algum ainda nem saber do que se trata...mas isso serão meros pormenores.