Nas televisões, o ano novo do mundo inteiro impinge-nos o habitual contraste da folia festiva e da sociedade falida. Optemos pela primeira hipótese, afinal o Réveillon - que, para mim, é apenas 1/5 do Entrudo - ainda significa alegria e esperança. Feliz 2020. Juízo, realizações e sinceridade
O Rali do Natal - Além Mar fechou a temporada açoriana. Ricardo Silva/Inês Pereira venceram a prova corrida nos Biscoitos, enquanto Décio Gonçalves (Pilotos) e André Ferreira (Navegadores) garantiram os títulos do Além Mar Rali Challenge Açores 2019.
O Rali do Natal-Além Mar vai fechar, este sábado (dia 28), o Além Mar Rali Challenge Açores, fazendo regressar a modalidade à freguesia terceirense dos Biscoitos. O certame está à conta do OEC Motor Clube, e o seu presidente, Olavo Esteves, fez a antevisão da prova para o RCA.
Sou seguidor da "Porta dos Fundos" quase desde o seu início. Por vezes fico meses sem ver, e depois faço longas sessões de atualização . Penso que os tarados que atacaram a produtora do coletivo são gente subinformada. O Especial Natal de 2014, 2015 - e seguintes - já ironizava com graça e mestria a história empacotada que a Igreja vende. Não defendo o uso da força mas, pelo menos, atualizem-se...
Porque no Natal, a Avó Mariinha fazia sempre uns deliciosos Bolos de bolina (abóbora menina), e que serão talvez a recordação mais presente dessa infância cada vez mais distante. Mesmo se a Tia Guida os reproduz quase de forma exemplar, e apesar de já termos o gosto mais gasto e da pulsação acelerada poder ser hoje um motivo de preocupação, mais do que uma prova de apreço ou contentamento instantâneo.
O bolinhos de bolina da Avó comiam-se com uma calda doce, que vinha separada e a que nunca achei grande graça, pois parecia tirar-lhes a sinceridade inicial. Que era tanta quanto haver uns separados, sem açúcar, para a minha mãe. Esses eram o ponto alto de um amor próximo, aumentado pelo prazer de ter todos unidos. Como se não houvesse diferenças nem amanhã. E nessa altura não havia mesmo...
Hoje o Natal é tão diferente, as pessoas estão tão distantes, e as razões são tão diversas, que não pode ser apenas a idade a falar. A própria Ceia de Natal, que se criou como sendo uma refeição melhorada, até já se encomenda fora na totalidade. Para marcar calendário, pois a sociedade consumista já nem valoriza da mesma forma o recado de um episódio gastronómico.
Indica-nos o coração que no Natal se acaricia quem já partiu, depois de um ano em que tantos esquecem de dar carinho aos que cá estão. Porque no Natal batemos no peito para melhorar, antevendo o novo ano onde, aí sim, tudo mudará. Muitas vezes, ou inevitavelmente, em janeiro tudo volta ao mesmo.
Mas nem por isso as cores destes dias deixam de ter sentido. Apenas as lemos a correr, pejados de obrigações e de lugares comuns, patrocinando a paz e o amor como se fossem simples cruzes num jogo que se quer ganhar. O Natal passou a ser uma aposta múltipla, onde se atropelam valores e se trocam prendas apressadas.
Mais do que em todas as outras tradições, e apesar de todas as tendências importadas, das mensagens feitas e das promessas acaloradas, resta ao Natal ganhar sempre num primor. O dos sabores. E aí, os bolos da infância aquecem-nos a alma, deixando de lado apreciações mais profundas. Boas festas, portanto...
Bom grado as escassas atividades que honram o nome que lhe deram, o certo é que a Praceta das Artes, na Praia da Vitória, passou a ser a porta de entrada - um quase Foyer - para uma das instalações artísticas mais geniais dos últimos tempos, por estas bandas. É passar e apreciar este exemplo original de circulação e inovação. Boas Festas!