As primeiras impressões sobre a forma como os alunos portugueses estão a reagir às medidas impostas no seu regresso às aulas presenciais confirmam algo que partilhei logo no início desta crise. As novas gerações adaptam-se muito melhor às mudanças, e entenderam desde logo a gravidade da situação. Claro que há maçãs podres na cesta...nem todas valiosas como João Moutinho.

Ia comentar o comunicado da edilidade praiense sobre o cancelamento das festas concelhias 2020, mas fico-me pela partilha do mesmo - está aqui - e pelo desafio à capacidade intelectual de cada um. Apenas opino que ficou imaginativo e fulgurante. Merecia quarentena, o próprio comunicado...

Ainda nunca percebi se Fernando Mendes é ou não genuinamente simples e simpático, mas isso nem vem ao caso. O ator apresenta "O Preço Certo" - versão portuguesa de "The Price is Right" - desde setembro de 2003 e é um caso extremo de popularidade. Conheço pessoas que não perdem uma edição, apesar da mecânica do programa não variar muito. De forma avulsa, lá vou vendo algumas sessões, e realmente ninguém faria aquilo melhor que o ex-gordo, que se celebrizou na Revista à Portuguesa e ao lado do saudoso Nicolau Breyner, na TV. No ritmo acelerado e pleno de trocadilhos que o carateriza, o bom do "Nandinho" não falha na interatividade e numa certa ternura, embora sempre com aquele registo meio desligado do que se passa. É a sua marca. O homem apresenta, recebe e desembrulha toneladas de tralha vindas de todo o país, diz piadas e tenta ajudar os concorrentes. E faz isto há anos e anos, com sessões de gravação consecutivas, que totalizam já mais de 3500 (!). A voz-off de Miguel Vital e a presença de assistentes em cena caracterizam o conteúdo que vive, e bem pode dizer-se, do talento daquele Fernando certo. Parabéns!

Lavado e desinfetado. Um dos derradeiros efeitos do isolamento social. Estou pronto para aprender a arranjar peixe e a dar o nó da gravata... 🙄

Como em todas as crises, esta faz sobressair o bom e o mau de cada um. E depois vêm os esperados extremismos, endeusando alguns para crucificar outros tantos. Faz parte da nossa tonta natureza (humana), sem querer sequer citar aquela conversa mordaz do perdão do Senhor...

Desde o dia em que, sem estar programado, cheguei a Ponta Delgada no dia da mudança da imagem do Senhor Santo Cristo dos Milagres, a que assisti silenciosamente, fiquei com uma ideia diferente - e muito própria - da devoção que o nosso povo lhe encerra e de toda a tradição envolvente. Primeiro, porque observar aquela lindíssima recriação do Ecce Homo, especialmente na rua, em Procissão, e perante milhares de pessoas abnegadas, provoca algo difícil de explicar. Mas que nos marca e cá fica. E depois porque, tendo a maior abertura a tudo que seja fé, entendo que a mesma deve ser vivida em pleno. No caso, a fé inabalável que os açorianos - e não só - mostram em tempos de Santo Cristo prova a força das crenças e da esperança na vida. Este ano, a pandemia mundial levou a que também não se realizassem as festividades - que têm igualmente uma forte parte de diversão -, o que é por si só um abalo. Que tenho visto relatado, em vários casos, de uma maneira tocante. Que essa mesma fé nos possa levar a melhores caminhos.

A eterna conversa das ondas, sete a sete...

O advento da pandemia ensinou-me a gerir de outra forma as idas às compras e até o seu próprio uso em casa. Com resultados bastante positivos, diga-se. Ainda não fui a nenhum café, mas também os frequento bem pouco. E, tendo já estado com alguns amigos, faz-me mesmo falta é um churrasco em condições ou um jantar sem hora de acabar. De resto, o distanciamento social era coisa que eu já praticava com alguma habilidade...

Excelente a notícia do regresso de Nuno Barroso ao comando técnico do basquetebol do Sport Club Lusitânia. Para lá de grande profissional, o Nuno é uma referência do próprio clube, que defendeu sempre com brio. Além disso, é um amigo que aprendi a admirar, primeiro da bancada e depois pela entrega e inteligência que lhe reconheço. Muito sucesso! 

Gostava tanto que, uma vez na vida, cada cidadão destas ilhas pudesse editar um jornal diário ou gravar três noticiários. Mas sem fazer perguntas em conferências de imprensa que, ao contrário de quase todas as outras, são transmitidas em direto. E sem ganhar muito ao fim do mês. Para já, parece que se acabaram os episódios a cada 24 horas...

Repudio liminarmente a violência. Até a verbal. O crime de que se fala agora em Portugal é um entre milhões. Pelo mundo fora e todos os dias. Arrepia-me a existência de seres humanos sem capacidades de gerar amor e incompetentes na sua função social. Que esta pequena morte sirva de alerta para o futuro. E para proteger também outros pequenos rostos...