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PORTO DAS PIPAS

miguel sousa azevedo - terceira - açores

PORTO DAS PIPAS

miguel sousa azevedo - terceira - açores

Comunicação social da Terceira perdeu equilíbrio...

28.08.13, MSA

João Afonso, em entrevista ao DI, jornal que também fundou...

O desaparecimento do jornal diário "a União" retirou equilíbrio à comunicação social terceirense. A afirmação é de João Afonso, escritor, poeta e decano dos jornalistas locais. Cofundador e primeiro chefe de redação do Diário Insular, o consagrado escriba foi homenageado este sábado pela Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, e não tem dúvidas de que "a inexistência de concorrência no campo da imprensa é claramente negativa", pois "há temas e uma perspetiva que eram d' a União'", resumiu em entrevista ao "DI" de hoje.
Aos 90 anos, e depois de uma longa carreira, como jornalista e também bibliotecário, João Afonso explica que a crise que assola os meios de comunicação social privados da Região tem apenas uma solução: "fazer mais e melhor". E temos de concordar com ele. Divulgar e noticiar são artes nobres, que nem sempre contentam todos mas que, exercidas com brio e lisura, se tornam imunes às críticas e às invejas. É que, nos tempos que correm, a crítica e a inveja valem bem mais que o consenso e o reconhecimento.

Tenho em João Afonso um exemplo pleno de retidão. Um retrato de vida, muita dela traçada sob um regime de censura moral e intelectual numa realidade que é bem menos distante dos tempos que correm. Quer queiramos ou não, o medo espreita a cada porta, e é na opressão que muitas vezes o poder vai sendo exercido. A semanas de um ato eleitoral autárquico, onde se demonstram as valências, mas também os constrangimentos, da governação local e de proximidade, essa opressão aparece sem pedir licença. Esperemos que a comunicação social se ponha ao largo dela...

 

Vida.

26.08.13, MSA

Se a vida é um cúmulo de buscas, é de manhã que a procura se inicia.

Imunes ao sol, ou à falta dele, devemos sorrir a cada dia.

Imunes ao vento, que nos leva os intentos, devemos tentar proteger olhos e coração das poeiras levantadas.

Imunes ao tempo, que desgasta e quase magoa, devemos-lhe apenas uma breve explicação. Sem confundir demais os elementos...

Miguel Bettencourt: A terapia da imagem

26.08.13, MSA

O Miguel, durante a entrevista ao DI...

Miguel Bettencourt, angrense a residir na Praia da Vitória, é informático de profissão. Quando quer refugiar-se das coisas do quotidiano, pega na máquina e regista, livremente, aquilo de que mais gosta. O resultado dessa terapia está exposto no Clube de Oficiais, até setembro.

 

É o responsável pela exposição "Fronteira, transição", patente no Clube de Oficiais da Base das Lajes. Trata-se, aliás, da primeira vez que mostra o seu trabalho. Como é que surgiu esta oportunidade?

A verdade é que eu não estava à espera desta oportunidade, porque nunca fotografei com o intuito de expor. Pensava nisso, mas não a sério. Perguntavam-se se estava nervoso e expectante e eu dizia que não, porque isto nunca me tinha passado pela cabeça. Esta exposição surge através do capitão Pedro Horta, do Clube de Oficiais Portugueses. Ele próprio é um apaixonado pela fotografia, mas pela fotografia pinhole. No Dia Mundial da Fotografia Pinhole, o capitão Pedro Horta organizou um workshop e durante esse momento começámos a falar, nomeadamente sobre a hipótese de expormos. Depois de ter hesitado, acabei por aceitar.

E o que é que o fez hesitar?

Material eu tenho, até demais. Tive de fazer várias pré-seleções antes de chegar à seleção final de 15 fotografias; a primeira tinha cerca de 120. O que não foi simples, durante esta fase de escolha, foi o facto de não me surgir nenhum tema para a exposição. Expor fotografia de paisagem não me cativa particularmente; lembrei-me de fazer uma mostra com fotografias de Angra, que tem um potencial enorme, mas seria uma pena não aproveitar o momento para expor fotografias das duas cidades; depois lembrar-me que já que ia expor imagens das duas cidades, poderia ainda mostrar fotografias de Lisboa, que tem uma luz magnífica. Depois achei que não havia uma ligação. Nessa fase comecei a escolher simplesmente fotografias de que gosto e cheguei à última pré-seleção com cerca de 30 fotografias, que enviei para um grupo restrito de amigos e conhecidos, que me deram a sua opinião. E cheguei às 15 fotografias sem ter nenhum tema. Tinha fotografias soltas e pareceu-me que ficava um bocado vazio.

