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PORTO DAS PIPAS

miguel sousa azevedo - terceira - açores

PORTO DAS PIPAS

miguel sousa azevedo - terceira - açores

A volta da Twins

24.11.18, MSA

twins.jpgComo tanta gente desta terra, sou do tempo em que "a Twins saiu à rua" - numa Marcha de São João -, em que os 1000 escudos da bebida/consumo mínimo custavam a surgir, ou em que (se) exibia fortemente o facto de conhecer os gémeos João Manuel e Manuel João, com quem conversava sempre um bocadinho. Os anos passaram, e a casa está de volta, reabilitada e certamente bonita. Espero que o ambiente seja o melhor...quem sabe se ainda hoje se vai ver isso?

Kubica regressa à F1...

24.11.18, MSA

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Pode estar a meio caminho entre ser um piloto genial e um fenómeno de popularidade. Para mim, Robert Kubica - pronuncia-se Kubitssa - é um daqueles predestinados, para quem o mundo se fecha quando a luz verde acende. Em 2019, vai estar de regresso à Formula 1 - na Williams -, mas acredito que ainda haja sítios nos troços dos vários ralis que fez onde só o polaco colocou as rodas...mesmo se perdeu algumas pelo caminho!

Porto, cidade, amor.

24.11.18, MSA

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Passaram-se há umas semanas 20 anos de chegar ao Porto. A cidade que desconhecia e de que gostava. A cidade que descobri estar-me nos ossos e na pele. Sem quase lá ter estado.

Cheguei, curioso e já fora de tempo. Sem me deslumbrar, mas a descobrir cada recanto. E a descobrir que era também dali. De onde não nascera.

Embrenhei-me nas ruas e na pronúncia. Nos cheiros de castanhas e de inverno. Na nortada que, sem avisar, batia no coração.

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Com os dias, decorei o Porto de ponta a ponta. Passo a passo, parecia reescrever a vida, assente na minha sempre presente noção de viver na época errada.

Nem tudo foram doces, nem tudo sorriu. E muitas vezes da cidade escureceu a saudade do mar, na mais confusa partilha de sentidos. Que ainda hoje perdura.

Naquele Porto, naquele rio, naquele manjerico cujo cheiro ficou sempre nas mãos. Mesmo se nem me lembro de onde o afaguei.

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Era ainda um Porto de buracos e dúvidas. De gente só de lá, amiúde polvilhada de forasteiros. Curiosos, como eu. Distante ainda dos magotes de mochilas em selfie-control...

A cidade pequena, mas profunda, foi-se engalanando  no novo século. O calendário correu. A vida abriu-se e fechou-se como um velho relógio de bolso. Cuja corrente se quebrara.

O Porto mudou-se e falou estrangeiro. O Porto tabelou-se e alojou-se a cada esquina. O Porto cresceu e envaideceu loucamente. Sem tirar os olhos à foz de cada lágrima largada no peito.

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A cidade deixou de ter um entardecer solitário. E passou a ter o acordar da noite e da movida. A roupa cinzenta caiu dos varais nas varandas. Para a elas subirem balões de legendas e de cor.

O burgo de histórias e batalhas deu-se ao mundo em wifi. Alcovitou-se em vouchers de dias com temperos e espumas. Mas também se agarrou ao basalto da fé, para não escorregar no musgo que limpava das fachadas.

Do ar, da margem, do banco rente ao chão quente, numa chávena sem horário. O Porto bate agora asas universais. Não deixou de ser quem era. Grita é golo em tons variados. E inacessíveis. Mas continua a ser a minha terra de amor...