Parabéns, Miguel!
Pois é, meu amigo. Isto hoje não falha nada. É mais um no pêlo
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Pois é, meu amigo. Isto hoje não falha nada. É mais um no pêlo
O interregno carnavalesco causado pela pandemia provocou saudades e apreensão, também para os nossos lados, afinal era uma incógnita a reação popular a uma paragem tão grande, aos (ainda) receios de ajuntamentos ou até à vontade de fazer coisas e realizar sonhos.
Deram com os burros na água os profetas da desgraça – ou, pronto, de um menor sucesso – para o Entrudo desta Terceira de Jesus, que realmente se voltou a transformar num imenso palco, onde danças e bailinhos dividiram horas com outras festas. Até a Tourada dos Estudantes teve novamente uma casa condigna, para apreciar os folguedos dos mais novos.
Aliás, o “meu” Carnaval começou bem antes disso, pois na sexta-feira à noite fomos 70 “Taroleiros” a “abrir” a contenda, desfilando Rua da Sé abaixo, depois de um barulhento e saboroso jantar, a confirmar que se passaram 20 anos de uma já-tradição, que não vai parar, pois marca também a vontade foliona de um grupo de amigos, que recordam a passagem da juventude, acolhendo com prazer elementos de outras idades.
Já na tarde do Domingo Gordo, atacou-me um misto de sensações, entre a nostalgia de lembrar os velhos tempos da Tourada dos Estudantes e o sorriso de ver que, nas novas gerações, ainda há quem acarinhe e leve em frente aquela rechonchuda tradição do Entrudo angrense. Mesmo com menos participantes, mesmo sem as três sortes da parte séria, mas com uma vivacidade genuína, coisa que vejo faltar a tantos jovens de agora. Ainda mais, criada pelas próprias mãos, trabalho e graça daqueles jovens. E com o complemento de prosseguirem a história desta terra. Não abrandem, que estão a orgulhar muita gente.
E que maravilha foi este ano voltar a levar o calor do nosso Carnaval aos ouvintes do Rádio Clube de Angra. Mostrando um berço de enormes artistas, de gente que tudo dá para nos estampar um sorriso no rosto. Estivemos quatro tardes e noites na Sociedade Filarmónica Rainha Santa Isabel das Doze Ribeiras, onde o acolhimento gentil e a amizade se juntaram a apresentações de excelência, de tanto deste povo que se pinta, canta, muda e reformula nos dias que antecedem a Quaresma. Música fantástica, assuntos acutilantes e a felicidade pelo regresso estavam no olhar de cada um. E, claro, os tais sorrisos, muitos sorrisos…
Já pela madrugada de terça-feira dentro, e durante os dias seguintes, estive a "atualizar-me" face a algumas danças e bailinhos que não apanhei nos salões. Revendo as suas atuações nas diversas plataformas. E acho incrível que alguém ouse atacar a generosidade imensa de quem nos faz gostar ainda mais da quadra do Rei Momo, pela partilha das suas graças, dedicação e arte.
Cito apenas uma frase retida do bailinho dos rapazes de Santa Bárbara, pela pena talentosa do Patrício Vieira: "Se a Terceira fosse uma planta, o Carnaval seria a flor". E como foi bom o Carnaval. Até pró ano!
A capa da "Sábado" desta semana destaca uma interessante peça sobre a vida atual de Pedro Passos Coelho. Um homem a quem muitos apontam o dedo e a quem também, acredito, Portugal dará novamente razão, um dia destes...
Desde fevereiro de 2020 que não vivemos o Carnaval nesta alegre Terceira. Até parece mentira o facto de termos aguentado tanto tempo, aturando a maldita pandemia, sofrendo ao longe pela guerra e agora torneando em piada os males da inflação.
Escrever sobre a forma diversificada como as nossas gentes passam estes dias é, em si, uma folia pegada, até porque a memória nos ataca com episódios sem fim que, muitas vezes, relatam os melhores momentos da vida.
E depois há a graça acrescida de todos participarem. No caso das Danças e Bailinhos, a tratar dos salões e dos bares, a fazer roupas, a escrever assuntos, a alinhar pautas e canções, a tocar, a representar, assim como a rir e a aplaudir. Nos bailes trapalhões, a enfeitar salas, a escolher músicas, a preparar petiscos, a inventar fantasias e a pular os sons de Vera Cruz até ao amanhecer.
Há de tudo e, felizmente, tive sempre o gosto de conseguir conjugar as várias vertentes desta quadra do Rei Momo na nossa ilha redonda de sorrisos. Um pequeno acorde é capaz de despertar emoções para quem aguarda a subida ao palco dos heróis do teatro popular. Se o foguete confirma a entrada, o resto já sabemos que é de enlevo.
Porque também existe o carinho do passar de gerações, que tão bem se vai vendo no Carnaval Sénior, um exemplo de ação intergeracional, demonstrativa de como nestes ares há também família e aprendizagem pura, sem idades.
Mas no outro Carnaval, o dos bailes e assaltos, cada vez mais procurados, dá-se o engraçado fenómeno de rever pessoas que são mesmo destas andanças, que têm gosto em surpreender os amigos com os seus trajes e pinturas.
Num e noutro ambiente, aliás como nos restantes dias do ano, há também os chocos. Que nos salões só criticam e nunca acham piada a nada – daqueles que nem para comer e beber prestam, diz-se… -, quase estragando a festa aos restantes. Nas pistas de dança, garagens e salões, os chocos não se fantasiam, quase não acompanham a música, e levam o relógio no pulso, para o qual vão olhando, como se a alegria fosse para cronometrar.