E como é que chega a este título: "Fronteira, transição"?

Chega-se a este ponto em conversa com o José Maria Oliveira, uma pessoa que conheci na ilha, porque ele viveu cá cerca de dois anos e meio. Comecei a tentar procurar uma ligação entre estas fotografias, porque a sensação que eu tinha era a de que não tinha escolhido estas imagens ao acaso, que não era só uma questão de gosto. Não sou muito espiritualista, mas acho que nem tudo na vida são coincidências. O José Maria Oliveira dizia-me, então, - e eu já o tinha admitido -, que a minha fotografia é, em parte, a visão da insularidade, da fronteira física que a insularidade nos impõe, e da fronteira enquanto seres em constante aprendizagem. Fiz uma interpretação das imagens tendo em conta esse fio condutor. O José Maria, que tem uma grande sensibilidade fotográfica e conhece muito bem a fotografia que faço, começou a interpretá-las também à sua maneira. E de tudo isto surgiu este tema, "Fronteira, transição", sobre as fronteiras físicas das ilhas, as fronteiras emocionais do seu ilhéu, e a transição, aquilo que somos e que nos vamos tornando ao longo da vida. Entretanto, lembrei-me que seria interessante lançar um desafio aos visitantes: para que não tenham um papel puramente passivo, convidá-los também a interpretarem o que veem. A graça está exatamente aí: nem toda a gente olha para as coisas com a mesma capacidade de interpretação. O José Maria ofereceu-se para escreveu o prefácio e eu também quis lançar-lhe um repto, para que ele próprio fizesse a interpretação do que está exposto.

Como é que começa este percurso na fotografia? É um autodidata?

Sou, não tenho formação académica na fotografia. Fiz dois workshops de iniciação à fotografia digital. Lembro-me de ser criança e de o meu pai ter - já não tem, porque agora sou eu que a tenho - uma máquina, Canon, analógica, que provavelmente terá comprado em Lisboa, antes de ir para a Guiné. O meu pai tirava sobretudo fotografias de festa, de família. Lembro-me de pegar na máquina e de fazer uns registos, de tentar perceber o que era a fotografia. Estamos a falar de uma altura em que não havia disparos infinitos, havia rolos, e houve uma vez que estoirei com um rolo inteiro, o que deixou o meu pai um bocado chateado. Foi na fase da adolescência que comecei a ficar mais desperto para a fotografia, não de uma forma ativa - comecei a fotografar bem mais tarde, há cerca de quatro, cinco anos -, mas de uma forma passiva. Apreciava, ia à Biblioteca Municipal e requisitava livros sobre o assunto... Com cerca de 18/19 anos, comprei dois ou três rolos e decidi que ia tirar fotografias, para depois as revelar a preto e branco. Fui para o Porto Martins, para a zona da Ponta Negra, e comecei a fotografar. Saíram umas coisas interessantes, outras nem tanto, mas acima de tudo fica a memória de uns dias bem passados a fotografar.

E o que é que o fez começar a fotografar regularmente?

Foi, antes de mais, um passatempo. Entre trabalho e família, que são dois elementos necessários e bons, os tempos livres não devem ser só passados em casa, a ler, a ver televisão e à frente de um computador. Já olhava a minha volta e via a realidade em modo fotográfico. Sem falsas modéstias, penso que já tenho algum "olho para a fotografia" e espero que venha a ter a mais. Isso treina-se, tem a ver com as nossas vivências, experiências de vida, com a forma como olhamos para as coisas, aquilo que lemos e ouvimos... Entretanto lembrei-me que, como gostava de fotografar, poderia começar a fazê-lo mais a sério, mas sempre como hobby. Mesmo sem a lente eu já fazia fotografia, já tentava perceber o enquadramento das coisas... Comprei uma máquina fotográfica, substituí a minha compacta. Ao fim de um ano de evolução e aprendizagem comprei outra, que me satisfizesse mais, com mais pontos de foco.

