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Fez ontem uma semana, sob uma animação um tanto inesperada, realizaram-se eleições para os órgãos sociais do Rádio Club de Angra (RCA). Cumprindo um desejo de há muito, integrei uma das duas listas concorrentes, precisamente a que saiu vencedora de um disputado ato eleitoral, perante a agradável presença de quase 60 sócios, e cifrando-se em apenas um voto a diferença entre ambas as propostas.
É-me, de todo, fácil encontrar motivações para uma colaboração mais estreita com a estação que a História eternizou como a "Voz da Terceira", ainda mais numa altura em que a Rádio - no mundo - sofre mutações constantes, desafiando diariamente os seus responsáveis a encontrar novos motivos de interesse, conteúdos mais atrativos e uma utilização desmedida da tecnologia, como formas de difundir ao máximo o que se faz em antena. Que é, muitas vezes, a ínfima parte do resultado final em termos de divulgação.
Entrei ao serviço daquela casa já vai fazer 20 anos em abril. Daí que a ligação sentimental à estação, onde trabalhei em dois períodos distintos, e à qual tentei sempre estar próximo, seja natural como ligar o microfone em estúdio - ou no exterior, onde me sinto melhor... - e tentar passar uma mensagem. Porque a Rádio é isso mesmo, e quanto mais interativa for, mais nela se poderão rever as pessoas. No caso concreto do RCA, há mesmo essa obrigação: a de devolver às pessoas um clube que é da sua cidade e da sua ilha. Porque mesmo sendo gerido como uma empresa, o RCA é, e continuará a ser, um clube, uma forma de ligação de gerações, e uma marca do que foram os Açores nos últimos quase 70 anos.
Tem por isso este breve texto também a função clara de apelo. Um apelo que extravasa o desejo natural de fazer mais associados para o RCA. Ou de fazer com que o concorrido ato eleitoral da passada semana passe a ser um hábito a cada triénio. Um apelo para que angrenses e terceirenses se aproximem de uma estação que lhes é cara, mas que também sabe ser grata às suas gentes. Pois foi pela vontade de alguns, e pela dedicação de tantos outros, que a sua emissão ainda perdura. E assim continuará, agora fornecida de sangue novo, e ciente de que o trabalho feito até esta data é para respeitar e perpetuar. Porque foi sempre esse o espírito da "Voz da Terceira".
RCA começa
nova etapa
Pedro Ferreira é o novo presidente do Rádio Clube de Angra (RCA). O seu líder revela ao DI que a nova direção pretende reestruturar e revitalizar a "Voz da Terceira" para que possa recuperar o prestígio de outros tempos.
É o novo presidente da direção do Rádio Club de Angra (RCA). Quais as principais ideias que pretende concretizar durante o mandato de três anos?
O RCA vive essencialmente das receitas publicitárias que cobra. Nos últimos anos, fruto da crise económica que assolou também a Região, muitas foram as falências de empresas registadas.
Nesse sentido, foram dadas como incobráveis várias dezenas de milhares de euros.
Existem ainda cerca de 30 mil euros que continuam por cobrar. Isso significa que o gabinete de publicidade do RCA será um dos setores prioritários a intervir.
Entendemos ser necessário dar um novo fôlego para aquele gabinete, revendo as tabelas dos preços, aproveitando até o sentimento de retoma económica; criando sinergias e parcerias com clientes e novos clientes.
Poderá ser necessário reforçar o número de colaboradores naquela área, pois é imperioso melhorar e simplificar os mecanismos de faturação e de cobrança das nossas receitas.
Só assim poderemos garantir estabilidade financeira e melhorar o desempenho da instituição aos mais diversos níveis.
Esta preocupação não significa que as coisas estejam mal. Mas carecem urgentemente de melhorias.
Por outro lado, e percebendo algum pessimismo e as acentuadas dificuldades entre os órgãos de comunicação social, mormente os das ilhas mais pequenas, temos um projeto - sabemos que é arrojado - para criar sinergias ao nível da programação e dos serviços de informação com as restantes rádios locais do Grupo Central.
É importante voltar a afirmar a "Voz da Terceira" além das nossas fronteiras territoriais, como é importante criar um sentimento de união entre as diferentes ilhas.
