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PORTO DAS PIPAS

miguel sousa azevedo - terceira - açores

PORTO DAS PIPAS

miguel sousa azevedo - terceira - açores

Ao que chegamos...

08.11.18, MSA

Alunos EVN DI 8nov18.jpg

A capa do "Diário Insular" de hoje apenas me deixou a pensar uma coisa: "Ao que chegamos"... até porque já perdi as datas de todas as coisas que se escreveram e propuseram a respeito de obras naquela escola. Que, claro, vão ser feitas. No habitual remédio tardio, que caracteriza os governos com prioridades dúbias e que trabalham apenas para o voto...

 

A música do Flávio

07.11.18, MSA

Foto Cronica 86DI NOV18 - A música do Flávio.jpg

Foto: Margarida Quinteiro

 

Se há coisa que me agrada é elogiar as novas gerações. Numa altura em que se avança que aos mais novos tudo é facilitado - numa "culpa" que aponto aos pais e mães do pós-Abril, que quiseram confortar os seus mais que a conta, mas isso são outros assuntos -, há muitos jovens que lutam pelos seus sonhos. E que se sacrificam para tal. No egoísmo reinante de uma sociedade de consumos imediatos, o que devia ser uma regra é agora uma razão para elogios. Mas ainda bem que existe. Ora, daí até ao perseguir de um sonho, intercalando a apreciação com o bom gosto patente a vários níveis, leva-me a conversa para o concerto da semana passada, na sede do Alpendre-Grupo de Teatro, onde o Flávio Cristóvam - Cristóvam é o nome artístico corrente, que ainda não sabe se vai manter... - quis estar bem perto do seu público. E em boa hora o fez.

Numa sala que proporciona a proximidade, e onde é fácil criar bom ambiente, foi com o também jovem, e também terceirense, João Félix, que a noite começou. E que bem começou. O neto do poeta-perfeito de Angra cativou a plateia com alguns temas que já andam no assobio comum, assumindo o tom intimista que o espetáculo queria oferecer. Passou depois a pauta ao obreiro da sessão que, regressado de quase duas dezenas de atuações num só mês - andou a tocar pelo estrangeiro e a promover o seu álbum no universo nacional das FNAC -, partiu para uma conversa com todos, em que os desabafos iam servindo de mote para o tema seguinte. O meu texto não é de perto uma crítica musical. Até porque, como em tudo na vida, me demito de grandes explicações quando gosto de alguma coisa. E poucas vezes vou em ondas. No caso em apreço, gosto da voz do Flávio - como gosto da voz do João -, admiro a faceta comum de bons executantes que se mete pelos olhos dentro, e mais ainda sorrio à conta de uma melancolia musical, que apenas expressa em arte personalidades maduras - mesmo se são "miúdos" a chegar aos 30 -, providas de bom humor e com muitas ideias próprias, bem ao contrário dos carris ideológicos que a maioria parece querer seguir nestas bandas. Pois bem, gostei muito do que vi, ouvi e entendi. Especialmente porque possibilitou acompanhar um trabalho de fundo enorme que o Flávio (Cristóvam) faz há bastante tempo. Na sua forma de buscar a perfeição...que depois permite a tipos mais velhos, como eu, a procura de adjetivos para alinhavar uma prosa de orgulho pelos filhos notáveis da ilha. Sem falar tanto de música, regressei a casa com a culpa vincada de nunca ter perseguido um sonho daquela forma. É que nem todos são capazes de abdicar de algo para alcançar a realização das suas vontades. E, daquele concerto - onde depois o João Félix voltou ao palco, e em que o encore comum nos deixou ouvir o tema mais badalado do talentoso Cristóvam -, retirei também uma lição importante. Agregada ao que a música nos permite reviver - mesmo quando a estamos a descobrir -: sonhar é o limite, esse é um dado adquirido. Mas criar para esse sonho é um dom. E esse deve ser sempre acarinhado. O que nem sempre acontece. Felizmente, para aqueles dois jovens cantautores terceirenses, chega longe o reduto de apoio e fé nas suas notas e acordes. Parabéns.

77 A música do Flávio - DI 7NOV18.jpg

 

O Talbot Matra...

04.11.18, MSA

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Era dourado - exatamente igual ao das imagens - e parava religiosamente à porta da Albergaria Cruzeiro - o seu proprietário era o filho do Dr. Ramiro Lima, dono daquela unidade hoteleira, e genro da minha adorada Professora Filomena -, cativando naturalmente a atenção de quem, como eu - que tinha 6 ou 7 anos na altura -, adorava carros e ficava deslumbrado com aquelas linhas. Era um Talbot Matra Murena, um desportivo francês de 2+1 lugares, cuja produção se cingiu ao período 1980-83, e que é um bom exemplo de como um automóvel fantástico quase cai no esquecimento. Não sei por quantas vezes saí da Escola da Conceição - de mocilha às costas e os sonhos do mundo na cabeça - direitinho para uma nova apreciação ao carro. Penso até que numa ocasião o dono o abriu e deixou que o visse por dentro. Era uma coisa linda, bem ao jeito dos protótipos saídos da imaginação de Jean Graton - nos livros de BD do herói francês Michel Vaillant, que eu devorava...e ainda devoro -, com soluções diferentes e um trabalhar suave - nem sei se era a versão com motor 1,6 litros de origem PSA e menos de 100 cv, ou o 2,2 com 118hp -, sendo que isso nem importava muito. Era o carro mais bonito da minha vida...bem já tinha estado ao pé de um Stratos, em Lisboa...pronto, era então o segundo carro mais bonito da minha vida até então, e aquela breve romaria fazia-me ganhar o dia. Até porque fui daqueles miúdos muito espertinhos e não me esforçava grandemente na escola. Pelo que, dali, rumava às minhas miniaturas Matchbox, Majorette e Tomica, onde criava uma segunda realidade...e mesmo porque já tinha passado a pente fino as várias capas com jornais "Motor" que o meu pai guardava desde meados da década anterior. E da revista "Turbo", que nasceu por essa altura, só nos faltava o nº1.

Esta foi apenas uma breve nota, dentro da deliciosa realidade que é, ainda hoje, recordar carros marcantes. Certamente cheios de defeitos, mas com uma beleza irrepetível. E o Talbot Matra Murena será sempre um desses...

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Bolt meio tonto?

03.11.18, MSA

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Se inicialmente achei alguma piada, acho que começa a ser meio tonta esta vontade de Usain Bolt que, está visto, nunca será craque da bola. Um fenómeno desportivo como é o atleta jamaicano devia tratar melhor da sua imagem, depois de 8 títulos olímpicos. Sendo apenas uma opinião pessoal, custa-me ver a forma atabalhoada como Bolt tenta brilhar, agora do lado de dentro do tartan... 

 

Pão-por-Deus

01.11.18, MSA

 

...houve um dia em que nos aventurámos demais. As saquinhas estavam bem cheias, e demos por nós já para lá do Adro da Sé. Longe de casa e com fome. Era hora de regressar. A ambição não combinava com uma tradição que emocionava os amigos todos.

 

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