A insegurança começa lentamente a aparecer nas hostes da coligação PSD/CDS-PP. Afinal, e ao contrário do que vinham apregoando, o tom altivo da antiga "laranja" de Mota Amaral está bem presente nos seguidores de Victor Cruz. Vamos é ver quão altivos (ou fartos de...) estarão os Açorianos daqui por uns dias...
A visita de ontem ao "Auto Clássico'2004", na Exponor, foi um regalo para as vistas. Para as dos amantes dos automóveis (clássicos ou não...) como eu, e até para os curiosos que ali puderam apreciar máquinas destes e de outros tempos. Presente num dos pavilhões esteve novamente o "MotorShow" (uma pequena pista onde os pilotos deliciaram o público presente), sem dúvida o "chamariz" de um certame cujo preço de entrada (7,5 euros) era, convenhamos, pouco cativante para os não-especialistas na matéria. Quanto às "bombas" presentes, e na impossibilidade de referir todas as que gostei, aqui vai um "Top-5", sem ordem particular, da minha predilecção: Fiat 131 Abarth, Porsche 356, AC Cobra, Ford RS 200(2) e Fiat Toppolino. No campo das acelerações do "MotorShow" impressionou-me o motor do Talbot Lotus de Paulo Manso e o Corolla Levin de Francisco Tavares, se bem que não tenha visto em acção os Escort de Joaquim Jorge e António Nogueira, nem o Audi S2 deste último. Isto sem esquecer a delícia que foi ver e ouvir o "eterno" Joaquim Santos ao volante de dois Escort RS da saudosa "Diabolique". Ainda de salientar o grande espaço onde conviviam peças, miniaturas, livros, autocolantes, emblemas, capacetes e outros motociclos que tais. Enfim, uma jornada para encher o olho e sonhar de forma mais "clássica" por uns dias...
Avivo no teu rosto o rosto que me deste, E torno mais real o rosto que de tou. Mostro aos olhos que não te disfugura Quem te desfigurou. Criatura da tua criatura, Serás sempre o que sou.
E eu sou a liberdade dum perfil Desenhado no mar. Ondulo e permaneço. Cavo, remo, imagino, E descubro na bruma o meu destino Que de antemão conheço.
Teimoso aventureiro da ilusão, Surdo às razões do tempo e da fortuna, Achar sem nunca achar o que procuro, Exilado Na gávea do futuro, Mais alta ainda do que no passado.
Há uns anos atrás, e à semelhança do que já fizera em várias mesas e cadeiras, peguei num marcador e escrevi o meu nome numa das colunas da entrada do Liceu de Angra. Era uma identificação engraçada (e que já muitos conheciam...) em que cruzava "Miguel"-na horizontal- e "Azevedo"-na vertical- pela letra "e" comum. Umas semanas mais tarde fui chamado ao Conselho Directivo da escola. O Presidente na altura, que eu conhecia há já uns anos, começou por referir-me que a escola ia ser pintada de novo e, como tal, tinham sido identificados os autores das "assinaturas" que "enfeitavam" o edifício, de modo a que os mesmos contribuissem para a tinta a comprar. Não me "desmanchei" com a intimidação e referi prontamente: - "Isso deve ser por causa do meu nome que está na entrada". O Presidente confirmou com a cabeça. E prossegui: "Ora bem, uma lata de tinta deve custar uns quatro ou cinco contos. Para cobrir o meu nome deve ser preciso aí uma colher de sopa de tinta azul. Se quiser posso dar já cem escudos...". O Presidente sorriu e deixou-me sair em "liberdade". Pintou-se a escola e, até hoje, não paguei nada...
Foi o que retive da primeira entrevista de Gustavo Louro após a conquista do título de Campeão de Ralis dos Açores'2004. Numa última prova imprópria para cardíacos a verdade é que o Terceirense acabou por conquistar o tão ambicionado "hexa". Problemas de travões durante a manhã e um furo logo no primeiro troço da tarde pareciam ter hipotecado qualquer esperança de bater Fernando Peres (que entretanto liderava já com alguma vantagem sobre Horácio Franco...), mas problemas mecânicos do piloto do Lancer EVO8 forçaram a desistência e Gustavo pôde respirar de alívio. Era grande a pressão para ambos os pilotos mas, e sendo que Gustavo é bem mais emotivo que Peres, este resultado acabou por autenticar uma verdade desportiva que alguns quiseram mudar de rumo. Não sou ignorante neste campo e, assim sendo, não posso deixar de considerar Peres o homem mais rápido na maioria das provas. Independentemente da amizade que tenho pelo Gustavo ou da irritação que Peres me provoca... No final do Rali da Lagoa mais uma vitória para o "eterno" Horácio Franco e mais um título a "voar" para a Terceira. E vão sete! Parabéns Gustavo. Parabéns Tiago! E parabéns a todos os que torceram por este triunfo.
