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PORTO DAS PIPAS

miguel sousa azevedo - terceira - açores

PORTO DAS PIPAS

miguel sousa azevedo - terceira - açores

Passeio de Outono pela ilha…

05.11.10, MSA

Imagem de um passeio do TAC, nas Sanjoaninas de 2009...

Foto: Ricardo Laureano/RL photo

Depois da azáfama de várias provas desportivas, sector onde também os automóveis clássicos locais estiveram em foco – se bem que mais no papel de anfitriões que de participantes… -, é tempo de se apreciarem as paisagens de um Outono que tarda, com as folhas das árvores a quererem mudar de cor bem mais depressa que a recuperação encetada a algumas das máquinas que amanhã vão regressar à estrada. Com efeito, e no ano em que comemoram os 35 anos do TAC, a secção de Clássicos do clube volta a juntar a caravana das viaturas mais “idosas” da ilha, sendo o desafio novamente “um passeio agradável em que, se o tempo permitir, as belas vistas da nossa ilha farão parte do roteiro”, diz Adriano Pontes, um dos responsáveis pela equipa que põe de pé os eventos dedicados àquele tipo de automóveis entre nós.

“A concentração dos concorrentes será pelas dez da manhã, no Terceira Mar Hotel, seguindo-se um passeio em caravana pelo litoral”, adianta, informando que, “vamos até à Serra do Cume”, local onde o panorama poderá ser colorido pelas vetustas máquinas, “rumando depois ao local de almoço, desta feita com uma churrascada no restaurante A Africana, na Vinha Brava”, explica Adriano Pontes.

O passeio poderá ainda servir “de São Martinho antecipado, pois vamos, naturalmente, ter castanhas, mas depois do almoço a novidade será mesmo uma pequena prova de slalom, que deverá ser feita em piso de terra”, revela. Para a tarde, os concorrentes poderão também contar “com a projecção de um vídeo sobre o recente Rali de Clássicos que se realizou entre nós”, disse ainda Adriano Pontes sobre o “Passeio de Outono” certame que, como habitualmente, deverá reunir algumas dezenas de automóveis, com as inscrições serem feitas até hoje à noite, na sede do TAC. Como habitualmente nestas andanças, “a UNIÃO” irá fazer a reportagem por dentro de um clássico, sendo assim reais as sensações da reportagem a publicar no início da próxima semana…

Liberdades (crónica)

03.11.10, MSA

Liberdade de imprensa, uma item da hierarquia mundial...

Não sei bem por que motivos mas, nos últimos tempos, a imprensa local registou um considerável crescimento nos seus artigos de opinião. Numa quantidade que, possivelmente, demonstra mesmo a vontade dos leitores em se afirmarem como autores das linhas de pensamento que guiam a sociedade, uma tendência tão mais clara quando as conotações partidárias são fio comum por entre as diversas personalidades da escrita em jornais ou revistas, no que se pode aferir como um uso constante da liberdade de expressão nos nossos meios de comunicação. Isto cingindo a presente crónica aos jornais, uma vez que esse espectro de opinantes é tão mais filtrado aos inatingíveis patamares da rádio e da televisão, mas sempre com a permanência do emblema do partido em jeito de anexo à legenda com o nome. A questão põe-se no campo do jornalismo por si só, da qualidade de fazer passar informação, de confrontar a notícia posta a correr com a realidade, com a arte de inserir a deixa no seu contexto e de a saber fazer vingar como válida para a comunidade. E aí, sinceramente, penso que os dados actuais são peremptórios e que deixam dúvidas ao campo das dependências e influências.

Portugal, segundo a classificação de um estudo avançado pelo “Repórteres Sem Fronteiras”, tem vindo, ano após ano, a cair na tabela do item “liberdade de imprensa”. O facto é por si só preocupante, ainda mais quando à frente da pátria lusa, que é a 40º da lista mundial, se encontram a Namíbia (22º), o Ghana, o Mali e Cabo Verde (26º), a Namíbia (22º), o Chile (33º) ou a África do Sul (38º). Isto sem desprimor para nenhum daqueles países, e atentando que a lista encerra 178 bandeiras do planeta.