Tem um blogue de fotografia onde vai mostrando os seus trabalhos. Quem o visita percebe que gosta de fotografar de tudo um pouco. Como caracterizaria, ainda assim, o seu trabalho? É instintivo ou racional?

Tem uma mistura das duas coisas. Gosto muito de fotografia de rua, do movimento, das expressões, mas admito que tenho um problema grave a fotografar pessoas, porque o ideal para mim é abordar e perguntar se posso fotografar. No entanto, há momentos em que damos esse passo e isso estraga o momento, perde-se a espontaneidade. Mas gosto de fotografar a dinâmica da cidade. Também gosto de paisagem, não como cartão de visita, mas aquilo que me diz alguma coisa: o Porto Martins, o interior da ilha, as Quatro Ribeiras. Gosto de fotografia minimalista, embora tenha começado há pouco tempo. Gosto do conceito, gosto daquilo que ela pode transmitir. Também gosto de fotografar animais, gatos sobretudo.

E o que é que o fez criar este blogue?

Fi-lo para expor o meu trabalho, para mostrar aquilo que faço. Também consigo perceber, através dele, a minha evolução. Antes do blogue dedicado à fotografia tinha um blogue pessoal, que mantenho, e onde publicava esses registos. Não é que tenha surgido a necessidade de separar as duas coisas, foi mais por uma questão de organização. Quando criei o blogue para a fotografia reeditei as imagens mais antigas, no Lightroom. Notei que nos enquadramentos, por exemplo, havia imagens, as primeiras que publiquei, que poderiam estar diferentes.

E tem a tentação de voltar aos mesmos lugares para fazer os mesmos trabalhos?

Depende. Há cenários onde vale a pena voltar para fotografar, porque existe uma dinâmica: se é à noite, se é à tarde ou de manhã, se tem ou não movimento. Há fotografias que quero repetir, mas há outras que são únicas, são momentos. Independentemente do resultado, se ficou ou não aquém daquilo que eu queria fazer, foi aquele momento que captei e não vale a pena insistir no cenário para tentar obter o mesmo objetivo, ou outro. No plano da paisagem há cenários que vale a pena fotografar mais do que uma vez, porque as condições são outras. O nosso clima tem uma dinâmica constante.

Percebe-se também que gosta de fotografar os Açores, que têm essa dinâmica e diversidade de que fala. Se pudesse escolher qualquer lugar para visitar e fotografar, onde iria?

Em Portugal gostava de fotografar Trás-os-Montes, onde estive há muito tempo e onde tem havido uma grande evolução; e a cidade do Porto, que é muito diferente de Lisboa, mas também muito fotogénica. No mundo, gostava de fotografar o deserto, por ter poucos elementos. Ainda assim, qualquer sítio onde me sinta bem, onde seja bem recebido, onde me sinta confortável para fotografar, tanto faz.

Falávamos, há pouco, da democratização da fotografia. Hoje quase todos podemos ter uma máquina e fotografar. Qual é a sua opinião sobre isso, nomeadamente ao nível da qualidade?

Acho que é bom para a fotografia, desde que as pessoas se respeitem, não se atropelem umas às outras - e falo de profissionais, amadores, entusiastas -, e tenham gosto naquilo que estão a fazer, seja uma fotografia mais cuidada ou uma imagem do aniversário dos filhos. Tomara todas as formas de arte estarem ao alcance das pessoas como está a fotografia. A democratização é ainda importante para motivar e trabalhar o potencial das crianças no que concerne à capacidade criativa que elas possuem, capacidade que é muitas vezes desvalorizada, nomeadamente no atual modelo de ensino básico.

E quanto à edição das imagens, qual é a sua opinião sobre esta questão?

