![Obstáculos reinam na actualidade motorizada micaelense...]()
Algo vai definitivamente mal no reino dos ralis micaelenses, sendo de facto estranhas as notícias que, amiúde, se vão espalhando, e sendo que em tempos de crise a comunicação social resolve sempre focar esta ou aquela actividade com mais ênfase. Pois, nos que toca aos ralis, a coisa não é diferente, mesmo se foi de todo esquisito ouvir, em entrevista concedida à RTP-Açores, o presidente do Grupo Desportivo Comercial (GDC), Francisco Coelho, a confirmar que o clube organizador do SATA/Rali Açores colocou a continuidade da prova na dependência do reforço de meios que os patrocinadores privados e as entidades oficiais possam disponibilizar à sua comissão organizadora. E foi esquisito, porque todos sabemos que a “alfinetada” é dirigida ao governo regional, e que no dia em que pelos lados do Palácio da Conceição se resolver “fechar” a torneira não haverá “SATA” para ninguém. Isso sim, é um dado adquirido. Com a prova micaelense já incluída no calendário provisório do IRC para 2011, é de facto tempo de assegurar os financiamentos e os meios para viabilizar o exigente caderno de encargos do promotor do campeonato IRC, o canal “Eurosport”.
Até aqui tudo bem, pois já sabemos que estas guerras de palavras até nem têm corrido mal para os lados do GDC, isto a ver pelos desenvolvimentos mais recentes em torno da maior prova desportiva da região, e mesmo se, de todo, desconhecemos os contornos financeiros sob os quais a mesma se vem realizando. Mas a verdade é que, alguns dias depois do anúncio oficial do cancelamento da derradeira prova do calendário de 2010, – o Rali da Lagoa, a que agora de repente se passou a chamar Rali de Outono -, o mesmo Francisco Coelho declarou que “para o ano já há interessados em patrocinar o rali”. Isto sem divulgar nomes, apenas revelando que há mais que uma entidade interessada em apoiar a prova. Ora, para bom entendedor nem tantas palavras seriam necessárias, pois estando a prova deste ano pronta no papel, e não se tendo realizado por motivos financeiros, a declaração em causa é o que se chama “chutar a bola para a frente”, mesmo se a gíria futebolística nem sempre “cai” bem nos ralis… Sobre o outro rali às mãos do GDC, o da Ribeira Grande, Francisco Coelho afirmou que há interesse por parte da câmara municipal nortenha para continuar a apoiá-lo, isto mesmo se algumas informações parecem apontar em sentidos completamente opostos.
Enfim, sem jeitos para conclusão, lamenta-se o sucedido e o que está para suceder, isto numa altura em que pilotos como Sérgio Silva e Pedro Vale, apenas e tão só os homens que acompanharam Ricardo Moura no pódio final do campeonato deste ano, já vieram a público referir que o “SATA” não é imprescindível aos ralis de São Miguel. E realmente, o tal efeito “eucalipto” da prova rainha, que um colega destas lides já referiu, está no seu auge, ameaçando extinguir as provas mais pequenas na ilha do Arcanjo, tudo porque nestes Açores se acostumou as gentes a andarem mais que as pernas…e sempre suportadas nas instâncias oficiais. Que nem sempre estão para aí viradas…