Decide-se hoje o Campeonato de Ralis dos Açores'2004. Na ilha de São Miguel corre-se a última prova do calendário regional, o Rali da Lagoa, e que vai atribuir o título daquele que terá sido o mais disputado campeonato de sempre no arquipélago. Gustavo Louro lidera a tabela classificativa e tem 4 pontos de vantagem sobre o portuense Fernando Peres. Para o piloto de Angra bastará ficar em terceiro lugar, mesmo que Peres vença a prova. À espreita, na luta pela vitória no rali, estará o veterano Horácio Franco, piloto cujos azares foram impedindo de lutar pelo ceptro até final. Um campeonato onde se andou sempre muito depressa e onde se bateram todos os recordes de investimentos. A época será marcada por alguns tópicos a salientar: O polémico diferendo que opôs Gustavo Louro à Fábrica de Tabaco Estrela, seu antigo patrocinador, e que levou à vinda de Peres para disputar a época açoriana; O facto de, a partir de agora, os títulos poderem ser conquistados por pilotos de fora dos Açores; A subida de qualidade das organizações - com a prova a ser dada nas brilhantes avaliações do SATA/Rali Açores no Campeonato da Europa e na gradual melhoria dos outros ralis; e, uma vez mais, o forte ritmo de vários pilotos. Para além de Louro e Peres, Horácio Franco (com a "tenra" idade de 50 anos...) a superar todas as expectativas, e a confirmação (desnecessária, ainda assim...) dos valores Ricardo Moura, Carlos Costa ou Luís Rego. E 2005 parece ter muitas surpresas para revelar... Ao fim da tarde já se saberá quem sucedeu a Gustavo Louro. Se o próprio (atingindo a marca do "hexa"...), se Fernando Peres. Nem preciso dizer para onde "pende" a minha balança...
Será que me aceitam para uns dias de prestação de serviços na Administração da Caixa Geral de Depósitos? Nada de mais e até prometo sair ao fim de poucas semanas. Apenas o tempo suficiente para uma reformazita singela. Queria um gravador de DVD e uma boa câmara digital...e uns pneus para o meu Vitara! Dará quantos dias, isso?
às vezes apetece-me mesmo resumir o dia num poema. Poder escrevê-lo do nascer ao pôr do sol. Fazê-lo de vento, de chuva, de alegrias e tristezas. Dar-lhe um sol de pontuação e entoá-lo com sorrisos de criança. A criança que já não o era quando esse dia virou poema...o que ainda não será hoje.
Pela verdade, pelo riso, pela luz, pela beleza, Pelas aves que voam no olhar de uma criança, Pela limpeza do vento, pelos actos de pureza, Pela alegria, pelo vinho, pela música, pela dança, pela branda melodia do rumor dos regatos, Pelo fulgor do estio, pelo azul do claro dia, Pelas flores que esmaltam os campos, pelo sossego, dos pastos, Pela exactidão das rosas, pela Sabedoria, Pelas pérolas que gotejam dos olhos dos amantes, Pelos prodígios que são verdadeiros nos sonhos, Pelo amor, pela liberdade, pelas coisas radiantes, Pelos aromas maduros de suaves outonos, Pela futura manhã dos grandes transparentes, Pelas entranhas maternas e fecundas da terra, Pelas lágrimas das mães a quem nuvens sangrentas Arrebatam os filhos para a torpeza da guerra, Eu te conjuro ó paz, eu te invoco ó benigna, Ó Santa, ó talismã contra a indústria feroz, Com tuas mãos que abatem as bandeiras da ira, Com o teu esconjuro da bomba e do algoz, Abre as portas da História, deixa passar a Vida!