![Foto Cronica 187DI JAN26 - Pela Comunicação Soci]()
A Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores aprovou, na passada semana, um novo sistema de incentivos financeiros à Comunicação Social privada no arquipélago. Este é um facto e a discussão em plenário deixou patentes as vontades e questões das várias bancadas.
Durante o debate, e inadvertidamente, um dos partidos da oposição advogou que a iniciativa pretende "comprar" os jornalistas. Descuidadamente, outro dos partidos da oposição citou apenas o Sindicato do Jornalistas, e não as empresas ou associações que possuem títulos de comunicação social, e que reuniram com o Governo e com quem as quis ouvir.
Ainda outro partido da oposição defendeu a existência de jornalismo livre nos Açores. Tenho de concordar que a precariedade não ajuda a desenvolver qualquer atividade. Nem bem, nem mal. Sendo que, no caso do jornalismo, o escrutínio e as exigências são tantas, que teríamos certamente uma sociedade fabulosa se isso fosse extensível a outras áreas. Mas não é.
A proposta analisada terá virtudes e defeitos, sendo que, na minha modesta ótica - que é a de alguém ligado a estas lides há muito tempo, e que conhece bem por dentro um caso de possível encerramento -, há-que fazer prevalecer a destrinça de quem produz e cria face a quem apenas copia e debita. Mas isso sou eu, a pensar…
A triste realidade é que metade dos órgãos de comunicação social das nossas ilhas reúne todas as condições para fechar as portas. O que se afigura como uma tristeza, mesmo se por estas bandas estamos a ficar especialistas no choro sobre leite derramado. Fomentando depois nacos de pura nostalgia, porque antes é que era bom.
Atente-se ainda que discordo de forma clara de quem acha que não há liberdade de imprensa na Região. Mas, como em tudo na vida, há gente séria, há gente tola e há gente que se faz de tola. Sendo que, também no jornalismo, a maior ou menor qualidade dos profissionais será sempre a diferença na bitola da avaliação. Ou deveria ser.
Acontece que as rádios e os jornais não fazem pão, não arranjam carros, não atendem pessoas nem servem refeições, produzem sim informação, que cada um utilizará conforme pode ou consegue. Há é que acautelar as condições e a seriedade com que fornecem tal bem aos cidadãos que, no caso, não sustentam totalmente a Comunicação Social privada nos Açores.
Podem é tentar colmatar as suas vicissitudes, de forma clara e transparente, tendo sempre a verdade como resposta. Nunca a subserviência.
![176 Pela Comunicação Social privada açoriana -]()