É já Domingo que os Forcados da Terceira regressam a terras Continentais. Com efeito o Grupo da Tertúlia Tauromáquica Terceirense marca presença na Corrida Real, que terá lugar pelas 22 horas, em Salvaterra de Magos. Em liça estará um cartaz de alto nível para um acontecimento de gabarito reconhecido e que, tal como reza o nome, terá a apadrinhá-lo Dom Duarte de Bragança, pretendente à Coroa Portuguesa, e sua mulher Dona Isabel de Herédia. Assim a Praça daquela Vila da margem esquerda do Tejo recebe os cavaleiros João Salgueiro, Francisco Cortes, Ana Batista e Vítor Ribeiro e as pegas estarão a cargo dos Amadores de Santarém, dos Amadores do Barrete Verde de Alcochete e dos valorosos da Tertúlia comandados por Adalberto Belerique. O curro será constituído por seis toiros da ganaderia Irmãos Camacho Lampreia. Será então naquela localidade do distrito de Santarém que os nossos bravos vão tentar repetir os sucessos firmados, em Maio de 2003, na desmontável de Vila Nova de São Bento e na catedral da Forcadagem, Montemor. Deus lhes dê ganas de pegar e lá estaremos para ver, sentir e aplaudir. Força, Rapazes!
Poeta: uma criança em face do papel. Poema: os jogos inocentes, invenções de menino aborrecido e só. A pena joga com palavras ocas, atira-as ao ar a ver se ganha o jogo; os dados caem: são o poema. Ganhou.
Depois de Paulo Ferreira (Chelsea) e de Deco (Barcelona) foi a vez de Ricardo Carvalho rumar a terras de Sua Majestade para continuar colega do defesa direito que abriu a "saison" de vendas no Dragão. O Chelsea de Abramovich deverá ter desembolsado cerca de 30 milhões de Euros pelo passe do talentoso central nascido em Amarante. Com a ida de Ricardo vão-se esfumando as esperanças de um Porto eficaz e consistente. Na mira do Arsenal está agora Maniche a, ao contrário dos milhões que entram, a produção da equipa de Del Neri na pré-época não se assume nem de longe como um sorriso para os adeptos. Não quero entrar em desânimos precoces (tal como não entro em euforias desmedidas...) mas este Porto da defesa em linha não me convence. E não é só pela falta dos "internacionais"...se é que algum deles vai chegar ao primeiro jogo da época oficial... Seja como for já é muito perfume no ar na zona do Dragão. E todo de estrelas já embarcadas. Brilha por lá, Ricardo Carvalho.
Tal como em 2003 e tal como em todos os anteriores anos quando o alto Verão está a pino e de temperaturas elevadas. O fogo que arde em vista larga vai consumindo o país, vidas, animais, paisagens e o verde que nos acalmou um dia. Infelizmente à solta continuam criminosos assassinos que, sem dó nem piedade, e movidos pela ganância e pelo lucro fácil, queimam pedaços da nossa história e áreas protegidas como se nada fosse. A contrastar com os insuficientes meios de protecção e defesa das nossas florestas está a eficácia gritante dos incendiários. Anos luz à frente das pontas de cigarro e das fogueiras mal apagadas estão os químicos e a gasolina que utilizam em abundância. E assim vai correndo as chamas, semeando apenas a morte, o terror e a miséria dos que vêem arder as suas terras e árvores...
Acho que nunca por aqui falei de música. Acho tão promíscuo dividir os nossos gostos musicais e as nossas ignorâncias sobre o tema que me esquivo a isso. Mas ontem relembrei um álbum que ligo a uma história engraçada. Reportemo-nos ao ano de lançamento da obra, 1993, e recordo um amigo meu que vive no Porto Martins - o local real que mais se assemelha ao paraíso... - e que, sobre esse disco, afirmou na altura: "-Esse foi mesmo daqueles de contar as moedas para a urbana e ir a correr a Angra comprar. Depois vir a correr para casa e ouvir não sei quantas vezes seguidas..." Outros tempos e outras realidades. O meu amigo continua o mesmo e o álbum, Fuzzy, dos Grant Lee Buffalo, é mesmo de ouvir e chorar por mais...
