Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

PORTO DAS PIPAS

miguel sousa azevedo - terceira - açores

PORTO DAS PIPAS

miguel sousa azevedo - terceira - açores

O "face-lifting"...

21.09.11, MSA

O Porto Martins e a sua nova fisionomia...

Tal como as pessoas, também as localidades se apresentam por vezes de "cara lavada", com novas cores, as tais novas valências que o progresso impõe e que, amiúde, também desfiguram qualquer pacata paragem de uma qualquer região. No caso em apreço, e face à ligação sentimental e visual que me liga ao antigo curato do Porto Martins, agora vetusta freguesia do pujante concelho da Praia da Vitória, até já me apetecera desabafar antes, logo que começaram a crescer as colunas gigantescas que iriam albergar as ligações de construção do novo pavilhão desportivo da localidade, que não da zona que isto agora é uma fartura tal de pavilhões que só mesmo as lesões de esforço serão aceites como escusa de praticar desporto de manhã à noite…

Nem me vou alongar muito nas emoções vividas ontem, ao passar pelo recém-inaugurado investimento, mais uma das centenas de valias que esta região rica e poderosa tem criado, por si só um fluxo aglutinador de gente, actividades, saúde e bem-estar para a população da freguesia que mais me diz ao coração em todo o mundo. Pensei em publicar uma “tradicional” foto de antes-e-depois, mas seria pouco para o que me dói a alma sob a imensa mancha urbana e desordenada em que se transformou a terra do Visconde. Por entre os muros onde ainda crescerá alguma uva “jaqué”, resistirão suspiros de memórias do que outrora foi um lugar aprazível, saudável, discreto, pleno de belas construções e, acima de tudo, agradável ao olhar. Por mor dos benefícios aos actuais habitantes, e por respeito à imensa qualidade que as gerações vindouras tirarão do dito e estrondoso pavilhão desportivo, multi-ususo e afins, abstenho-me - como me abstive até agora… - de comentar a sua localização, a sua necessidade, a sua quase-obrigatoriedade em sede (sede, de beber, de sorver…entenda-se) eleitoral constante. O que para outros é um marco desse progresso corrosivo e gastador, para mim é um escarro na paisagem. Mas isso, é para mim...

Está quase!

20.09.11, MSA

Lomba e mais 100!...

Foto: Rodrigo Bento

 

Está aí à porta mais um rali, no caso o 33º Rali Ilha Lilás/Além Mar. Sem tempo - nem grande pachorra... - para aqui partilhar tudo que vou escrevendo ou desabafando noutras plataformas e sítios, fica um "cheirinho" da parte rápida do troço São Sebastião/PIAH, desta feita reduzido em algumas centenas de metros, com início na Canada da Quinta. É pouco mais de um minuto, e só aqui com o tipo a debitar as notas, mas já dá para espevitar!...

 

Em cima dos acontecimentos...

07.09.11, MSA

O original mostruário dos cartõezinhos...

Há dias, numa acção de trabalho, estive em duas unidades hoteleiras de Angra do Heroísmo. Numa delas, e como já vira noutras da nossa ilha, pude comprovar a presença de um original expositor, valência que muitas casas do ramo ostentam, em jeito de divulgação das ofertas lúdicas para os turistas que nos visitam, oferecendo por isso um conjunto de úteis cartões de visita das mesmas. A iniciativa nasceu de uma das várias e activas entidades que gerem os destinos do nosso turismo, daí também o máximo apreço a relativizar pela dita.

No caso em apreço, e que se repetirá amiúde por outras portas e recepções - afinal a oferta dos cartõezinhos iniciou-se aí há uns quatro anos -, havia igualmente quatro dos frisados cartões a reter (assinalados na foto...) com atenção. Três de estabelecimentos de diversão que já encerraram, e outro anunciando o festival "Angra Jazz"...de 2007. Nada como estar em cima dos acontecimentos para dar a conhecer a ilha lilás e suas congéneres açorianas a quem por cá passa...

Em nome do Vinho...

05.09.11, MSA

Festa, música e vinho...

Uma tarde de sábado como só um Setembro fora de tempo nas pedras escuras dos Biscoitos sabe dar. A entrega e a dedicação em preservar os usos e costumes dos nossos avós, acarinhados pelos anos, tão vivos hoje que se entranham nesta forma de ser ilhéu…e que neste sábado tinham o aconchego do vinho aos corações como mote.

