A Rota dos Ventos’2007, prova do Terceira Automóvel Clube, às mãos de Ricardo Costa e Nuno Rosado, foi um sucesso de visibilidade, com a parte competitiva a acompanhar o crescimento que o todo-o-terreno (entre duas e quatro rodas, incluídas as mais pequenas…) verifica por estas paragens. Mais de três dezenas de equipas aderiram à iniciativa, que foi composta por 3 etapas de navegação e 9 obstáculos de Trial.
Sexta-feira à noite e o exterior do T.A.C. impunha respeito pelas máquinas presentes. O parque de viaturas local mostra bem o empenho das equipas, havendo evoluções interessantíssimas de modelos de série, ou mesmo outros mantidos em condições excelentes e sem descurar pormenores. Rumo a uma navegação de quase cem quilómetros as coisas começaram bem para António Ventura, que manteve na etapa nocturna a tendência vencedora de 2006…e dos anos anteriores. Alguma lama “ameaçou” os concorrentes que, uns mais outros menos, se foram desenvencilhando das agruras do terreno e das dificuldades impostas pela média obrigatória. Bem cansados estavam organização, pilotos, controladores e ajudantes quando, já depois das três da madrugada, iam aportando ao ponto de chegada os jipes enlameados. Pelo caminho ficara o Vitara de Manuel Lemos, e o azar enviou dois furos ao jipe de Wilson Mendes, que “recolheu” um pouco mais cedo ao estacionamento. A prova sofreu um atraso de cerca de uma hora no seu decurso, isto porque um espectador mais entusiasmado não evitou um “atascanço” escusado em pleno percurso. A caravana teve de parar, surgiu a neutralização, e a situação não passou disso mesmo. E havia ainda muita “Rota” por “ventar”…
O segundo dia de prova juntou as várias componentes desejadas para o todo-o-terreno, com a vantagem de se ter associado as zonas urbanas, no caso a de Angra, à festa da modalidade, permitindo ao público menos atento um contacto com bonitas e diferentes imagens. A partida na Praça Velha, a passagem pelas escadas da Porta da Prata e a “voltinha” dada em pleno areal citadino, ali junto ao mar da Prainha, foram bem conseguidas e espera-se que para repetir.
Com a ligação Angra/Serreta a compor mais uma Navegação, com uma das “ratoeiras” a brindar o patrocinador do Troféu…que tinha um dos “alicates” de passagem mesmo dentro das suas instalações (!), tudo foi decorrendo dentro da normalidade…se a isso ligarmos os factos de um jipe ter deitado abaixo um muro de pedra, outro ter ficado sem uma roda, ou ainda um outro ter chocado de frente com um colega participante…pois os travões já lá tinham ido! Com as contingências habituais, e um traçado ritmado e do agrado de todos, o intervalo para almoço (com o habitual “catering” do Papagaio…) mal deu para descansar e já partiam os primeiros para a Navegação da tarde quando chegou à Serreta, 6 minutos após o fecho do controle, o sempre cuidado UMM de Rogério Soares…o único que foi lavado para partir reluzente da Praça Velha no Sábado! Os quilómetros que entraram pela noite dentro tiveram numa das saídas da “Pulpex” o palco privilegiado para um “atolanço” daqueles à antiga. Depois do Vitara de Wilson Mendes ter “preparado” o terreno, o Patrol de Marco Escobar ficou…até às portas, em combinação com a lama! Toca de usar guinchos e cintas, tendo estado três jipes envolvidos em puxar os que, seguidinhos, iam caindo na armadilha movediça. O Defender de Jorge Toste bem viu na bateria os custos de um reboque eléctrico…
Mas feitas as contas das três Navegações a vitória coube a uma equipa formada por dois navegadores! Exactamente Paulo Braz e José Ponte, com a “craqueira” ganha nos quads, que levaram a estreia da Pick-up Defender (que vai sofrer consideráveis evoluções no futuro…) a bom termo, ficando na frente dos campeões António Ventura/Manuel Parreira – a contas com duas balizas falhadas…- e do Suzuki Samurai de José Mendes e João Parreira (o campeão dos quads também aqui em bom plano). Ângelo Ventura e Samuel Pires ficaram próximos do pódio e Fernando Bartolomeu prosseguiu na regular carreira de 2006. Não sendo propriamente uma novidade a participação das mulheres no Todo-o-terreno, e recorde-se que já houve mesmo uma prova exclusivamente feminina na Terceira (isto já lá vai mais de uma dúzia de anos…), é de destacar a 21ª posição de Ana Braga, a dividir o potente Land Cruiser VX com António Areias (já habituado a companhias femininas nestas andanças…) e que se foram portando sempre muito bem com o avançar desta “Rota’2007”. Final das Navegações e um balanço muito positivo estava de caras apresentado.
Domingo foi, como de costume, o dia dedicado ao Trial. A manhã reservava 4 obstáculos a localizar por “way-points”, com um deles, as famosas “Laminhas” a ser cronometrado para um eventual desempate. De resto, dez minutos para cada “empreitada” e a opção de “suavizar” a contenda a ser bem conseguida pela organização. 16 equipas marcaram presença nas imediações do Aterro Sanitário com o público, especialmente na parte da tarde, a aderir de novo à festa do “TT”. Depois do almoço foram 5 os obstáculos, estes concentrados numa mesma zona, a ditarem a vitória de António Ventura.
Mais lesto no tempo que desempatou a tabela, Ventura liderou o grupo de 11 equipas a “zerar” os nove obstáculos, o que diz bem da eficiência das mesmas e da menor dificuldade encontrada. Wilson Mendes estreou em boa altura o Vitara com um segundo da geral, seguido de José Mendes, que aqui repetia a classificação dos dias anteriores. Manuel Sousa e Fernando Rosa, os “habitués” exclusivos do Trial, tiveram no tempo das “Laminhas” o inverso da eficácia demonstrada, o mesmo podendo ser dito de Paulo Toste ou mesmo do potente Wrangler de Raul Martins.
A época promete e esteve de parabéns a dupla que sucedeu a Leandro Rosado na feitura da “Rota dos Ventos”. A equipa de ajudantes deu conta do recado e as poucas peripécias foram resolvidas a tempo e horas. Foi um “vento” feito brisa agradável durante 3 dias…
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