Um Grande-Prémio como na nossa infância...
Foto: RL Photo.
Amanhã o programa desportivo das “Sanjoaninas’2007” põe na estrada uma corrida sempre apetecida por miúdos e graúdos. A partir das onze da manhã, e enquanto a cidade “acorda” da longa noite de São João e se prepara a preceito a Espera de Gado, será tempo de mais de duas dezenas de carrinhos de rolamentos descerem a Canada Nova de Santa Luzia em direcção ao Alto das Covas. Em resumo, será a hora de “voarem” baixinho os carrinhos de Ladeira!
Desporto radical ou não, o facto é que os rudimentares (alguns…) bólides têm feito a delícia de quem se abeira da estrada para os ver passar e, sobretudo, para os corajosos pilotos que se aventuram ladeira abaixo sobre as tábuas cortadas à medida. A coisa até nem tem muita ciência e muitos de nós (que não eu…) devem recordar a feitura de um carro de Ladeira, mais ou menos da mesma forma que no tempo dos nossos pais ou mesmo dos nossos avós. Partindo de uma tábua (ou mais que uma) a formar uma plataforma onde se prendem os dois eixos, manda a “regra” que com a frente em cunha (talvez já aqui as questões aerodinâmicas em acção…), recebe então cada um desses eixos um rolamento bem preso na extremidade. Na sequência rudimentar o eixo da frente é fixo com um parafuso a meio que permita dar direcção à viatura. Direcção essa invariavelmente comandada por uma corda resistente. Depois é dar asas à imaginação, quer seja em cadeiras mais ou menos confortáveis, inovadores sistemas de travagem, retrovisores, buzinas ou outros adereços que tais…! E, importante pormenor, tudo bem leve e resistente, não vá o diabo tecê-las…
O programa deste “Grande-Prémio” prevê a divisão dos concorrentes por idades. É que não se pense que estas coisas se ficam por meia dúzia de miúdos, nada disso! Há uma adesão crescente a estas provas, sendo que as grelhas de partida se têm revelado muito ecléticas, não só ao nível da preparação e pretensões, como também nas diferenças etárias desses concorrentes. E este ano a tendência não se vai inverter, ainda mais com a certeza de que o Alto das Covas já vai apresentar uma crescente moldura humana, talvez surpreendida por, antes dos toiros à solta, ver uns “maduros” e outros mais novos rua abaixo de fato, capacete e joelheiras! Em pista aguarda-se, para além da expectativa do Tomás, do António ou do Pedro – isto entre os ainda petizes…- o que farão homens vindos do Karting, casos de José Maria Nunes ou Duarte Matos, que tipo de foguetes poderá apresentar o Augusto “Bola”, ou mesmo se a bacquet ex-Gustavo Louro se vai aguentar no carro de um homem do Dakar, no caso Nuno Rosado. Os ingredientes são fáceis de juntar e a habilidade, garanto-vos, é a chave do sucesso para os lados da Canada Nova.
O percurso não é do tipo técnico, embora se possa considerar que a curva do Centro Cultural seja em tudo idêntica a Saint-Dévote, no Mónaco. Ou seja, está “prontinha” à espera de um deslize dos pilotos que lá chegarem rápido demais. Mas isso é só na teoria, porque a prática…bem, levantem-se cedo (ou deitem-se mais tarde…) amanhã, e logo se verá!