Muito mais giras são as pessoas que nos surpreendem num ambiente de Carnaval, porque afinal até têm bom ritmo e gostam de rir, coisa que nos outros meses ocultaram. Ou então foi algum licor ou cerveja alheia que lhes saiu na lotaria. Para nosso bem.
O Carnaval é, por excelência, uma festa em que as pessoas – pelo menos assim deviam – se afastam de preconceitos e aborrecimentos. Na minha terra, a grande maioria dos cidadãos age assim, cada qual no seu papel e ocupação.
Até porque o assunto é mesmo diversão. E quem dela não gosta, é mesmo melhor ir dar uma voltinha para longe da nossa felicidade. Bem-vindo, Carnaval. Tínhamos a alma saudosa…
Mesmo se não é hoje o teu Dia de comemorar estas coisas, suporto-me do São Valentim para o marcar. É que nem somos namorados, somos muito mais que isso. E Amor é apenas umas das palavras que ligo à pessoa que me ilumina, stressa e faz sorrir sem barreiras. Como a vida é muito melhor contigo, Fátima Lenir
No Dia Mundial da Rádio - atividade e paixão com que tenho andado meio às avessas -, reforço - e recordo sempre - a magia possivel que é fazer das palavras e das emoções, imagens dedicadas ao desconhecido dos ouvintes. Continua a ser a transformação real mais presente que conheço. E tenho, daqui a dias, bailinhos de Carnaval nas Doze Ribeiras para me regalar novamente com essa deliciosa função. Ainda e sempre no nosso velhinho RCA, por mor de lhe aliviarmos o reumatismo durante algumas horas alegres...
Perdi a conta de quantas vezes já escrevi sobre a Tourada dos Estudantes. Uma delas num trabalho universitário para a disciplina de Antropologia, que teve a nota prejudicada porque não soube estancar a minha ligação ao objeto do mesmo. Pudera, foi uma década de vida intimamente ligada àquele que, em tantas fases de tantas juventudes, significou um ponto alto.
E que este ano voltará a sê-lo, assim se espera, com a aguardada volta do Carnaval, e talvez uma nova abertura dos nossos mais moços para um evento que, para lá da tradição quase centenária que encerra, é a grande porta para o mundo da tauromaquia. Mesmo se a sua parte séria – forcados à parte - se vai comprometendo pela falta de novos valores.
Desde logo há que realçar, pelo menos nas últimas três décadas – que são as que conheço bem – o papel dos juvenis da Tertúlia como base fundamental para que a Tourada dos Estudantes se tenha mantido. Não apenas pela ligação às diversas comissões, mas igualmente pelo prevalecer do tom de festival taurino que vão dando à coisa. Ainda bem que assim é.
A mistura de sambas antigos e pasodobles inunda a memória de centenas de antigos estudantes desta nossa Ilha Terceira quando se fala em Tourada dos Estudantes. Mesmo se haverá muitos que apenas coram pela monumental bebedeira de um dia que querem esquecer. É residual essa quota. E a vida ensinou-me a perceber isso em pequenos sinais, que se mostram na preocupação dos agora pais que tudo fazem para ajudar a descendência a manter aquela folia de tantos anos
Por estes dias, e ao apreciar velhas fotos das Touradas dos anos 60, fui interiorizando que a velha tradição não mudou quase nada. O que mudaram foram os tempos e a sociedade, em geral. O Cortejo do Domingo Gordo – pançudo, barrigudo, etc… - apenas se limou – lima, de ferramenta, nada de cera e água por aqui… - às liberdades, criatividade e disponibilidade dos estudantes locais.
O resto serão nostalgias. E é nisso que a Tourada dos Estudantes é imbatível, precisamente porque sempre juntou a crítica social mordaz, a festa aberta do Carnaval e a motivação taurina, expoente das emoções, com marcas no corpo e no coração, como é timbre destas gentes de Brianda…heroína que os tempos até tornaram em marca de cerveja.
Por isso, fica aqui o apelo de sempre para que se juntem ao que é a face atual da Tourada dos Estudantes. Que não é igual à das recordações de cada um. Nem podia ser. É a de hoje e importa preservá-la e acarinhar os que ainda levam adiante o que vai escrevendo a história desta nossa pedrinha lilás no mar. Quem é, quem é, quem é que está aqui…!
PS – Este regresso do Entrudo ficou tristemente marcado pela partida do Pedro Ivo. Quando eu era miúdo, o Pedro trabalhava ao lado do meu Pai. Ou seja, cresci a conviver com o seu humor e amizade. Só depois de miúdo me apercebi da nossa paixão comum pela Tourada dos Estudantes, onde ele foi um nome de referência, pela imaginação, pela graça e pela longa colaboração com aquela tradição tão nossa. O Pedro tinha a capacidade de ver as novidades com bons olhos. Foi isso mesmo que me disse, numa entrevista em que, estando o evento em risco, estabeleceu um paralelo risonho com os tempos passados. Aliás, ele era presença constante dos cortejos e da praça. Ainda mais quando passou a retratar as tradições e eventos da Terceira com a sua máquina fotográfica. No coração, fica-nos o retrato de alguém grande no tamanho e na alma. Que deixa saudade e cativou gerações…
Um abraço, Grande Pedro Ivo.
Um dos cenários provocados pelo enorme Sismo que ocorreu na Turquia e na Síria. Assemelha-se a um teatro de guerra, como os que insistem em surgir entre a Rússia e a Ucrânia. Perante uma catástrofe natural, os destroços proclamam a espécie humana como ridícula e mesquinha, nas suas vinganças e conflitos...