4ª Corrida Feira de São João'2008-28 de Junho.
(Notas)
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(Notas)
Felizmente para os adeptos do futebol-espectáculo, a Espanha sagrou-se ontem, em Viena, Campeã Europeia da modalidade. Perante uma Alemanha musculada mas pouco eficaz, os orientados de Luis Aragonês "abriram" o livro e mostraram porque foram, desde cedo, apontados como favoritos para a competição da Aústria e da Suiça. Um golo apenas no jogo decisivo acabou por revelar-se uma margem escasa para a manifestação clara de que as entre as duas equipas, e as duas filosofias de jogo, existia um fosso por demais visível. Um guarda-redes protentoso (Casillas), uma defesa potente (com Puyol no comando), um miolo de jogo onde Iniesta (fantástico...!), Xavi e o possante Marcus Senna fizeram a diferença, foram argumentos que os alemães não souberam sequer entender, quanto mais contrariar no terreno. Ganhou o futebol e, provavelmente, a melhor equipa do torneio. Olé, España!
Tenho um amigo, o "RL", que usa habitualmente a expressão para se despedir, para acabar um recado, simplesmente para nos fazer sentir que devemos estar bem com o que temos e que há quem esteja sempre bastante pior.
É o modo dele de ver as coisas. E até concordo na substância. Curiosamente, esta manhã e depois da última turbulência nocturna das festas da nossa cidade, a expressão apareceu, por outros amigos e até por caras novas: "Graças a Deus". Sem sentidos étnicos ou significados religiosos, a frase (que até já se chamou oração...) encerra em si calma e vida. Dá alento a qualquer conversa...encerra-a e acalma. Mesmo de manhã a seguir a um pequeno almoço desnoitado. Graças a Deus...
Desde as "Sanjoaninas" do ano passado pude ter toiros ao pé da porta de casa...ou quase lá. Explico-me melhor referindo que, embora pela infância e juventude abaixo a tourada das Festas da Guarita fosse sempre motivo de emoção, a verdade é que a casa dos meus avós maternos (na Rua Dr. Henrique Braz), onde sempre residi na Terceira, fica nas Avenidas da Pedreira e, como tal, tourada por aqueles lados era coisa do século passado...e bem lá para trás, antes das casas e das oficinas. Assim sendo, foi com uma enorme curiosidade que aguardei, em 2007, pela feliz iniciativa de se recuperar a tradição de uma tourada da dita segunda época, e que era feita na zona da antiga Pedreira, agora somente a zona das Avenidas...
E a verdade é que se saldou por um enorme sucesso, desde o nível humano ao impacto visual, voltar a ter toiros onde agora se estende a Avenida Infante D. Henrique, então pejada de pessoas, com bancadas colocadas ao longo do arraial e a habitual animação da festa brava. Mau grado nunca ter tido toiros à porta de casa, nem a mínima tradição familiar de grandes festanças dentro de portas, fica-me um tanto de nostalgia por ouvir falar das Avenidas à boca miúda e agora como arraial. É que aquela zona da cidade tem, quase toda, a assinatura urbana do meu avô, que fez a casa onde sempre vivi na Terceira e que, embora não fosse homem de touradas, gostava da boa vida. E nestes dias onde ela impera em Angra, sinto ainda mais saudades do seu traço...
Há umas semanas atrás (e como já puderam ler) alinhei, com os meus amigos Duarte Monteiro e João Paulo Simões, no 6º Passeio de Clássicos do Terceira Automóvel Clube. Esta manhã recebi, pelo email companheiro do Luís Dores, um video da nossa prestação no Slalom final do evento onde, como já aqui compartilhara, o peso do Renault 18 não deu para milagres (até porque aí já seria a "nabice" do piloto a entrar em acção...). Mas até nem foi mauzinho de todo. Ora vejam...