Mas o certo é que, como é já tradicional e esperado, os países onde a liberdade de imprensa é um valor mais defendido, são mesmo os escandinavos (Finlândia, Islândia, Noruega), os anglo-saxónicos (Reino Unido, Irlanda, Austrália, Nova Zelândia e Canadá), os do centro da Europa (Áustria, Alemanha, Suíça e Luxemburgo), ou mesmo os Estados Unidos. Realçando-se ainda que a maior praça financeira do Extremo-Oriente, Hong Kong, também se situa adiante de nós, mesmo se sob a administração comunista e ditatorial da China. Aliás, Letónia, Eslováquia, Lituânia, Polónia, República Checa, Hungria e Estónia, tudo países que já viveram sob o regime comunista, estão também classificados antes da 40ª posição nacional. 

Li algures que a liberdade de imprensa distingue os países democráticos dos do terceiro mundo. Pelo que, ao nível da publicidade institucional e das teias do poder acopladas à feitura de notícias, destaques e opiniões formatadas, muito haveria para escrever. Não fossemos, ao nível desse verdadeiro ranking da liberdade, colegas de “pote” de potências livres de opressão como a Papua Nova Guiné, o Burkina-Faso, a Tanzânia, a Bósnia ou Taiwan…simpático país a quem compramos tanta coisinha boa. 

Um Poema para o dia 3 de Novembro de 2010

03.11.10, MSA

SOBRE O POEMA - Herberto Hélder

 

Um poema cresce inseguramente
na confusão da carne,
sobe ainda sem palavras, só ferocidade e gosto,
talvez como sangue
ou sombra de sangue pelos canais do ser.

 

Fora existe o mundo.
Fora, a esplêndida violência
ou os bagos de uva de onde nascem
as raízes minúsculas do sol.
Fora, os corpos genuínos e inalteráveis
do nosso amor,
os rios, a grande paz exterior das coisas,
as folhas dormindo o silêncio,
as sementes à beira do vento,
— a hora teatral da posse.
E o poema cresce tomando tudo em seu regaço.

 

E já nenhum poder destrói o poema.
Insustentável, único,
invade as órbitas, a face amorfa das paredes,
a miséria dos minutos,
a força sustida das coisas,
a redonda e livre harmonia do mundo.

 

— Embaixo o instrumento perplexo ignora
a espinha do mistério.

 

— E o poema faz-se contra o tempo e a carne.

Legenda.

02.11.10, MSA

A presidente eleita e o ex-presidente...

(Dilma) - E agora, Lulinha. Cumé qui é qui eu vô fazê?

(Lula) - Não stressa, muié. A gente vá dá um jeito. A gente vá dá um jeito...


SE Serra Cume: E Marco Veredas venceu!

01.11.10, MSA

Marco Veredas e Tomás Pires acabaram por vencer... 

