Música solidária.
Ontem foi uma boa oportunidade para passar um serão diferente em Angra. Pelas mãos da Cáritas local, realizou-se um espectáculo de solidariedade no Centro Cultural e de Congressos, evento cujo cartaz de artistas e ambiente proporcionou momentos bem passados. Se me permitem até a comparação, o local parecia até de uma outra ilha mais a Oriente, onde este tipo de acontecimentos são bem mais usuais, sendo deles adepta a massa da sociedade informada e de bom gosto. Pode ser que pegue...
As actuações tiveram início pelas 21h30, começando a gala com dois interessantes diálogos das "Bodas de Fígaro", a cargo das sopranos Luísa Alcobia e Cristina Meireles, com Olga Lysa ao piano. Um registo a que, confesso, estou pouco habituado, mas que apreciei muito a sério. Foi talvez o ponto que mais me tocou do espectáculo. De seguida lugar para a actuação da Orquestra de Sopros da nova Escola Tomás de Borba, uma formação coesa e com andamentos seguros a demonstrar trabalho. No entretanto foram congratuladas as firmas que colaboraram com as iniciativas da Cáritas na Terceira, sendo depois agraciados os alunos que terminaram a sua formação, fruto desse mesmo empenho, tendo sido distinguido por mérito social o Prof. Juvenal Castro, conhecido criativo e empenhado docente. Na mira dos presentes esteve depois, de novo, Luísa Alcobia, desta feita acompanhada por Oleg Gunko (clarinete), e novamente Olga Lysa (piano). A sequência musical levou-nos depois ao espectro regional e tradicional, através do agrupamento "Charamba", onde primam Júlio Silva (violoncelo), Vitor Lima (violão), José João Silva (viola de arco), Francisco Rocha (melódica) e Lázaro Silva (viola da terra). Um conjunto de bons músicos onde as nossas sonoridades são tratadas a preceito. Após o intervalo, e também depois das palavras da Engª. Anabela Borba, líder regional da Cáritas, foi a vez de ouvir com gosto mais uma actuação da Orquestra "Angra Jazz", sob a batuta do maestro Klaus Nymark, sem dúvida o exponte local daquele género musical. As peças foram sendo levadas a bom ritmo e cativando os presentes, assim com esquecidas foram algumas das deficiências de som que prejudicaram actuações anteriores.
Bom grado a amplitude da sala do CCAH, continuo a preferir ouvir música no Teatro Angrense. Não sei, mas talvez por ser menos frio e, sem dúvida, mais sumptuoso. Quanto ao evento em si, parabéns a quem para ele trabalhou e que se repitam iniciativas semelhantes. Foi uma boa noite de sexta-feira.
PS-Também num registo diferente, confesso que acho graça a esta crónica "social". Escreve-se bem...