Eddy Merckx, Jacques Anquetil, Bernard Hinault ou Miguel Induraín perderiam hoje uma posição se existisse um "ranking" para o éden do Ciclismo. Pela sexta vez consecutiva Lance Armstrong chegou aos Champs Elyseés de amarelo vestido, e pela sexta vez consecutiva se emoldurou no Arco de Triunfo para se consagrar vencedor do "Tour de France". Um triunfo que é o corolário de muitos milhares de quilómetros de esforço e dedicação deste norte-americano que já superou um cancro, e que é olhado como um dos mais elevados exemplos de entrega e abnegação no desporto mundial. Sobre ele já pairam as habituais suspeitas de doping, consagradas em livro e bem "à boleia" do escândalo que vive o atletismo americano. Vistas as coisas pelo prisma da competição e da proeza, Armstrong elevou ao céu as montanhas, contra-relógios e demais pedaladas. Um herói que merece ser tratado como tal.
É o ponto de encontro em Serpa quando sem vem aos Toiros o famoso Lebrinha Assim me dizia, em Maio do ano passado, o Chico Noronha (antigo presidente da Tertúlia) em Vila Nova de São Bento, a pouco tempo de se iniciar a primeira actuação dos Forcados da Terceira no Alentejo. Como nestas andanças de toiros, e especialmente para os de fora da Praça, muito importa comer e beber bem e pensei logo que esse seria o destino pós-Tourada. Assim pensamos e melhor nos pusemos a caminho depois dos nossos terem deixado cartel na pequena desmontável. Serpa é uma pequena localidade de aspecto simpático e acolhedor. O Lebrinha nem por isso. Avistámo-lo ao fundo de uma rua ladeada por pequenas tascas (o Alentejo tem estas parecenças connosco ), com um grande letreiro onde se destacava a dita Lebrinha um coelho aos saltos, disse eu em brincadeira. A casa estava cheia e rapidamente nos foi indicada mesa éramos quatro e esfomeados - , mais rapidamente ainda nos foi fornecida a ementa e, sem quase termos tempo de a folhear nos foi perguntado o que queríamos comer! Isto em possantes dez segundos! Reparamos então que o nome do Restaurante tinha todo o sentido. No Lebrinha os empregados correm como velocistas olímpicos de bandeja e contas na mão! A bebida não demorou um ai a chegar e, se não é a melhor imperial (o termo sulista que define um fino ) do país é de certo a mais rápida. Os copos eram batidos na mesa aquando da entrega, fazendo-nos pensar em beber de pancada para o serviço fluir mais supersónico ainda. Antes dos pratos chegarem, o que durou uns parcos 5 minutos que nem deixaram acabar as entradas como deve ser, e já um dos convivas puxava do cartão Multibanco, em tom de brincadeira perguntou: - Pode-se pagar já? Da comida nada a apontar. Deliciosas Migas com Entrecosto comi eu e, enquanto pela TV se via um Sporting/Benfica, no Lebrinha, em Serpa do Alentejo, os empregados demonstravam-se a antítese das anedotas dedicadas aos locais. Num fim-de-semana que foi de convívio são e gargalhadas estridentes posso assegurar que o momento mais cansativo foi aquela refeição. No Lebrinha o lixo não é varrido do chão mas antes afastado para os lados, criando um autêntico corredor onde os rápidos garçons vão despachando pedido após pedido quase sem tocar os mosaicos! Após a conta paga e com a bela refeição em início de digestão sim, que a rapidez alheia não nos fez comer à pressa! -, lá saímos do Lebrinha e, transposta a porta regressamos à realidade de Serpa e do bonito Alentejo. Pacato e acolhedor. Ufa, que canseira!
