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A cada aniversário da Revolução dos Cravos - e para lá de toda a estética e criatividade artísticas a ela ligadas, que acho muito bem conseguidas -, manda-me a experiência da vida perguntar se é esta a Liberdade pela qual lutaram tantos portugueses? Quase meio século depois das conquistas de Abril, acho que decididamente Portugal é muito mais libertino do que livre. Muito mais estratificado do que unido. E naturalmente mais contrastante que uma paleta cinzenta do Estado Novo, mas na ótica da indecência social. Não é um queixume, mas apenas um assomo de realidade. Amanhã já passa. Em maio, está esquecido...