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7.2 foi a magnitude, na Escala de Richter, do Sismo que abalou Terceira, São Jorge e Graciosa a 1 de janeiro de 1980. Uma catástrofe natural que afetou milhares de açorianos daquelas três ilhas, e que algumas centenas de pessoas recordaram de forma diversa nas semanas mais recentes.
Será caso para se perguntar, a que respeito é que se fala do Sismo de 80, a meio do verão, entre banhos de mar e à espera das próximas festas? Resposta simples: Porque isso nos acontece em qualquer altura. E porque o Jorge Monjardino nos deixou ver o seu filme/documentário, cujo título repesquei também para estas linhas.
O Jorge era meu vizinho quando aconteceu o Sismo, pelo que a amizade é longa, assim como a admiração por ele nunca se ter cingido às fronteiras da ilha para desenvolver as suas artes. E este filme/documentário que pudemos ver há uns dias é uma prova forte disso mesmo. E de como uma data no calendário, que marcou – e ceifou – vidas, pôde passar a ser um adorno nos olhares e nos corações.
Podia falar da qualidade da imagem em “7.2”, assim como do que achei da música ou da própria montagem de uma sentida conversa do autor com os entrevistados e com os seus, aqueles a quem se destinou a obra, extensiva a um povo que – mediante a viagem da idade – não mais esqueceu que aquele dia de Ano Novo mudou a face destas rochas.
Mas nem o farei. Primeiro porque me faltam argumentos técnicos, e depois porque a apreciação a fazer é também a de um “pequeno” com quase cinco anos, que viu a casa da frente começar a ruir, que viu a rua ficar rasgada por uma racha enorme, e que ainda hoje sente na pele os silêncios como continuidade dos dias seguintes ao Sismo. Quando o horizonte nos fazia distantes e o medo apertado nos uniu como nunca.
No fundo, tudo que possa escrever sobre o acontecimento é também uma partilha pessoal. Só que o Jorge soube fazer isso com imagem, com rostos, com expressões, com muitas horas de trabalho e procura, para um resultado que pode perfeitamente unir velhos e novos. Uns com as recordações e os outros já frutos da aprendizagem do que foi renascer uma ilha dos escombros, olhando sempre o dia seguinte, e apenas rezando os mortos e lamentando ao de leve o sucedido.
Ter vivido o Sismo de 1 de janeiro de 1980 é uma marca indelével nas nossas maneiras de ser e de estar. Poder partilhar isso com as novas gerações é um legado que vai acontecer sucessivamente. Até não termos ninguém que o tenha testemunhado. Mas agradecendo a quem o filmou, fotografou, escreveu e cantou. Porque aquele Sismo, o de 7.2 na Escala de Richter, que nos cortou a pedra e feriu a alma, é uma herança dura. Mas temos de conviver com as agruras para poder sorrir…
Daqui a uns anos, quando os copos reutilizáveis já não forem novidade, teremos pequenas cápsulas ingeríveis nas Festas, com a quantidade desejada de álcool, gás, algum aroma ou cafeína. Vai ser uma limpeza...até porque poderá haver doses de reforço. Ou mesmo rebuçados tipo-shot
Não sou grande consumidor dos concursos de gastronomia na televisão, confesso. Dão-me ainda mais fome que os simples programas de receitas, e depois sinto-me um azelha com as facas e os temperos. Mas andava há tempos para destacar a intensa atividade do Gastão Reis, que é um pequeno de cá, cheio de talento e um comunicador nato. Conheço os pais, lembro-me dele ainda de fraldas, mas acho que nunca sequer falamos. Isso nem interessa, conta é que ele faz e faz bem feito, com piada, certamente em tons deliciosos e a provar que podemos ser uns craques. Está no ponto, Gastão
...com o repousar da pandemia, as térmitas da madeira seca saem à rua e procuram novos poisos. As outras falam sobre rotundas, sobre festivais de música, sobre organizar festas e sobre a vida alheia. No fundo, até partilham o resultado: Farelo.
Já se passaram 14 anos sobre a primeira das quatro vezes - três delas seguidas - em que servi na Guarita. O Império dos Inocentes está alindado e as festas de 2022 já decorrerm, num regresso que tardava. Um evento pequeno no calendário mas enorme nos corações de quem o conhece por dentro. Boas festas. Muitos, e bons, lá por cima, cuidam desta nossa tradição.
O drama dos incêndios está de regresso a Portugal. Tragédias humanas, perdas e danos irreparáveis estão, novamente, na ordem do dia. Faltam palavras para avaliar esta realidade, e nem as causas aparentes ou os erros humanos que a possam alimentar importam, por agora. Voltamos à condição de país triste...