Hoje vou matar saudades de mais de um ano. Desde Maio de 2003 (Montemor) que não entro numa Praça de Toiros. Limitações de quem está longe de uma terra onde a aficcion é afamada e mora numa zona do país onde ela praticamente nem existe. Mas, todos os anos, Julho é o mês de ir aos Toiros à Póvoa de Varzim. E em 2004 a 8ª Grande Corrida TV Norte realiza-se novamente no redondel daquela cidade costeira e tem este ano um cartel de luxo para uma tarde que se espera gloriosa. Assim, e a partir das 17 horas, poderemos contar com o seguinte cartaz: Cavaleiros: Joaquim Bastinhas, Rui Salvador,José Luis Cochicho, Luis Rouxinol, João Cerejo, Sonia Matias e Paulo Jorge Ferreira Três grupos de forcados: Amadores de Santarém, Alcochete e Amadores de Cascais. Sete bonitos toiros da Ganadaria Engº. Rui Gonçalves. A ver vamos o que dá a Festa que no Norte se vive de uma forma menos...digamos ordeira!
Volto ao mar que a inocência de menino fez crescer. volto a amar um sol posto que a tristeza quis esquecer. recordo o sentir de um batimento de coração a aquecer. reviro na onda que bate rebolo na rocha sem cheiro acordo salgado em tremer retiro do corpo a correr...
o tal mar, o tal sol, o tal coração ...
pôs-se o mar, cresceu o sol, e o coração, revirado, rebolado também acordou retirado... sem perceber.
Faltam 222 dias para completar 30 anos. Não sei se por causa das vivências, das distâncias, do feitio ou da razão, mas as recordações vão tomando formas diversas dia após dia. A infância afasta-se do rumo da vida e dela apenas perduram os cheiros, os sabores e uma ou outra história por vezes demais repetida. As pessoas vão dando lugar aos sítios a que estão ligadas e as imagens ganham contornos de nuvem, esfumando-se por sonhos e situações mal resolvidas. Fica o descanso de uma memória que a tudo isto se sobrepõe...mas cada vez com mais enfado.
O pequeno almoço é uma refeição essencial. Sempre o soube e sempre o tentei tomar a preceito, o que nem sempre é fácil, afinal, de manhã, não somos ainda bem "donos" do nosso corpo que acorda... Mas em casa, ou já depois de sair, o mínimo que me imponho é um "papo-seco" com manteiga e um bom copo de leite com chocolate ou cevada. Mesmo que o queira não consigo é esquecer o meu pequeno almoço habitual no Liceu de Angra. A receita foi sempre constante durante dois ou três anos: Um "Libbys" de pêssego (que na altura não havia "Compal"...), um "papo-seco" com queijo e um café. 127$50 e ficava como novo! O mal é que só o tomava no intervalo "grande" das dez. Bem a tempo de as duas primeiras aulas terem ficado remetidas ao esquecimento e ao jejum...
Vítor Baía vai ter mais um dia de glória na sua já longa carreira. A 26 de Agosto o jogador Portista será distinguido como o Melhor Guarda Redes de todos os campeonatos Europeus na época 2003/2004. É mais um grande triunfo pessoal conquistado por Baía, na sequência de uma temporada fantástica, concluída com a sensacional vitória na final da Liga dos Campeões, a 26 de Maio, frente ao Mónaco, que transformou o número 99 dos Dragões no único futebolista português vencedor de todas as provas europeias de clubes, depois de ter triunfado na Taça UEFA com a camisola do FC Porto e de ter erguido a Taça das Taças pelo Barcelona. Vítor Baía é um daqueles nomes do futebol mundial que dispensam apresentações e já ganhou quase tudo o que um futebolista pode vencer ao serviço de um clube. Numa altura em que tem contrato com o seu clube do coração até 2007, e em que a sua Fundação dá os primeiros e meritórios passos, nada melhor do que esta distinção, com a chancela da UEFA, para que o guardião do FCP se concentre e trabalhe com o afinco habitual tendo em vista mais uma temporada de altíssimo nível. Com uma carreira marcada pelo sucesso, mas também por graves lesões que quase a travaram em definitivo, Vitor Baía deve estar já ansioso para tentar conquistar a Super Taça Europeia. É que os grandes campeões têm uma incessante sede de vitórias! E assim se fala de Baía sem "tocar" no que todos pensariam que eu iria escrever...