Esse projeto não se limita às rádios.
Tentaremos parcerias comerciais e de conteúdos com outros órgãos de comunicação social com a imprensa e até a televisão.
Existem conteúdos de rádio que, com pouco investimento, podem ser convertidos em bons programas de televisão.
Hoje, e de forma cada vez mais premente, a união faz a força.
E só unidos poderemos vencer os novos desafios que, quase todos dias, nos apresenta esta era da globalização informativa.
Há uma ambição clara em honrar a história do RCA e perpetuá-la com grande sucesso no futuro.
Pretendemos criar uma grelha renovada e ainda mais abrangente de programas.
Temos novas ofertas, com grande audiência, que já assumiram o seu lugar na preferência dos ouvintes, algumas inovadoras e inéditas na rádio açoriana (como o "Planeta Mulher" ou o "Política de Saltos Altos"), mas é preciso continuar em busca das preferências dos ouvintes.
Queremos retomar, o quanto antes, o programa tauromáquico que o RCA tinha e que foi suspenso em novembro, depois de nove anos de transmissão ininterrupta. Até porque se trata de um produto único nas rádios regionais.
Por fim, queremos novos associados, e para isso vamos reforçar parcerias com outras entidades, visando mais-valias para os sócios do RCA.
O facto de terem concorrido à liderança do RCA duas listas, uma das quais encabeçada pelo anterior presidente, significa que existe um maior interesse dos sócios pela vida da coletividade?
A última assembleia geral foi muito motivadora. Ver o auditório do RCA cheio de sócios, deu-nos um alento ainda maior para levar avante o projeto submetido a sufrágio. Efetivamente, desde que fomos eleitos, fomos contatados por várias instituições, personalidades e empresas, que se mostram completamente abertas a desenvolver novas parcerias.
No entanto, não posso deixar de reconhecer o extraordinário trabalho que António Rocha e as suas direções desenvolveram, ao longo dos últimos 12 anos, na recuperação financeira, técnica e tecnológica do RCA. António Rocha merece o devido reconhecimento e uma palavra de agradecimento pelo trabalho efetuado no sentido de manter viva a "Voz da Terceira".
É claro que não esquecemos a forma abnegada como os funcionários e colaboradores do RCA têm contribuído.
A todos muito obrigado pela paixão que nutrem pelo nosso Rádio Club de Angra.
Para além daquilo que o RCA tem para oferecer aos seus ouvintes diariamente, estão previstas iniciavas de âmbito social e cultural?
Uma das nossas prioridades passa pela renovação e rentabilização do auditório do RCA com a realização dos mais variados eventos socioculturais.
Está na génese do RCA dar esse tipo de contributo à sociedade terceirense.
Acima de tudo, é fulcral voltar a incutir nos atuais e nos novos sócios da instituição que o RCA é um clube, de sócios e para sócios e amigos, aberto à comunidade em geral. Queremos vivamente reafirmar essa característica.
Noutra vertente tentaremos associar o nome da instituição a uma marca "RCA", que seja procurada para a realização de eventos diversos no exterior.
Queremos o RCA de volta à rua, ao contato com as pessoas, e tudo faremos para que isso seja alcançado com sucesso, através do potencial humano que temos, em funcionários e em colaboradores.
O RCA é conhecido como a "Voz da Terceira" e durante décadas chegou a todas as ilhas dos Açores. Considera possível que o RCA consiga recuperar a importância que teve até surgirem as denominadas rádios locais na década de 80 ou entende que se deve avançar por um caminho que tenha em conta a nova realidade concorrencial?
Os novos tempos apresentam-nos desafios aliciantes.
Mas também é certo que as imposições legais colocam entraves à expansão, por si só, da "Voz da Terceira". É nesse sentido que falamos em parcerias e sinergias com outros OCS.
Agora, temos que ter capacidade para atrair novos colaboradores, que tragam conteúdos diferentes à antena, associando a grelha de programação a datas e eventos que justifiquem emissões especiais (para além da manutenção das típicas e incontornáveis transmissões do Carnaval, das Sanjoaninas, dos ralis e outras provas desportivas, e retomando a cobertura das Festas da Praia).
