Livros.
Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor
O nível de iliteracia em Portugal é dos mais altos da União Europeia.
Milhares de portugueses não sabem ler e outros tantos nunca leram um livro.
Na comemoração de mais um dia-mundial-de-qualquer-coisa, neste caso do Livro e do Direito de Autor (que, concorde-se, é uma designação um tanto feiosa...), não me admira o que se vai escrever e dizer sobre a iliteracia da pátria lusa, esperando eu que não vá uma equipa de reportagem televisiva para a rua a perguntar o que quer dizer tal palavra. Eu, e pecador me confesso, estou a meio de dois livros e tenho umas dezenas por ler (estou a falar de posse própria, fruto de ofertas ou de alguma compra avulsa no milionário universo das livrarias e grandes superfícies...), isto já vai para mais de dois meses! Como tal apenas posso justificar a minha fraca capacidade de consumir livros com três razões aparentes (e agrupadas):
a) Tempo/Espaço (falta de...)- É impossível ler um livro com os horários a pulular pelas ideias. Assim como se torna difícil fazê-lo quando nos falta o sítio identificado em casa para ler. E não gosto de ler em esplanadas ou cafés, apenas na praia. Mas hoje até chove...
b) Comunicação Social/Internet- Sou um leitor compulsivo (há uns anos escrevi que nem os panfletos do hipermercado escapavam, e é verdade...), pelo que, dada a grande quantidade de jornais, revistas e diferentes publicações (em papel e virtuais) que se podem consultar nos dias de hoje (todos eles mundiais-ou-internacionais- de-qualquer-coisa...) é fácil perceber que não "dá" para tudo...
c) Motivação/Vontade- Ler é um acto, na minha óptica, enriquecedor mas altamente solitário, e para o qual penso ter de existir uma pré-disposição forte. Não falo sequer de adquirir hábitos de leitura, pois esses são como o chá (ou toma-se em pequeno ou vai-se tentando aprender a gostar com a idade...), mas da própria concordância dos sentidos e do coração face ao movimento comum de ler. Ou seja, sem uma maioria qualificada (falo de mais de dois terços de corpo e alma...) não vale sequer a pena gastar o tacto com o folhear do melhor romance ou conjunto de crónicas que estiver à mão...