Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

PORTO DAS PIPAS

miguel sousa azevedo - terceira - açores

PORTO DAS PIPAS

miguel sousa azevedo - terceira - açores

Um Poema para o dia 10 de Março de 2005

10.03.05, MSA
O TEMPO NÃO SABE NADA (Jorge Palma)

o tempo não sabe nada
o tempo não tem razão
o tempo nunca existiu
é da nossa invenção

se abandonarmos as horas para nos sentirmos sós
meu amor o tempo somos nós

o espaço tem o volume
da imaginação
além do nosso horizonte
existe outra dimensão

o espaço foi construído sem princípio nem fim
meu amor tu cabes dentro de mim

o meu tesouro és tu
eternamente tu
não há passos divergentes para quem se quer encontrar

a nossa história começa
na total escuridão
onde o mistério ultrapassa
a nossa compreensão

a nossa história é o esforço para alcançar a luz
meu amor o impossível seduz

o meu tesouro és tu
eternamente tu
não há passos divergentes para quem se quer encontrar

Felicidade e tendências...

08.03.05, MSA
Parece que hoje é o Dia da Mulher. Pouco me importa a data, até porque o meu relacionamento com as mulheres foi e é, desde sempre, cordato e de respeito. Acho inclusivamente que as ditas clivagens que existem na sociedade entre os dois sexos se devem bem mais às mulheres que aos homens. É que, por incrível que pareça (e de Portugal falo, pois é cá que vivo...), ainda há mulheres subjugadas completamente aos maridos e aos pais e que tomam como suas tarefas que deviam ser divididas e partilhadas. Nada tem a ver com conservadorismo ou tradição. Na minha óptica tem mesmo a ver com estupidez...

Adiante na conversa e as duas mulheres da minha vida são a minha Anita e a minha Mãe. E delas sei bem com o que posso contar. Um beijinho para as duas, já agora.

Decididamente acho que a maior parte das pessoas se dá mal com a felicidade alheia. No meu caso e da minha mulher já senti isso por diversas vezes. E como gosto que sintam inveja da nossa felicidade...

“Rondando” os famosos… (crónica)