Foi a vigésima edição da Festa da Vinha e do Vinho, uma iniciativa com o cunho do Grupo de Baile da Canção Regional Terceirense, na companhia dedicada do Museu do Vinho – da família Brum – e da Fundação Inatel. Ingredientes, os de sempre, os dos ares da colheita da uva, do seu transporte, da sua pisa e início de formação do néctar dos anos seguintes, num mosto que misturará emoções. As cores da tradição brilharam novamente no norte da Terceira, com locais e forasteiros a poderem apreciar como se faz, o gosto com que se faz, e como se quer continuar a fazer…falando depois as taladeiras pela boca do verdelho fresco e do cheiro doce, que se saborearam no jantar da vindima, de mãos dadas com iguarias da terra e do tempo. Antes da música se fazer ouvir. Em nome do Vinho…

 

XX Festa da Vinha e do Vinho

A solidariedade instantânea...

01.09.11, MSA

RTP-Açores...a nossa?

Desde logo esclareço que sou contra a medida - penso que era isso, uma medida... - anunciada anteontem pelo ministro Miguel Relvas, dando conta da intenção tutelar de passar a "janelas" de poucas horas diárias as emissões dos canais regionais de televisão, no caso a RTP-Açores e a RTP-Madeira. E faço esta ressalva para que não achem estranho que até encontre alguma lógica no ameaçado corte, como também considero que os restantes canais estatais são um sumidouro de dinheiro, característica na qual, aliás, bem acompanham todas as outras empresas públicas da lusa pátria, assim como as suas administrações regiamente pagas e os excelentes bólides em que as respectivas aconchegam os traseiros.

Assim, e perante uma situação visível de ruptura num país que parece só saber produzir prejuízo, impõe-se ao governo da república cortar a direito - não confundir com cortar à direita... -, tentando fazer com que alguma coisa funcione, afinal esta conversa do Estado de direito em que os serviços públicos estão todos na falência divina não alimenta e, nos dias que correm, há pouco alpista para tanto "passarão" na berlinda.

Vai daí, e feito o anúncio, um pouco a despropósito pois integrou-se numa outra discussão, e os bons dos açorianos desataram a correr em defesa do seu canal regional. Tão só e tantos os mesmos que, durante anos, criticaram de alto a baixo tudo que o mesmo emite, revelaram à boca cheia que nem as notícias viam, que tudo era uma data de gente que não produzia, que só sabiam retransmitir o que os outros faziam, que só davam coisas de São Miguel, que em causa própria nunca estavam em cima do acontecimento. E mais isto, e mais aquilo. Ou seja, em menos de 24 horas, o ministro Miguel Relvas, que deve apenas ter relativizado os custos brutais de cada canal face aos poucos – e envergonhados… - telespectadores assumidos, conseguiu criar uma onda de solidariedade arquipelágica como nunca se viu em tão pouco tempo. Por mero acaso, são esses os mesmos açorianos – e açorianas, para não me acusarem de falar com tons de direita… -, que pagam e calam uma brutalidade de cada vez que querem sair de avião das ilhas; que calam e pagam um serviço de transportes marítimos que não lembra a ninguém pelo desperdício efectivo; que pagam e calam um sem-número de empresas públicas regionais que eles próprios desconhecem o que fazem; que calam e pagam ao ver os sobrecustos incríveis de tudo quanto é obra pública, remodelação, requalificação ou pincelada que se dê nestas ilhas de bruma; e que pagam bem calados – porque nas ilhas de bruma convém mesmo é o bico calado e os olhos semicerrados… - a vida de rico que as mesmas levam, aventando-se que há dinheiro a mais e um saber infindável no recurso aos fundos comunitários e aos seus infinitos itens, alíneas e prorrogativas. De uma decisão, certamente impensada face à realidade, até porque mexe com bem mais que um simples acerto de horários, e que foi tomada de fora para dentro, nasceu a solidariedade instantânea. Divulgada de dentro para fora, por mor de um espírito de união que os açorianos não têm pois, como lá fora, também só pensam em si e na forma de se governarem. Enquanto quem nos lidera de camarote fez já exactamente o mesmo, e tenta agora tirar dividendos políticos – também instantâneos – de toda a incapacidade anterior em mudar o circo que é este país de descobridores…