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PORTO DAS PIPAS

miguel sousa azevedo - terceira - açores

PORTO DAS PIPAS

miguel sousa azevedo - terceira - açores

André Villas-Boas Presidente

29.04.24, MSA

Andre Villas Boas.jpg

Dois dias depois, sucedem-se as mais diversas reações à vitória de André Villas-Boas no Futebol Clube do Porto. Para lá da necessária lufada de ar fresco, e ainda mais por ter sido retumbante, considero-a um triunfo bom para o país. O desportivo e o outro. Agora é só esperar que o tempo concorde comigo.

O Avô Fernando com Mário Soares

29.04.24, MSA

Avô MSoares 3.jpg

O nosso Avô Fernando com Mário Soares, aquando da primeira visita aos Açores do fundador do PS, a seguir ao 25 de Abril. Pormenores de duas das imagens patentes numa exposição sobre a história do PS-Terceira, inaugurada no passado sábado, e que ele nunca exibiu. Não conheço bem os motivos que levaram o nosso Avô a afastar-se da política ativa, mas tenho a certeza de que os seus firmes ideais falaram sempre mais alto. E reconheço ter dele herdado essa pequena teimosia...

Fundadores PS-Terceira

28.04.24, MSA

Fundadores PS Terceira.jpg

Galeria descerrada ontem, na sede do PS-Terceira, com os sete fundadores locais do partido, após a Revolução, com o nosso Avô Fernando - o segundo, na fila de cima - a orgulhar-nos pela sua ação em prol da democracia e da liberdade. Que saudades da sua firmeza.

Dia Mundial da Dança (Transmissão Azor+)

26.04.24, MSA

Cartaz Dia Mundial Dança.jpg

Para quem não esteve quarta-feira no Pavilhão Municipal de Angra do Heroísmo, aqui fica a transmissão da "Azor+" do Dia Mundial da Dança, evento da ADDRA, que tive novamente o gosto de apresentar. Foram cerca de 340 atletas, em 24 apresentações, a dançar em plena liberdade, terminando o espetáculo já no dia 25 de Abril.
 
Para verem AQUI

 

Abril

25.04.24, MSA

cravo.jpg

Que nunca nos doa a voz
Que não tenha tempo ou idade
E que os gritos não fiquem sós
Gritem sempre, Liberdade

Preocupação de Abril

24.04.24, MSA

Foto Cronica 182DI ABR24 - Preocupação de Abril.

Cá por casa nunca se falou muito de política. Foi mais um dos temas que fui descobrindo sozinho. Embora fosse petiz de perguntar, as grandes questões foram sempre mote para matar a curiosidade e fazer juízos próprios. E até vendo bem as coisas, na política só devia ser assim, e não ao jeito de herança clubística ou do vento que corre de feição.

Mas puxando pela memória, o meu Avô Fernando – que foi um dos primeiros responsáveis locais do Partido Socialista, após a Revolução dos Cravos -, contava-me algumas coisas “do tempo do Salazar”, da mesma forma que me contava dos jogos do Porto no Campo da Constituição, me ensinava a ler, a escrever e a desenhar com traço firme, mas dando largas à imaginação, enquanto descobria os países do mundo num globo que era um candeeiro.

E a verdade é que tenho pena da fase da vida em que isso aconteceu, porque era muito pequeno para entender a extensão dos episódios avulsos que me passou. E quando já teria estofo para entender ao que vinham, foi a saúde dele a sanear a vontade da partilha, fechando-o muitas vezes num silêncio que se calhar tinha beleza própria.

Nos anos 80, ninguém na Escola Primária ou no Ciclo ficava a perceber patavina do que tinha sido Abril. Pelo menos é essa ideia que guardo. Mas também me lembro de, na segunda eleição de Ramalho Eanes – de quem o Avô dizia que era um tipo cheio de coragem -, eu ter escrito uma carta de felicitações, com a bandeira de Portugal desenhada no envelope e endereçada ao Palácio de Belém. Se fosse hoje, teria ganho uma visita guiada por Marcelo. Num já bem morno pós-revolução, nem resposta tive.

E sei que ele se desgostou com Mário Soares, sem ter chegado à razão que a isso levou, nunca exibindo as fotografias tiradas junto do futuro Chefe de Estado, em quem não votou para Presidente. “Hoje votei Pintassilgo”, disse-me na primeira volta. E nunca revelou o que fizera no boletim, mantendo o seu voto secreto, na contenda Freitas/Soares. Enquanto eu lhe cantarolava o “Para a frente, Portugal”, que era a música mais gira da campanha…

Vagueando no tempo, confirma-se a sensação de que, mesmo nessa altura, e à semelhança do que aconteceu no período quente dos cravos e da Liberdade, as coisas demoravam muito mais tempo a chegar a estas ilhas. E as pessoas, desconhecendo o facto, não se podiam importar com ele. Assusta-me é que hoje, com a informação na ponta da unha, continuem a assobiar para o lado em relação a tanta coisa essencial, a tanta decisão que nos afeta, a tanto mundo que nos ignora.

No fundo, há uma franja grande da sociedade que se abraçou à data que esta semana comemora 50 anos, mas que enviesou completamente os princípios que puseram militares e civis a remar contra a opressão, em nome da justiça e pelo povo. Num tema que é tão extenso, que nem me atreveria a focá-lo em muito mais que isto.

Mesmo porque, não tendo vivido o Estado Novo, naturalmente que corroboro e enalteço (d)os valores de Abril. Mas se há coisa que me faz espécie é esta tendência crescente de confundir(em) liberdade com libertinagem, num aproveitamento inquietante do trabalho e da luta de milhares de portugueses. Infelizmente associado a uma nova boçalidade, que grassa assustadoramente pela lusa pátria. Essa será, então, a minha preocupação de Abril…

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