Nacional de Bodyboard na Terceira
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Apesar de publicar diariamente opiniões e conteúdos nas redes sociais – que são, inegavelmente, o vício do século – tenho andado avesso a grandes escritos, mesmo se balizei a poucos parágrafos estas partilhas avulsas. Mas a passada noite eleitoral levou-me ao aconchego do teclado.
Poderia fazer uma aturada apreciação dos resultados autárquicos a nível nacional, ou até apertar a coisa ao âmbito regional, afinal houve uma clara confirmação à mudança que se iniciou em outubro passado nos Açores. Por mais que se levantem vozes a dizer o contrário.
Quem conhece de perto a governação de uma autarquia, qualquer que seja a sua dimensão, mas alargando as necessidades e as solicitações quando há mais habitantes e território, entende perfeitamente o que se passou na Terceira. E é por ela que me fico. Mesmo se no todo regional, foi clara a vontade de um estado diferente das coisas.
Em Angra do Heroísmo, a vitória de Álamo Meneses e do PS foi inequívoca. Mas a perda de um vereador, assim como de juntas de freguesia como o bastião de São Mateus e a retumbante Ribeirinha, asseguram que o problema da sucessão socialista começou no domingo à noite.
É de assinalar a campanha de olhos nos olhos protagonizada por Sandra Garcia, que alguns quiseram desprezar, convencidos de que a política se continua a fazer com base em pressões e no diz-que-disse. Felizmente, e também a esse nível, os Açores tendem a apresentar uma nova realidade.
E na Praia da Vitória? Pois bem, o concelho que viu nascer Nemésio libertou-se de uma amarra que incomodava até os seus próprios protagonistas, porquanto não se souberam entender na mínima tarefa de fazer uma lista para concorrer a um município que governavam. Parece cómico, não?
Ironias à parte, a vitória de Vânia Ferreira foi uma lufada de ar fresco, que vistas as contas e passados os sustos, estou certo vai deixar que a Praia brilhe, vai dar mais voz aos seus cidadãos e vai implementá-la no todo regional da forma merecida. E que lhe cabe por direito.
Por último, tinha de referir o trabalho brilhante da nova presidente de junta no Porto Martins, a pequena Raquel Mendonça, que foi enorme no resultado e na viragem de uma localidade que me fala ao coração. No antigo curato se provou que o poder instalado não pode ser regra. É que, afinal, nas urnas ainda fala o povo…
Há instantes, fechei os olhos, e vi nitidamente o sorriso cúmplice que trocamos a vida toda. Sinto falta dele, mesmo se há muito não choro desta forma desalmada. Mas fiquei certo de que me acompanhas sempre...
A terceira série das Conversas da Diáspora, promovidas pela Direção Regional das Comunidades, é dedicada aos Órgãos de Comunicação Social da nossa emigração. Começou hoje:
Os primeiros acordes de Come As You Are fizeram, instantaneamente, com que recuasse aos meus 16 anos, e depois de ler algumas coisas sobre oas três décadas de Nevermind - o segundo álbum dos Nirvana, que albergava esse hino do "grunge" -, percebi que também eu não liguei em demasia ao surgimento da banda do malogrado Cobain. Mesmo se hoje aquela música, que na altura era um acompanhamento de descobertas e de excessos, me faz despertar uma imensa nostalgia...
Hoje é dia de reflexão, pelo que não se escreve nem se fala de candidatos ou projetos, mas não podia deixar de fazer um elogio - em ca(u)sa própria - ao Rádio Clube de Angra pelo acompanhamento e cobertura fantásticos da campanha autárquica. Com os meios possíveis, fomos serviço público e elucidamos os cidadãos ao mais alto nível. Sem pessoalizar, fica a certeza de que a equipa vai sair mas o trabalho está feito!
Só hoje soube do falecimento de Valdemar Mota, um homem da história, da cultura e do comércio da nossa terra, que eu muito respeitava e estimava. Era de uma atenção e lisura imperturbáveis. Ainda primos, lamento imenso a sua partida. Descanse em paz.
Último dia de campanha no centro de Angra, onde desejo a vitória da minha amiga Sandra Garcia, que seria um ganho também para o concelho, onde vivo e que é fantástico. Pela nossa terra, oxalá assim os angrenses façam acontecer