Foi na passada segunda-feira, e com apenas cinco concorrentes, que se disputou a terceira edição dos "Degraus d'Angra", uma original prova onde os atletas cumpriram a subida da Passagem Silva Sarmento, ligando o Jardim Público de Angra do Heroísmo ao obelisco da Memória. Pelo segundo ano consecutivo Jorge Nunes, atleta da Casa do Benfica da Ilha Terceira, venceu o desafio, desta feita com um fantástico recorde de 1m05,14 para os mais de 200 degraus. Só visto o ritmo do homem das Doze Ribeiras para aferir a valia do seu tempo!
A prova foi novamente integrada no programa desportivo das festas "Sanjoaninas", estando a parte técnica a cargo da sua equipa de desporto, sendo que apenas cinco atletas tomaram parte de um evento que proporciona imagens lindíssimas, com a proximidade do Trialto realizado no Domingo talvez a "roubar" alguns corredores ao mesmo.
De qualquer forma a corrida não teve história, com Jorge Nunes a dominar, e o segundo classificado, o seu colega de equipa Ricardo Costa, a ficar bem longe com 1m18,26. O pódio fechou com Ricardo Baptista (1m35,60), sendo que Paulo Mendonça, o quarto com 1m50,60, e o veterano Jorge Azevedo, quinto com 2m17,7, passaram a ser os unícos totalistas das três edições da prova.
Segundo o mentor do evento, Miguel Azevedo, os "Degraus d'Angra são uma prova difícil e talvez as festas, pelas muitas solicitações que todos têm, não sejam a melhor altura para os realizar". De qualquer modo não se aponta, para já, nenhuma mudança no certame, embora "a edição de 2009, a bem da sua continuidade, talvez se possa fazer noutra altura do ano, quem sabe se numa data comemorativa para a cidade", adiantou.
No mês de Agosto devem realizar-se os "Degraus da Praia" para, no dia 1 de Dezembro, "Os Montanheiros" repetirem a experiência conseguida dos "Degraus do Algar do Carvão".
Ufa, que dias para passarem com tanta coisa pelo meio!
Desde sexta-feira que Angra vive o habitual reboliço das Sanjoaninas. De manhã à noite...e daí, por vezes, até à manhã seguinte, a cidade está preenchida (da melhor forma ou não, isso aí já vai da opinião de cada um...) com diversos motivos de festa, juntando pessoas e afectos a toda esta movimentação, este ano dedicada à elevação da velho burgo, por via da sua importância estratégica nas viagens para o novo mundo, a património da humanidade. Também aí se poderá dar lugar à ironia, com uma distinção que tanta gente despreza, e outros maldizem pelas imposições legais a ela adstritas, a servir de mote para a festa. Será um render de evidências ou um esgotar nos temas para um modelo de festa que precisa, urgentemente, de ser revisto?
Quanto ao resto, das touradas de praça, com a afamada Feira de São João a proporcionar bons momentos, à espera de gado. Dos concertos às noitadas. Das provas desportivas com mais ou menos piada e disputas. Das marchas até aos cortejos, tudo vai passando em ritmo elevado. Assim como, desde logo, a saudade se instala nas ruas da cidade e nos cantos da nossa memória. A saudade de anos idos, de gentes ausentes, de recordações que se ficam pelos beijos no ar. E as saudades de ti, nesta canseira que vai sendo o São João...
Já está à venda a edição deste ano (a décima-segunda) da revista "Festa na Ilha", uma publicação anual da responsabilidade da Tertúlia Tauromáquica Terceirense. Contando novamente com muitos dos habituais colaboradores, a revista evoca as diferentes visões da festa dos toiros, implementando uma linha diversificada de olhares sobre as várias formas de aferir e divulgar o mote para a aficcion. Por aqui, deixo-vos o texto com, uma vez mais, marquei presença na revista dirigida pelo meu amigo Ildebrando Ortins. Olé também para ele.
-Miguel de Sousa Azevedo.