Foto: Ricardo Laureano/RL photo

Conta-se em breves palavras a história da terceira e derradeira prova do troféu de super-especiais que comemorou os 35 anos do TAC, e que juntou cerca de vinte equipas no percurso ascendente do troço Fontinhas/Serra do Cume. Nas duas passagens cronometradas, foi visível a superioridade de Hermano Couto e Nelson Dinis que, com dez quilómetros contabilizados, “abriram” um fosso de 18,7 segundos para Marco Veredas/Tomás Pires, cujo Saxo Cup foi incapaz face aos (muitos) cavalos do Lancer EVO8. Acontece que, no final, e numa atitude precipitada, a experiente dupla do Mitsubishi retirou o carro do parque fechado antes de esgotado o tempo regulamentar. O resultado foi a infeliz desclassificação, e Veredas viu cair-lhe no colo uma vitória que na estrada, e como o próprio sublinhou, não obtivera. Assim, a equipa vencedora, na hora de receber os prémios, quis partilhar o momento com os seus colegas de modalidade, num gesto bonito e que encerrou da melhor forma uma jornada com alguns percalços. Na estrada, e como se viu, os dois primeiros estavam definidos, até porque Artur Silva, que já chegara com atraso ao parque de partida, viu o motor do Saxo vermelho roubar-lhe a hipótese de vencer um troféu que liderou desde a primeira prova, e isto depois de ter batido Veredas por quase 5 segundos na “subida” inicial. Assim, os melhores VSH começavam a rondar o pódio, onde Carlos Andrade poderia também ter entrado, não fosse um furo na segunda passagem, que o atirou para oitavo. Seria então um muito eficaz Ricardo M. Moura a juntar o segundo lugar à vitória entre os não-homologados, muito bem secundado por Hélder Pereira, o piloto do AX GTi, que em 2010 assinou uma época de primeira, vencendo este Troféu à geral (ver caixa) e, antecipadamente, os VSH da Taça de Ralis do Grupo Central. A elasticidade dos motores franceses e a agilidade de ambas as viaturas foram trunfos bem marcados, aos quais se juntou o abandono de Paulo Veredas (semi-eixo na PE1), e também o furo de Jorge Sousa, que ainda foi sétimo no final. Entre eles, mais duas boas presenças de Fábio Fontes e de Bruno Corvelo, que encerraram o Top-5 na frente do sempre regular João Paulo Simões. António Ortins levou o pequeno Yaris até ao nono lugar, batendo o melhor Clássico, novamente o Escort de Adelino Sousa, que não se livrou de um susto enorme na entrada do empedrado da Serra do Cume. Nas últimas cinco posições Duarte Veríssimo ficou na frente da aguerrida Cecília Augusto – de novo a dar o “toque” feminino à função… -, de Artur Borges, Roberto Pires, e do estreante (ao volante) André Avelar, com este a assinar um momento caricato, ao levar com uma das folhas de notas que Tiago Mourão, o seu navegador, ia arrancando após uma divertida utilização das mesmas! Pelo caminho, e por despiste, ficaram João Silva, Paulo Oliveira e Francisco Costa, com a assistência a este último a demorar demais e a mostrar as carências da prova nesse sector. Uma tomada de tempo com pouco espaço no final da classificativa também seria um ponto a rever, mas esses são pequenos itens de uma lista de sucessos com que o TAC atingiu três décadas e meia de vida. E a história, não só desta prova, tem-nos mostrado isso mesmo…

No final a tebela ficou assim... 

"Onboard": Só um furo atrapalhou…

O reluzente Corolla GT e mais uma experiência por dentro da emoção... 

Fotos: Jorge Silva/DI Motor

Foi de novo com o maior prazer que o repórter se fez navegador para cumprir mais uma animada jornada, desta feita com o gosto especial de tripular uma máquina como o Toyota Corolla GT de Jorge Sousa, piloto que se mostrou novamente seguro na condução de um carro difícil, mas cujas sensações transmitidas são, de facto, do melhor. Um equilíbrio em curva impressionante, e um “cantar” afinadíssimo dos 1,6 litros Twincam são apenas dois predicados de um carro que entusiasma. O que não acontecia propriamente face a um traçado que já sabíamos penalizador para a longa relação de caixa, mas onde assim mesmo a prestação foi bastante boa. Infelizmente um pneu descolado da jante, depois de uma entrada um nada tarde na vala do gancho da Serra do Cume, veio a estragar a hipótese de uma melhor classificação, que o quinto tempo à geral da segunda passagem confirmou sem grandes riscos. Uma atravessadela de fotografia no empedrado, logo a abrir, e uma sucessão de pequenos slides controlados foram o sumo de nem sete minutos de competição, que valeram bem vestir um fato emprestado e tentar entoar as notas de andamento sem hesitações.

Pelo caminho, e naquelas conversas de ligação que acabam por valer o sentido de equipa, recordamos que, há cerca de 20 anos, o Jorge já tinha brilhado ao volante, então num circuito organizado pela JSD – no saudoso traçado do paiol do Cabrito – onde uma inesperada participação com um Opel Corsa até motivou um tempo à frente de um miúdo chamado Gustavo Louro, que então debutava com talento para a carreira que hoje se conhece. Fica um agradecimento ao Jorge Sousa pela lembrança e os parabéns, extensivos ao seu irmão Adelino, pela insistência de fazerem correr os automóveis das nossas infâncias e nostalgias… e que o público bem gosta de ver passar – bem conduzidos – na estrada.

Mesmo com o furo, houve sorrisos no final...

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