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Todas as tristes "correções" que a dita nova normalidade dos humores e das escolhas parecem querer impôr à Humanidade são tristes. Bruno Nogueira realçou-o na última edição da "Sábado". E acho que, basicamente, escreveu tudo. Ou quase.
Arrancou no Bahrain - essa nação de intensas tradições automobilistícas - mais um Mundial de Formula 1. Há muitos anos essa seria razão de almoço rápido para poder ver, em direto, as lutas intensas entre os maiores do momento, verdadeiros super-homens, dentro de carros com potência extrema, motores ruidosos e emoções à flor da pele. Não é nostalgia, é verdade. A F1 "no braço" acabou há tempo demais, a alta tecnologia, o streaming, os pneus às cores, as regras anti-natura e as intrigas gerais tomaram conta do Grande Circo, assim como se esbateu a aura guerreira dos seus heróis. Não será pior, nem melhor, agora. Mas não me prende a atenção nem me faz vibrar. Numa cena sem Senna, que tentarei acompanhar dentro desse registo. Até porque vou almoçar nas calmas, e depois "rebobino". Boas corridas
Ter, semanalmente, algum assunto a tratar para partilha pública nas páginas de um jornal, é um desafio e tanto. Acreditem que percebo do assunto, pois há cerca de 20 anos que o tento fazer. A coisa flui nas quatro semaninhas de janeiro, escorrega em fevereiro pelo Entrudo, e perde-se pelo ano fora…
Tudo porque as motivações divergem de articulista para articulista, sendo que também já passei a fase de querer mudar o mundo, ou ainda menos de criticar porque sim, como se isso fosse melhorar a vida de alguém, nos minutinhos que me dedicarem…ou que dedicarem a ler o texto produzido.
Menos ainda fiz fretes ou escrevi a pedido, exceto uma ou outra ocasião, em que achei que se justificava não ser eu o autor da ideia a difundir. Enfim, já lá vão dois parágrafos e meio e adianto que o título de hoje corresponde ao meu nível de imaginação para escrever: uma caixa vazia, nem uma ideia para explanar.
Quarto parágrafo e surge a dúvida sobre a sustentabilidade deste texto, escrito sem suporte temático, sem ainda ter emitido uma opinião, um elogio ou uma queixa. Mesmo se me queixo dessa falta de ideias. E mesmo se já terei feito alguém sorrir…ou seja, já não se perdeu tudo.
Rapidamente a imagem de uma caixa sem nada lá dentro me fez recordar a recente mudança de casa, que demorei meses a fio a efetivar. Tudo porque possuo imensas caixas, mas todas elas a abarrotar de coisas com muita utilidade, coisas com alguma utilidade e ainda coisas perfeitamente inúteis e dispensáveis.
Mas falar disso quase podia indicar que esse era o mote desta crónica, e se há assunto que não tenho vontade de debater é a falta de capacidade que muitos temos em fazer a triagem dos objetos que escrevem a nossa história de vida. E até porque isso seria uma imensa chatice.
Vai daí, e chegados ao sétimo parágrafo, começa a aproximar-se a conclusão do texto. Curiosamente sem ter grandes hipóteses de sucesso, afinal se não há assunto, como é que se pode concluir (sobre) o mesmo? Para lá vamos…
Escrevo enquanto ouço as notícias da hora de almoço, o que me poderia influenciar, visando escrever sobre a atualidade. Mas não. Nem hoje nem nos dias envolventes me tem apetecido tratar a política, as governações, os ataques e as defesas. E mesmo porque esses seriam temas demais. E nenhuma crónica merece tal tratamento.
Pelo que acho que a melhor opção é mesmo terminar a função. No mínimo, ensaiar a saída de forma elegante, sem desmerecer as crónicas anteriores, essas sim cheias de significado e prosa abundante. Também pudera, até tinham sobre o que falar! Pois esta nem por isso, e por aqui se fica. Desculpem o mau jeito, mas desta vez foi mesmo teclar por teclar. Valeu pela diversão…