É também imprescindível reestruturar a imagem da rádio na internet e nas redes sociais, até como forma de chegar às nossas comunidades emigradas.
Temos que melhorar os serviços informativos, nomeadamente ao nível da captação de novos colaboradores e novo público.
Já por várias vezes foi vaticinada a morte das rádios. Mas a rádio é uma companhia para todos nós que - já se provou - não se substitui.
Temos ambição, vontade e garra para levar por diante este projeto, e estou certo que a Ilha Terceira e os Açores continuarão a reconhecer o importante papel do RCA.
Tomaram posse esta tarde os novos órgãos sociais do Rádio Club de Angra (RCA), uma equipa liderada pelo jornalista Pedro Ferreira, eleita no passado dia 22, numa concorrida Assembleia Geral da histórica instituição.
O novo presidente revelou-se “pronto para trabalhar, em prol de uma casa que possui um passado importante e que temos de salvaguardar. Queremos dar um novo rumo à instituição, cativando novos colaboradores e avançar com uma grelha de programas mais atrativa e abrangente".
A reformulação da vertente publicitária, uma nova relação com os associados e a busca de novas parcerias são outros pontos a enaltecer do programa proposto pela nova direção, hoje empossada.
Fundado a 3 de abril de 1947, o RCA ganhou um importante estatuto na sociedade terceirense e açoriana, tendo sido peça fundamental em várias situações da História recente do arquipélago, um estatuto que Pedro Ferreira quer “recuperar”, voltando a dar à instituição “o papel social de verdadeiro clube, porque o RCA, mesmo sendo gerido como uma empresa, é dos seus sócios e dos seus ouvintes. E é nessa abertura à sociedade que vamos apostar”, concluiu.
A nova direção é assim presidida por Pedro Ferreira, dela fazendo também parte Miguel Sousa Azevedo, Francisco Câmara, Maria Luísa Figueiredo, Pilar Belerique e Lídia Góis.
A Assembleia Geral é agora formada por Arnaldo Ourique, Alberto Soares e Manuel Conde Bettencourt, e o Conselho Fiscal da coletividade está a cargo de Nuno Melo Alves, Eduarda Borba e Mário Aguiar Rodrigues.
Pormenores da bonita e pacata Ermida do Senhor Santo Cristo das Misericórdias, na Vila de São Sebastião (Angra do Heroísmo), que visitei esta manhã.
Mais um pequeno tesouro destas nossas ilhas...
O Rui (Vasco) Melo foi meu colega durante um ano, no Liceu. Sentámo-nos ao lado um do outro, não necessariamente com os melhores resultados académicos, em quase todo esse tempo. Com 15/16 anos de idade, bem distantes da realidade atual - e refiro-me até aos jovens de hoje -, pareceu-me sempre que ele era um poço de talento e habilidade. E o tempo encarregou-se de confirmar isso. Da pintura à música, o Rui é hoje um vulto inegável da nossa cultura...e a sua criatividade amadureceu. Instalando-o numa posição que só os predestinados tocam.
Pois é, e hoje, ao ver que ele tem - penso - um novo site, logo corri a publicitá-lo - pode acompanhar-se AQUI... -, afinal ali pode apreciar-se uma já extensa obra. Marcada e atual. Porque aquele Rui do 10º ano - cenário 2 é hoje um artista dos bons. Mesmo.
E para não alongar a prosa, aqui fica este "Big Blue", de 2005, obra que vi pela primeira vez - e salvo erro - exposto na Praia da Vitória. Lembro-me de, na altura, ter entrevistado o Rui - e fica aqui a promessa de uma conversa, em breve - para um noticiário da Rádio. É um quadro impressionante de movimento e coerência. Quase um quadro correto. E, também por isso, ficou-me (para) sempre debaixo do olhar...
Este ano, e ao que se sabe pela primeira vez desde 1925, não haverá o habitual espalhafatoso cortejo que antecede a tradicional Tourada dos Estudantes. Assim, na praça, na tarde do sábado de Entrudo, haverá apenas a junção de alguns números cómicos com um treino aberto ao público, por parte do Grupo Juvenil de Forcados da Tertúlia Tauromáquica Terceirense.
