Takes de Segunda #41

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Palavra de apreço para o pessoal da SATA, nas Lajes. Embarcar um voo para Lisboa com o preenchimento do novo formulário é obra. E eles estiveram à altura. Bom fim de semana.
Foi há duas semanas e uns dias, na comemoração de mais um aniversário de “Os Montanheiros”, que ouvi novamente do atual Diretor Regional do Desporto – o caro amigo Luís Carlos Couto – um alerta para uma outra pandemia que acompanha o interminável surto de Covid-19, decidido a condicionar-nos a vida e os ânimos nos tempos mais próximos.
Mas quis então o agora governante chamar à atenção para as vicissitudes motoras das novas gerações, que intitulou mesmo como pandemia motora, uma realidade inegável – dada a crescente inatividade física dos mais novos, nos tempos que correm – e que terá reflexos futuros ao nível da saúde comunitária.
Já lhe tinha ouvido o termo, e rapidamente recuei umas dezenas de anos – isto escrever assim décadas, de chapada, ainda não é fácil… -, num contraponto bastante simples do que são as brincadeiras dos mais novos, e do que eram na altura em que eu usava calções sem ser por (alguma) irreverência…ou calor.
E ainda mais depressa me ocorreu o mais radical exercício físico praticado na infância, vislumbrando a Ponta Negra do Porto Martins e o imenso litoral basáltico, onde nos deliciávamos – uns com mais, outros com menos habilidade – simplesmente a correr no calhau!
Logo entendi que aquela era uma prática física, com algum risco, mas que encerrava equilíbrio, visão periférica, coordenação a todos os níveis, velocidade, capacidade de decisão e algum arrojo. No mais puro cenário de Natureza. Tudo isso, em escassas centenas de metros, que percorríamos de forma ágil, e onde nunca me lembro de ter sequer caído, apesar das inúmeras ameaças. Correr no calhau era do melhor que havia.
De regresso à atualidade e aos seus dados, fiquei a saber que a grande maioria das crianças até aos 6 anos nunca apanhou chuva; que muitas delas – até aos 15 anos – nunca rasgou as calças; que grande parte tem de olhar para os pés para efetuar os mais simples movimentos e que uma preocupante maioria não tem a noção do seu corpo invertido porque nunca deu cambalhotas, nem um tombo digno desse nome, talvez nem sequer um bate-cú que se preze…
Vai daí, surgiu o apelo do Prof. Luís Carlos Couto – que estendeu a “Os Montanheiros”, pela proximidade que têm ao meio natural, afinal o melhor “ginásio” que existe – no sentido de se porem as nossas crianças a mexer. No melhor sentido da expressão, interagindo e largando teclados, consolas e cadeiras gaming onde ganham peso e lentidão. É um repto real e que nos deve fazer pensar.
PS - Na partilha da foto que ilustra este texto, fiquei a saber que a Inês e a Francisca adoram correr no calhau da Ponta Negra do Porto Martins. Aliviou-me essa verdade, pelo que mantenho uma esperança ávida nas gerações vindouras.
Beta vs. VHS
Assim de repente, lembrei-me da única incompatibilidade grave das nossas infâncias...
A capa do "L'Equipe" de hoje. Imaginativa, apelativa e corajosa, rasgando com uma data de coisas tolas que se resolveram instituir. Os dois "atores" da batalha - Hamilton e Verstappen - partilham o facto de serem pilotos fantásticos. Que ganhe o melhor
Uma campanha de sensibilização que é bem mais que uma terna imagem de Natal.
Quem não tem condições ou vocação para ter animais, não os deve ter.