07.03.05, MSA
JantarDeco.JPGFoi do alto dos meus dez anos que “cacei” os três primeiros autógrafos da minha pequena colecção. Estava, com a minha Mãe, numa fila de embarque para Lisboa (isto no Verão de 1985…ai tanto tempo que já passou…), quando me apercebi de três “famosos” que nos acompanhavam. Assim foram as assinaturas datadas dos cantores Marco Paulo e Alexandra, e do humorista Herman José – acabados de actuar nas “Sanjoaninas’85”, as últimas realizadas na Praia da Vitória –, as três primeiras de um conjunto a que nunca dei grande importância. Mas que fui fazendo crescer desde então.
Do Atletismo Fernando Mamede, Rosa Mota, Carlos Lopes, os Gémeos Castro (guardo também o diploma e a medalha de participação oferecidos por Dionísio Castro, aquando da meia-Maratona “Amores do Atletismo” de 1992), José Luiz Barbosa e Joaquim Carvalho Cruz, os pilotos de rali Joaquim Santos, Juha Kankkunen ou Markku Alen, Jorge Palma ou Kalu e Zé Pedro dos “Xutos”, Carlos Queiroz e a maior parte das estrelas recentes do F.C. do Porto são nomes de alguns dos “rabiscos” que mantenho em bom lugar. Nunca com grande esforço, mas sempre para preservar. É que os famosos têm um “ar” especial que me encanta e atrai.
Casadinhos de fresco em 2000, e passeando pela noite londrina sem destino certo, eu e a minha Anita (instalados no segundo piso de um tradicional “red bus”) avistamos, na entrada de um teatro da capital inglesa, a mediática Victoria Beckham a ser fotografada por dezenas de pessoas. Saímos na paragem seguinte e rumamos ao dito teatro para saber que “glamour” lá se espalhava. Era a festa anual da “Elle” britânica, com uma entrega de prémios de moda ou coisa que assim fosse e, logicamente, ficamos pela entrada. “Misturamo-nos” com os fotógrafos e jornalistas e, com a nossa pequena “Cânon Ixus” lá nos transformamos em repórteres de celebridades. Era impressionante a forma ordenada com que os muitos modelos e estilistas iam saindo das “limousines”, e se acercavam dos curiosos e dos jornalistas, para os quais pousavam em nítido esforço de brilhar mais do que a concorrência. Foi fútil e até cansativo. Mas uma experiência de “encher” o olho…
“Um Aniversário diferente…” deveria ser o título desta crónica. Para os mais atentos deixei, na passada semana, em aberto a explicação para a minha ausência no recente Porto-Benfica, que felizmente ainda se saldou por um empate que não comprometeu a ainda-distante-do-melhor equipa de José Couceiro. Pois tudo aconteceu na noite do jogo Porto-Inter, quando recebi um telefonema a dizer que ganhara um prémio dos “Sumólicos”. Fiquei surpreendido pois nada fizera que levasse a tal distinção. Mas rapidamente “deduzi” que era “obra” da minha Anita. De facto, em alturas do Euro’2004, ouvi falar num concurso. Apenas não sabia que ela me tinha colocado (no sentido literal da palavra…) como um grande consumidor do refrigerante que promovia o concurso. Nem muito menos que ganhara com isso um jantar com o Deco…no dia dos meus anos! Rapidamente cedemos a nossa presença no “Dragão” para não faltar ao repasto com o craque. Mas a verdade é que, na Segunda de manhã, o primeiro telefonema era a adiar o jantar. Em suma: Trinta anos no “pêlo”…e, nem “bola”, nem jantar para ninguém!
Tudo se recompôs com a nova data do jantar que se realizou na passada Quarta-feira, no Cais de Gaia. Tal como esperava, tal era o mote do concurso em questão, aquilo era “só canalha”, dois jovens mais “crescidotes”, eu, a minha Anita, e o staff da marca promotora do evento. A entrada de Deco em cena ficou marcada pelo primeiro aperto de mão a um miúdo de dez anos, que logo se pôs a gritar: “-Ele tocou-me! Ele tocou-me!”. O jogador do Barcelona (e, infelizmente, ex- F.C. Porto…) é um jovem tímido e simpático e foi isso que demonstrou nas duas ou três horas de convívio com as cerca de trinta pessoas que o aguardavam (entre as quais vários pais de premiados que nem saíram do restaurante…). De conversa serena e trato dócil o craque luso-brasileiro foi aconselhando alguns futuros jogadores das opções a fazer. Contou histórias mais antigas da sua carreira e revelou alguns episódios mais recentes e caricatos. Que tal o roupeiro do “Barça” que faz cópias perfeitas dos autógrafos de todo o plantel em alturas de maior “aperto”? Ou o desejo de terminar a carreira no Japão, rendido que ficou aos encantos do sol nascente? Ou a confidência de que, saído daquele jantar, teria de repetir a dose logo de seguida com Maniche que, disse Deco, ficava “ofendido sempre que estou cá e não janto com ele…”. Deco falou da grande estima que tem pela cidade invicta, revelando ser esse o único senão da sua adaptação à Catalunha. Além do clube e dos amigos e colegas, Deco diz ter deixado no Porto uma ligação muito forte às pessoas e à própria cidade. À qual volta sempre que tem “um tempinho livre”. Foi enfim o confirmar da boa impressão que o jogador sempre nos causara. E a prova de que a simplicidade marca pontos…tantos quantos os passes certeiros que, nas Antas, no Dragão, e agora no Camp Nou, vão fazendo deste Deco um dos maiores vultos do futebol mundial. Ali, sem equipamento nem público, Deco foi um jovem (mais novo do que eu…) sincero e amável. Palavra que foi assim. Não nos livramos da surpreendente visita do famoso “Emplastro”, que “agraciou” Deco e a restante plateia, com as suas frases de sempre e com poses para as fotos…feitas com os dentes na mão! Inesperada foi também a presença de uma equipa da RTP, que fez imagens da festa e entrevistou Deco. E aí confirmei outra coisa. O “tique” de passar a mão pelo pescoço quando está frente às câmaras é mesmo isso. Um “tique” nervoso. Que nada tem a ver com a frieza e a criatividade que Deco tem nos pés, e com as quais nos brindou e continuará a brindar nos relvados do Mundo. Obrigado Deco, provaste tudo o que achávamos.