A edição é uma necessidade. Há mitos e confusões em torno disto. Muitas vezes as pessoas perguntam-me se edito e, quando o fazem, estão a pensar na manipulação da imagem. É preciso separar o trigo do joio. Se a manipulação for feita num trabalho de moda, numa revista, com um objetivo específico, não critico. No entanto, se for uma fotografia no contexto do fotojornalismo, e já houve vários casos, condeno-a vivamente. Na fotografia como faço, quem quiser manipular fá-lo, que não quer não o faz. Eu não o faço. Mas a edição de imagem é necessária. Quando tiramos uma fotografia, se o fizermos em modo automático, a máquina cria um ficheiro que resulta da edição da imagem que a própria máquina processa. Quando fotografamos no negativo digital da fotografia, os ficheiros ficam com mais informação mas têm de ser revelados para extrair a informação que pretendemos. Tento, na medida do possível e dentro dos meus conhecimentos, quando fotografo e quando tenho tempo para fazê-lo, fazê-lo de forma a ter que editar o menos possível. Eventualmente será necessário mexer no contraste, nas sombras ou na temperatura e eu encaro esse processo como uma revelação.

O que é que faz com os seus registos? Guarda-os, partilha-os?

Algumas revelo, outras partilho no blogue ou com amigos. Muitas vezes faço fotografia não só porque gosto do cenário, mas porque me faz lembrar alguém ou algum momento, e nesses casos mostro-as. Guardo-as todas. Já tive dissabores quando não as guardei. Tive a experiência de, no início, quando comecei a fotografar, tirar alguns registos, não gostar e eliminá-los. Depois pensei que na altura a fotografia não tinha potencial, mas depois poderia passar a ter. Estou a fartar-me das fotografias bonitinhas. Não tenho desenvolvido muito, em termos práticos, essas imagens, mas aprecio cada vez mais a fotografia crua, aquela que tem uma beleza que não é tão fácil de entender.

O importante, então, é ir fotografando enquanto quiser, enquanto puder e gostar...

O importante é fotografar enquanto passatempo, enquanto terapia, porque a fotografia permite-me momentos de concentração, e quando estou concentrado estou a refletir sobre aquilo que estou a fazer. Quando o faço se calhar também reflito sobre o que sou, sobre o meu papel, sobre aquilo que me rodeia. O meu objetivo é simplesmente esse.

 

(entrevista ao Diário Insular deste domingo)

5m à Porto...

25.08.13, MSA

Rui Moreira, em mais uma ação genuína de proximidade.

 

Enquanto uns - em tantos concelhos deste país - pagam rendas e contas...

Ainda vale a pena a Terceira?

22.08.13, MSA

As portas falsas do Castelo...símbolo da nossa valentia...

Os tempos mais recentes têm feito crescer um sentimento de impotência no povo terceirense. Mau grado estarmos em período de férias e festas, portanto a gastar todas as energias acumuladas - sempre que o Carnaval nos deixa... - durante o inverno, e mesmo sabendo que em pleno arraial a última coisa que nos aflige é a perda notória da importância da nossa terra, o certo é que, lá no fundo, o terceirense percebe que o estão a tramar.

Aliás, a queixa nem se mostra isolada, pois as provas do esvaziamento da terra dos bravos vão sendo bem mais transversais que a alegria de veraneio que, ano após ano, nos invade. E à qual ainda damos resposta de mesa posta, pelo menos entre os que sobrevivem aos sacrifícios da porta aberta e ao incómodo de desconhecer o futuro. Seja ele qual for.

A questão põe-se a vários níveis e, na cópia premente do discurso de alguns políticos e agentes sociais, poderia aqui elencar o que vai saíndo de fininho da ilha lilás, o que vai rumando à capital do império sob o carimbo de qualidade do nosso executivo regional, ou mesmo levantar o véu a alguns propósitos quase crueís do que se pretende retirar a esta paragem central do arquipélago das descobertas. Mas não vou por aí.

Pergunto claramente aos terceirenses se acham que a sua (nossa) terra ainda vale a pena? Se ainda é lícito e atrativo viver na sombra de um suspiro superior, que nos foi arrancando bem mais que uma Base das Lajes, só em metade da última década. Parece exagero, mas não é. Nesta Região de velocidades díspares, onde o conceito de Coesão é um disfarce amorfo para a falta de vontade no progresso conjunto, já nem a história da locomotiva dos tempos de Mota Amaral cola. As ilhas mais pequenas já não vão a reboque de nada nem de ninguém. Tão só porque, simplesmente, lhes vão atirando migalhas em forma de betão e fachadas frondosas, num rebuçado a longo prazo, que vai ter sabor amargo. Mesmo que não o sintamos no imediato.