Ou seja, na prática, não haverá Tourada dos Estudantes, e isso deve-se à falta de inscritos - e mormente de interesse - dos estudantes angrenses para tal efeito. Ainda foi formada uma Comissão, que até incluiu elementos femininos - uma situação inédita naquela longa tradição - para tentar levar adiante o evento. Mas que não conseguiu reunir gente nem apoios. Aliás, e reportando-me a outros anos, alguns já distantes, o cortejo e a tourada costumavam juntar cerca de 70 pessoas. O número de inscritos para aceder a essa tradição ultrapassou muitas vezes os 100. Este ano, havia menos de 20 interessados. O que diz muito sobre o estado das coisas...
Ainda assim, e no passado sábado, teve lugar a tradicional Tenta, no antigo Tentadero "Rego Botelho", ao Cabrito.
Por acréscimo, e embora de forma inédita, deverá haver uma versão mais reduzida do famoso Cartaz da Tourada, com a sua crítica mordaz e as habituais quadras, que costuma ser distribuído em Angra antes do Carnaval. No sábado que vem, terá ainda lugar a costumeira Volta à Ilha, anunciando a festa, sinal de que nem tudo estará perdido.
Mas também lembro que, nos últimos anos, o evento perdeu muito do seu cariz taurino, com a parte séria (cavaleiros, bandarilheiros, forcados) a resumir-se quase exclusivamente às pegas. Segundo a opinião de alguns antigos elementos do famoso certame carnavalesco, esta crise pode ser passageira, daí que se deva apoiar a manifestação em curso, que pelo menos prova ainda haverem interessados, mesmo que poucos, na Tourada dos Estudantes.
Sobre este tema, falei hoje de manhã, no programa "Interilhas" (Antena1/Açores), com o Sidónio Bettencourt.
A conversa está disponível abaixo:
Pedro Ferreira, jornalista, 32 anos, é o novo presidente da direção do Rádio Club de Angra (RCA), tendo a lista que encabeçou vencido as eleições realizadas na passada sexta-feira, e que levaram à histórica coletividade cerca de 60 associados.
O novo presidente do RCA aposta em "dar um novo rumo à instituição, recuperando a sua função de clube com um importante papel recreativo e social na Terceira e nos Açores. Mesmo sendo gerido como uma empresa, o RCA continua a ser um clube, e isso tem de se refletir na sua ação. O RCA tem de se voltar a abrir às pessoas", afirmou.
Para isso, Pedro Ferreira acredita que será possível, "cativar novos colaboradores e criar uma grelha de programas mais atrativa e abrangente". A reformulação da vertente publicitária, uma nova relação com os associados e a busca de novas parcerias são outros pontos a enaltecer do programa proposto pela lista que venceu as eleições do dia 22.
Ao ato eleitoral concorreram duas listas, sendo que a vitória coube à lista B (liderada por Pedro Ferreira) que recebeu um voto a mais (30-29) que a lista A (encabeçada pelo atual presidente).
Da direção liderada por Pedro Ferreira, que tomará posse no decorrer desta semana, estão também os nomes de Miguel Sousa Azevedo, Francisco Câmara, Maria Luísa Figueiredo, Pilar Belerique e Lídia Góis. A Assembleia Geral é agora formada por Arnaldo Ourique, Alberto Soares e Manuel Conde Bettencourt, e o Conselho Fiscal da coletividade fica a cargo de Nuno Melo Alves, Eduarda Borba e Mário Aguiar Rodrigues.
Peça no Noticiário de ontem da Antena 1/Açores - AQUI
- conclui que quase ninguém aprendeu, nestas últimas semanas, que "Rãs" é o plural de "Rã". E que a freguesia nortenha de Vitorino Silva, o "Tino", se chama "Rans"...
- aplaudi, entusiasmado, a subida de 0,3% do candidato Sequeira-das-lunetas...
- só esta noite percebi que António Costa, sendo líder de um partido e primeiro ministro, acha que conta por duas pessoas. Daí que tenha apelado ao voto em dois candidatos. O que se veio a revelar fisicamente impossível...
- acho que a pessoa mais simpática - talvez mesmo porreira - na sede de campanha de Sampaio da Nóvoa, era o próprio Sampaio da Nóvoa...