46!
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
- Mais informações aqui
Nunca tinha feito anos sem ti, Mãe. E nem sei bem explicar o que sinto, longe do teu beijo e da tua voz. Tem sido um caminho tão estranho, a tentar disfarçar o choro e a sorrir tantas vezes sem vontade. Mas tenho de apaziguar-te, e dizer que me deixaste como prenda a capacidade de gostar muito das pessoas. Não de todas, mas muito. Como continuo a gostar de ti. E sim, estou mais velho, um bocadinho.
Há cerca de uma dúzia de anos, neste mesmo mês de fevereiro, revi uma velha lista de aniversários. Folha e meia A4, com uma cor envelhecida e as datas felizes de pessoas e amigos que já não via há muito, ou de que quase não me lembrava.
Nesse dia fazia anos o “Baeta” - sempre lhe chamei apenas Paulo…Paulo de Ávila de Melo, como aliás preferia ser conhecido -, velho amigo de uma Angra já passada e que há muito tempo passou a deambular, errante, pelas ruas de Lisboa, depois de uma tormenta de atos de que não saiu vencedor. Já não o via há bastante tempo, condição que se mantém até hoje.
Conforme desabafei na altura, longe vai a solene apresentação do seu último livro “Ruas e Lugares da Praya (Notas para a sua História)”, no velhinho Salão Teatro Praiense onde, do alto da longa barba, da bengala e da gravata vermelha, fez garbo da sabedoria e investigação aplicadas. Sempre nos demos muito bem, numa razão de respeito que, ainda miúdo, também lhe soube impor. E que ele sempre entendeu.
A crónica de hoje é mesmo para saber do Paulo, de quem um amigo – o Nuno Santos - me enviou esta imagem, há alguns dias. Foi um companheiro próximo de uma juventude que já lá vai. E há muitos meses que não sei dele, nestes tempos estranhos em que o mundo muda a cada minuto.
Há uma dúzia de anos, o Paulo era figura comum da baixa lisboeta, onde sobrevivia da caridade alheia. Confesso que, das poucas vezes que passei pela capital, por duas delas fui propositadamente para aquelas bandas, a ver se o avistava. Mas nunca aconteceu.
“Paulo Jorge Xavier Dias de Ávila de Melo, nasceu na freguesia da Sé de São Salvador de Angra do Heroísmo no dia 2 de fevereiro de 1964”, podia ler-se no livro que atrás referi. E do qual ficou por escrever o segundo volume, assim como um outro sobre a presença espanhola entre nós. Mesmo se o Paulo ainda publicou “O Jogo do Pau na Ilha Terceira (contribuição para a sua história)” e “O Império da Caridade do Corpo Santo”.
O Paulo foi seminarista, historiador, genealogista, escritor, ceramista, missionário, viajante, humanista, pedagogo e guia turístico, como há uns anos recordou o Pedro Rocha, referindo que, da última vez que se tinham cruzado em Lisboa, “em vez de me pedir a habitual esmola para comprar uma refeição quente, o Paulo disse-me: Vai a uma livraria e compra-me um livro. Voltei ao hotel e deitei-me, doente, com as lágrimas nos olhos…”.
O Paulo despertava estas coisas nos amigos. Também nessa altura o Leandro Rosado me tranquilizou, dizendo que o tinha visto dias antes: “estava bem vestido, mendigando e apregoando aquilo em que acredita, um Deus bom”.
E o Heliodoro Tarcísio recordava “o seu carácter abnegado, seu desinteresse material, a sua solidariedade social, a generosidade, a boa disposição constante, a prolífica barba ruiva, que parecia crescer de um dia para o outro e aqueles incríveis e límpidos olhos azuis”.
Deve ter sido a recordação desse mesmo olhar que me fez escrever estas linhas. Há dois ou três anos, o Paulo mudou-se para Fátima, onde disse ao Duarte Monteiro ter encontrado uma paz e um acolhimento diferentes. Não sei se ainda por lá se mantém, nem como estará.
A nossa pequenez de terra não aceitou o Paulo como era. Ou como nem era. Coisa que ele também nunca facilitou. Mas tenho a certeza de que povoa hoje muitos corações. Que o lembram com energia e sorrisos. Só espero que estejas bem, meu amigo.
Campeão do mundo de ralis em 1983, um dos mestres das décadas de 70 e 80. Talvez o finlandês voador mais consensual de todos. Hannu Mikkola deixou-nos hoje, aos 78 anos, com o WRC a correr no seu país.
Rest in Speed
Apenas vi Alfredo Quintana jogar ao vivo uma vez. Precisamente aqui, na Horta, frente ao Sporting local. Era um gigante. Na baliza e na vida, como o prova toda a sua carreira. Infelizmente partiu hoje, como confirmou, há minutos, o FCPorto.
Paz à sua enorme alma...
Nas últimas 24 horas não foram registados nos Açores novos casos positivos de Covid-19.
Registaram-se três recuperações, uma delas na Ilha Terceira, o que faz com que aquela ilha deixe de ter casos positivos ativos.
A esta data já não existem igualmente doentes internados em qualquer um dos Hospitais da Região.
Em todo o arquipélago há atualmente 56 casos positivos ativos, sendo 47 em São Miguel, 8 no Pico e 1 no Faial.
Está em curso a segunda etapa do WRC2021, uma verdadeira prova de neve, o Arctic Finland Rally. Para já apenas se correu o Shakedown, onde a Hyundai acordou em melhor forma que a concorrência, mas a procissão ainda nem chegou ao adro. Pela frente estão difíceis 250 kms de classificativas, até ao final da manhã de domingo. Com o belo contraste que os ralis de inverno costumam mostrar, assim como a brutal eficácia destas máquinas e pilotos face ao branco manto escandinavo...
Envergonhado. Mas sempre presente...
Será este fim de semana, em Riade (Arábia Saudita) - uma localidade com recordações de vitória para Portugal -, que António Félix da Costa vai iniciar a defesa do título mundial de Formula E. Sorte!
A Tasca da Galinha Frita do Diniz tem criado imagens publicitárias de se tirar o chapéu. Mas esta abusa! Muito bem.
A ALRAA aprovou há pouco, com natural unanimidade, um voto de congratulação, proposto pelos deputados do PSD/Açores, pelos 50 anos de carreira do Carlos Alberto Moniz. Para lá da sua extensa e bem sucedida carreira, o Carlos Alberto musicou todas as Marchas de São João que dancei na vida. Para além de várias das melodias com que, como açorianos e terceirenses, nos identificamos ao primeiro acorde. Também por isso, um abraço de parabéns. E venha mais música!
Perante a grave situação de saúde de Alfredo Quintana, guarda redes de Andebol do FCPorto e da seleção nacional portuguesa, é de louvar a enorme solidariedade demonstrada pelas equipas do Sporting e do Benfica. Uma mensagem de força para um grande campeão.
Estamos todos com Quintana.