Os exemplos sucedem-se, e já bloqueiam o acesso a coisas que considerávamos um ganho emérito da Autonomia. Que é uma coisa um tanto indefinida, mas que os mais velhos usam para justificar as lutas e as reivindicações, enquanto os mais novos a vão refundando até à exaustão. Esperando, possivelmente, que caia do pedestal de um regime que definha.

É nos tempos difíceis, e como se costuma dizer, que mais claramente vemos quem são os nossos verdadeiros amigos. Mas também é uma verdade que, muitas vezes, os nossos piores inimigos estão confortavelmente instalados dentro de portas. Ou, como costumava dizer uma pessoa próxima, "os piores, são sempre os de casa"...

 

Miguel Fonseca (umas palavras)...

20.08.13, MSA

Descansa em paz, Miguel...

Somos gente de terras pequenas e, como tal, vão fazendo parte das nossas vidas famílias inteiras. Hoje, uma família de amigos perdeu um dos seus e, claro está, perdi também um amigo.

O Miguel Fonseca foi um amigo, irmão dos meus amigos, que conheci desde sempre. Foi o chefe das corridas de bicicletas no meu final de infância, o bom conversador, o dirigente estudantil e depois o bem sucedido empresário. Faltou-lhe tempo para tudo que imaginou, numa terra que penso nunca aceita bem os seus, quando primam pela inovação dedicada a tempo inteiro. Qualquer que seja o seu mote.

Descansa em paz, "Faneca". Cá tentaremos tratar dos nossos amigos...

Regresso à estrada...

19.08.13, MSA

Super Especial Cabo da Praia...

Fotos: António Bettencourt

 

No passado sábado regressei à sempre apetecida condição de navegador de ralis, acompanhando o Lisuarte Mendonça na Super Especial Cabo da Praia, a terceira prova pontuável para o novo Challenge Open Açores a cargo da Olavo Esteves Competições. Era a primeira prova dele - a contar - com o Saxo Cup ex-Marco Silva, um carro que conhece bem, pois acompanhou o Fernando Meneses em várias provas naquela mesma viatura, e desde a primeira ligação percebi que há máquina e piloto para fazer coisas (mesmo) muito engraçadas.

Num traçado rápido, e do qual tanto piloto como navegador tinham recordações firmes, foi logo nas primeiras curvas que surgiu um obstáculo incontornável, e que dava pelo nome de segunda velocidade. Com efeito, e pese embora todo o esforço que o Lisuarte fez para dominar da melhor forma o fogoso Saxo Cup, sem aquela mudança é impossível fazer uma prestação ao melhor nível. Especialmente num percurso com várias travagens fortes e as necessárias reduções de caixa a terem de ser precisas. Mesmo assim, e corrida a primeira passagem, averbamos o 5º tempo, cientes dos vários segundos perdidos nas indecisões daquele órgão mecânico. Sem grande coisa a fazer, foi aguardar que o problema não se agudizasse...exatamente o que não aconteceu! Segunda passagem e algumas travagens queimadas, agora com a mudança a não entrar de todo. Cinco segundos a mais no cronómetro e a decisão de parar por ali, afinal só se poderia estragar mais...

Ficou a perfeita sensação de que lutar pelo pódio teria sido perfeitamente possível. E o desejo de que, daqui por duas semanas, e caso o Lisuarte consiga a deslocação, vamos estar com ânimo redobrado na 1ª Super Especial Ilha das Flores, onde o desconhecimento do percurso fará, certamente, sobressair quem melhor se aclimatar aos ares ocidentais. Até lá e um obrigado sincero ao meu piloto de ocasião e a quem ajudou em mais esta participação, numa tarde muito bem passada e com andamentos muito rápidos de várias equipas.

 

Super Especial Cabo da Praia...

Uma travagem queimada...

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