Por acaso este ano a coisa até “aqueceu” mais cedo mas, com o despontar de Maio, a Terceira abre as portas à época das Touradas à Corda. Em dia de festa os cheiros comuns à paixão dos toiros e do divertimento começam a fazer-se sentir um pouco por toda a ilha, num reboliço que só vai parar a meados de Outubro, e num ritmo constante ao qual os números referentes à últimas épocas têm sido comentados além fronteiras. Desde há algumas semanas o interior da ilha vive já a expectativa habitual desta altura, tendo havido diversas “ferras” e sempre com o “botar” de olho que os mais curiosos vão deitando às manadas dos seus “partidos” ou vizinhos de ocasião. Pouco falta para estalar o foguete que marca o arranque das primeiras emoções. Pouco ou nada para se contarem as primeiras histórias, enquanto 2007 se vai desvanecendo na memória. É que, na Terceira, e em festas e com toiros, vale a recordação. Mas vale muito mais o momento.
(Notas)
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Já falta pouco para rebentar a folia em Angra e para se esquecer as aflições e tristezas...deixadas em casa para rumar à festa e para se cumprimentar com alegria o São João que abençoa a cidade.
Angra, palco de outros tempos de importância e fulgor, vive nestes dez dias um tempo de clareira numa altura um tanto desunida e de norte fugidio. Agora vale tudo para sorrir e gozar estas horas de cor e beleza. E é para isso que se engalanou o velho burgo e se taparam os desgostos, descobrindo-lhe apenas o lado da saudade, dos braços abertos para receber os de fora.
De coração entregue aos sabores da maresia e da poesia popular. De olho nas outras paragens nacionais que a História classificou com destaque, esta Angra de arraiais e boa vida vai correndo singela num atlântico de ondas vãs. Mas quando nos pisca o olho e nos convida a dançar, ó aí haja barriga cheia e força nas pernas que o sol ainda demora a espreguiçar-se pela manhã. Fitem o mar e pensem nas recordações de outras madrugadas e cantigas. E vai ser um tal marchar pelos corredores da lua cheia.
Eu, por mim, suspirei ao São João que cá viesses, mas não deu. Pelo que sempre que sorrir será para ti. E Angra vai ser minha testemunha no Amor...
Por vezes há opções certeiras e que nos surpreendem pela positiva. A imagem em questão é um exemplo exactamente contrário a isso e retrata a "meia-tenda" que se decidiu implantar, com recurso a violentos estragos no caro piso do local, no Pátio da Alfândega para as nossas festas Sanjoaninas. Segundo já me foi dito a referida tenda, que alberga pequenos stands de venda de artesanato, veio por engano, já que a solicitada seria mais pequena. Vai daí e não houve meio termo, mas antes "meia-tenda" para pespegar bem no meio da sala de entrada na cidade, talvez num dos mais aprazíveis recantos desta Angra do património.
Fica assim estragada a vista para o mar, para quem vem da Rua Direita.
Fica assim estragada a vista da lindíssima, e bem recentemente pintada, Igreja da Misericórdia, para quem vem da zona no velho cais da cidade.
Fica assim estragado o fantástico final de percurso para os atletas (Down-Hill) do Angra Down Garden, que terão contornar a estrutura.
Fica assim estragado parte do piso que foi furado para receber o mamaracho.
E, finalmente, fica assim estragada toda a harmonia daquela zona da cidade, onde repousar os olhos no mar é primordial e instintivo. Como referi, por vezes há opções certeiras. Esta não o foi...
Pude dar voz à minha opinião numa peça jornalística da Antena-1. Reitero aqui o que disse, e espero que a atitude da equipa das quinas faça a diferença já que, em termos de potencial técnico e de futebol jogado, não tenho dúvidas de que esta selecção portuguesa está ao nível das anteriores (Alemanha'2006 e Portugal'2004), enquanto a sua congénere alemã é, visivelmente, inferior à equipa que, em casa, nos derrotou no jogo para o 3º lugar do último Mundial. Bem, mas -e nunca confiando demais - a verdade é que estes jogos são imprevisíveis até ao último instante, por isso resta instalar bem a alma lusitana na cadeira, encher um prato de tremoços de nostalgia, e pedir uma cerveja fresquinha (não da marca que apoia a selecção, que eu não vou em jogos publicitários...nem gosto de "Sagres zero"...).
P'ra correr estão lá eles. E acredito que o vão fazer na direcção certa. Assim o queiram Deco, Ronaldo, Moutinho...e Ricardo!