Foram precisos três anos de intenso trabalho, alguns sacrifícios e momentos de azar, para a sorte estar por uma vez do nosso lado e podermos gritar CAMPEÕES!!!
É certo que falta o Tribunal de Apelo da FIA julgar o recurso do Nasser Al-Attiyah, mas acredito que tudo se irá manter e que o nosso título vai ser confirmado.
À partida para a Austrália sabíamos que ficar no pódio era suficiente para não dependermos de terceiros, mas logo na fase inicial do rali, na abordagem a uma ponte, demos um toque por baixo que danificou o apoio do turbo e o motor deixou de trabalhar na perfeição. Para além disso, as suspensões também não funcionaram como esperávamos, pelo que a tarefa ficou dificultada.
Com o abandono do (Eyvind) Brynildsen passámos a precisar apenas do quarto lugar. Na tentativa de não deixarmos fugir os adversários, quase deitámos tudo a perder com uma saída de estrada, em que a sorte esteve do nosso lado e conseguimos prosseguir sem grandes problemas, excepto termos perdido muitos segundos para a concorrência.
No último dia a estratégia passava por segurar o quinto lugar, que adiava a decisão para Gales, com a esperança que algo se passasse na nossa frente. E a sete quilómetros do final da última especial vimos o carro do (Toshi) Arai parado e a tentação de começar a festejar foi grande, mas o Miguel colocou água na fervura, pois era preciso terminar o troço.
O título é um prémio para um projecto sério e pensado em conjunto com os nossos patrocinadores. Tenho de agradecer ao Miguel (Ramalho), meu navegador desde a altura do Troféu Saxo, todo o apoio que sempre me deu e o fantástico trabalho que tem desempenhado ao longo de todos estes anos, a toda a equipa e aos meus patrocinadores, TMN, Galp e MCA, que acreditaram em nós desde o início e tiveram agora a recompensa desse apoio. Agora é tempo de festejar, para depois começar a trabalhar a pensar no futuro.
Para a semana vamos alinhar no Rali do Centro e espero ver muito público a acompanhar a nossa participação, onde procuraremos dar o melhor espectáculo possível.
Muito obrigado pelo apoio que sempre me deram.
Resta esperar pelo dia 6 de Outubro para que a FIA confirme o nosso título, pois acredito que é isso que vai suceder.
PS- Este espaço bem poderia ter sido preenchido com uma pequena entrevista ao Armindo Araújo, afinal a quase certa obtenção de um título mundial abriu os olhares da nossa comunicação social generalista para a carreira fora de portas do nosso piloto e amigo de há alguns anos. Em vez disso achei melhor recuperar, uns dias depois, a crónica que o próprio Armindo escreveu para o site “Ralis Online”, espaço mantido há longo tempo pelo nosso companheiro de lides Paulo Homem, permitindo aos leitores de “a UNIÃO” a leitura de uma mensagem na primeira pessoa, uma vez mais com dedicatória a preceito. Em termos pessoais resta aguardar o desfecho federativo de um caso que as “férias” de Agosto deixaram, incompreensivelmente, arrastar Verão fora.
No passado fim-de-semana, e à distância, muitos milhares de adeptos portugueses passaram a derradeira noite do Rali da Austrália “agarrados” aos computadores para saber que sorte teria a dupla portuguesa nos Antípodas. Pois, desta feita - e finalmente -, a sorte esteve do lado das cores nacionais. Pelo que fica o abraço de congratulações ao Armindo e ao Miguel, esperando que haja apoios para outros, e mais altos voos, caso contrário tudo poderá ser um retrocesso numa carreira que, convém recordar, tem somente nove anos. Parabéns, campeões!
Que adianta dizer-se que é um país de sacanas?
Todos os são, mesmo os melhores, às suas horas,
e todos estão contentes de se saberem sacanas.
Não há mesmo melhor do que uma sacanice
para poder funcionar fraternalmente
a humidade de próstata ou das glândulas lacrimais,
para além das rivalidades, invejas e mesquinharias
em que tanto se dividem e afinal se irmanam.
Dizer-se que é de heróis e santos o país,
a ver se se convencem e puxam para cima as calças?
Para quê, se toda a gente sabe que só asnos,
ingénuos e sacaneados é que foram disso?
Não, o melhor seria aguentar, fazendo que se ignora.
Mas claro que logo todos pensam que isto é o cúmulo da sacanice,
porque no país dos sacanas, ninguém pode entender
que a nobreza, a dignidade, a independência, a
justiça, a bondade, etc., etc., sejam
outra coisa que não patifaria de sacanas refinados
a um ponto que os mais não são capazes de atingir.
No país dos sacanas, ser sacana e meio?
Não, que toda a gente já é pelo menos dois.
Como ser-se então nesse país? Não ser-se?
Ser ou não ser, eis a questão, dir-se-ia.
Mas isso foi no teatro, e o gajo morreu na mesma.
Excelente perspectiva do desempenho da dupla do Citroen Saxo Cup com as cores do Team Praia da Vitória, em grande ritmo na PE Porto Martins/Contendas do recente Rali Ilha Lilás/Além Mar. Apreciem...
Parece que nem passou o tempo, desde uma troca de sorrisos num Novembro distante, desde o abraço sentido em dias de chuva, desde o piscar de olhos marejados numa tarde de verão em que convidámos a alegria e a amizade para nos acompanharem.
Tudo porque há amores assim. Intemporais e sinceros. De entrega e cumplicidade. Onde as dádivas são de saudar e os maus momentos para passar e esquecer. Juntos num pôr-do-sol de mar. Que dura e dura.
Com o coração em pleno funcionar de saudade constante, levas daqui umas linhas, que se traduzem à letra num beijo e num carinho. Os que trocamos na nossa caminhada de crianças crescidas.