![Foto Cronica 193DI MAI25 - TAC. 50 anos de um club]()
Quando eu era pequenino, os encontros mais importantes em que me lembro de estar eram as reuniões do Terceira Automóvel Clube (TAC). O grupo de amigos do meu Pai juntava-se, em casa uns dos outros e com a casa às costas, para organizar ralis e perícias. Todos eles teriam menos uns 20 anos do que tenho hoje, mas todos foram (d)as pessoas grandes que me fizeram crescer.
Acresce dizer que aquelas iniciativas que criavam, e em que tentavam sempre inovar, me pareciam de enorme complexidade, afinal tratava-se de delinear condições para pôr carros a andar em alta velocidade. O que, pela visão de um petiz curioso, me interessava imenso.
Pelo meio produziam um outro conteúdo fantástico, que eram festas de Carnaval e de Passagem de Ano, várias vezes realizadas na hoje abandonada Estalagem da Serreta. Posso dizer, com autoridade, que os mais novos que por lá faziam que ajudavam, só não andaram no elevador da comida, pois conhecíamos o edifício a palmo. E até ficávamos lá a dormir, porque as festas iam quase até de manhã.
Além disso, o contacto direto com as multidões que já então seguiam os ralis desta Terceira aficionada, fez-me conhecer um monte de pessoas, quase todas ligadas aos carros, no fundo hoje grande parte de um lote de amigos com uma paixão comum. Mais os seus filhos…e agora os netos. Não é conversa de velho, é o confirmar de uma história feliz.
Claro que nem tudo foram rosas nas andanças do TAC, que tiveram os seus dissabores, alguns que até presenciei de forma mais isolada, pois durante muito tempo era a única criança que ia regularmente às Assembleias-Gerais, onde votava orgulhosamente. E onde uma vez até fiz uma pergunta, pois havia uma gralha qualquer numa lista de atividades.
O certo é que a vida foi correndo, o desporto automóvel evoluiu imenso, e o TAC cresceu e consolidou-se, não havendo quem no país motorizado desconheça o emblema das três letras com palmas em volta, numa ilha onde se faz uma Super-Especial à beira-mar, onde os acontecimentos são alegria, e onde se descobrem e ligam canadas com múltiplas funções de lazer e emoção.
Estaria parágrafos consecutivos a escrever sobre o TAC e as suas gentes, ainda mais porque nos últimos meses conheci muito mais informação sobre o clube, por via do material que se juntou à conta do seu meio século. Que também é o meu…
Aquilo que foi o sonho de um grupo de jovens angrenses, que durante vários anos batalhou no sentido de o levar em frente, retumbou numa coletividade que orgulha quem dela faz parte, assim como as paragens onde a mesma habita. O TAC tem merecido diversos reconhecimentos e elogios, e nem todos porque são de constar no protocolo. E isso começa a ser raro nos dias que correm.
Mas ficam essencialmente palavras de prazer, porque revelam o gosto grande que é agora também gerir esse legado. Um prazer que tanta gente que conheço já teve, nestes e noutros campos, e que tem muito a ver com a nossa vocação de dar. Dar de nós, dar aos outros, construir, com entrega e em prol das nossas causas. O TAC é uma delas. E cumpriram-se 50 anos de um clube com (essa) gente dentro…
![182 TAC 50 anos de um clube com gente dentro - DI]()