O 17º Governo Constitucional:

04.03.05, MSA
Primeiro-ministro- José Sócrates.

Ministro de Estado e da Administração Interna- António Costa.
Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros- Diogo Freitas do Amaral.
Ministro de Estado e das Finanças- Luís Campos Cunha.
Ministro da Defesa- Luís Amado.
Ministro da Economia- Manuel Pinho.
Ministro do Trabalho e da Segurança Social- Vieira da Silva.
Ministro da Justiça- Alberto Costa.
Ministro da Saúde- Correia de Campos.
Ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e das Pescas- Jaime Silva.
Ministro das Obras Públicas- Mário Lino.
Ministro da Educação- Maria de Lurdes Rodrigues.
Ministro do Ensino Superior e Ciência- José Mariano Gago.
Ministro da Presidência- Pedro Silva Pereira.
Ministro dos Assuntos Parlamentares- Augusto Santos Silva.
Ministra da Cultura- Isabel Pires de Lima.
Ministro do Ambiente- Francisco Nunes Correia.

Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros- Jorge Lacão.

Um Poema (que é canção...) para o dia 4 de Março de 2005

04.03.05, MSA
A CULPA É DA VONTADE (António Variações)

a culpa não é do sol
se o meu corpo se queimar
a culpa é da vontade
que eu tenho de te abraçar
a culpa não é da praia
se o meu corpo se ferir
a culpa é da vontade
que eu tenho de te sentir
a culpa é da vontade que vive
dentro de mim
e só morre com a idade
com a idade do meu fim
a culpa é da vontade
a culpa não é do mar
se o meu olhar se perder
a culpa é da vontade
que eu tenho de te ver
a culpa não é do vento
se a minha voz se calar
a culpa é do lamento
que suporta o meu cantar

Debaixo das árvores

04.03.05, MSA
Apesar de adorar o sol e de necessitar (não é bem fotossíntese, mas quase...) dele em quantidade para estar bem, sinto um sossego diferente quando os momentos têm por tecto do mundo as folhas e as copas das árvores. Mais do que a sombra e o fresco são a luz filtrada e o ruído das ditas folhas a conversarem entre si que me atraem e descontraem por completo. Mesmo se estou só de passagem por debaixo de uma árvore, e tenho ao alcance das mãos as suas folhas mais baixas, raramente perco a oportunidade de tocá-las levemente...assim em jeito de cumprimento.

(des)governação...

03.03.05, MSA
Hoje senti-me (pela primeira vez na vida...) vítima directa da íncuria governativa e da escassez de qualidade de vida. Embora tenha já estado quase três anos sem conseguir arranjar emprego (parece fácil...mas só de escrever...) esta foi a face mais visível da triste "moeda" que se vive em Portugal. Depois de 9 meses em regime de prestação de serviços (recibos verdes em pomposa designação...) foi-me dito que passaria a ser trabalhador por conta de uma empresa de trabalho temporário...desde anteontem! São as consequências dos "arranjinhos" finais de um Governo que sabe virem aí fiscalizações apertadas. E que sabe não haverá S.A. de gestão a resistir-lhes...
Pela primeira vez, de há uns tempos para cá, fui o elo mais fraco. Adeus!

Pág. 2/2