O espanhol Carlos Sainz tornou-se hoje no mais vitorioso piloto de sempre no Mundial de Ralis. Ao vencer o Rali da Argentina, na frente do seu colega de equipa na Citroen Sport, Sebastien Loeb, o madrileno conquistou a 26ª vitória de uma já longa carreira. Aos 42 anos de idade Sainz, que se estreou nos ralis em 1980, é o último dos velhos "ases" ainda em actividade ao mais alto nível. Campeão do Mundo em 1990 e 92, e tendo perdido por várias vezes a hipótese de um terceiro título (uma delas a 200m da meta, com o motor partido...), Carlos Sainz é um reconhecido afinador de viaturas e um piloto que, dada a sua maturidade e já veterania, tem pautado a carreira mais recente por uma regularidade e frieza de assinalar. Com este triunfo ficou para trás o empate com Colin Mcrae, outro dos "ases" que referi e nesta altura sem volante oficial, sendo que o top-five dos mais vitoriosos é o seguinte:
1º Carlos SAINZ (Espanha) 26 vitórias 2º Colin McRAE (Escócia) 25 vitórias 3º Tommi MAKINEN (Finlândia) 24 vitórias 4º Juha KANKKUNEN (Finlândia) 23 vitórias 5º Didier AURIOL (França) 20 vitórias
Não acredito que tenha havido quem aguentasse o riso ao ver a reacção de Paulo Portas (SIC-Notícias) aquando da sua nomeação como Ministro de Estado, da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar. Em relação a esta última pasta a estranheza do líder do CDS foi demonstrada, num claro sinal de que o que "interessava" era ficar lá, independentemente do(s) cargo(s) a ocupar. Outro sinal que reforça esta tese é o facto de mais nenhum dos Ministros em tomada de posse ter sequer esboçado um sorriso à "careta" de Portas. Por outro lado, e vendo o caso pela prespectiva do "Paulinho das Feiras" (embora não seja tempo de eleições...), pode ter o Ministro ficado com uma dúvida perfeitamente aceitável: "Assuntos do Mar? O que é isso? Mais visitas a lotas e mercados do peixe? Ou marinheiros? Mais e novos marinheiros?..."
Cão passageiro, cão estrito Cão rasteiro cor de luva amarela, Apara lápis, fraldiqueiro, Cão liquefeito, cão estafado Cão de gravata pendente, Cão de orelhas engomadas, de remexido rabo ausente, Cão ululante, cão coruscante, Cão magro, tétrico, maldito, a desfazer-se num ganido, a refazer-se num latido, cão disparado: cão aqui, cão ali, e sempre cão. Cão marrado, preso a um fio de cheiro, cão a esburgar o osso essencial do dia a dia, cão estouvado de alegria, cão formal de poesia, cão-soneto de ão-ão bem martelado, cão moido de pancada e condoído do dono, cão: esfera do sono, cão de pura invenção, cão pré fabricado, cão espelho, cão cinzeiro, cão botija, cão de olhos que afligem, cão problema... Sai depressa, ó cão, deste poema!
Foi ontem conhecida a formação do novo Governo que tomará posse Segunda Feira. Nas escolhas de Pedro Santana Lopes há sete ministros e um secretário de Estado que transitam do Governo de Durão Barroso: Paulo Portas, Nuno Morais Sarmento, José Luís Arnaut, Bagão Félix, Luís Filipe Pereira e Maria da Graça Carvalho. Quatro mantém-se nas anteriores pastas - Defesa, Presidência, Saúde e Ciência. Dois trocam de ministérios - Bagão do Trabalho e Segurança Social para as Finanças, e Arnaut de ministro adjunto para as Cidades. Costa Neves é "promovido" de secretário de Estado dos Assuntos Europeus para ministro da Agricultura e Domingos Jerónimo mantém-se como secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros. É exactamente na "promoção" de Costa Neves que poderão atentar os Açorianos. Não que se tire o mérito ao papel do Terceirense, nomedamente enquanto Euro deputado, nos cargos que tem desempenhado mas, uma vez que em Outubro há eleiçoes Regionais, este será sem dúvida o "rebuçado" que Santana Lopes (o tal "amigo" dos Açores que Vitor Cruz propala...) reservou para o Arquipélago. Já agora, e para quem conhece mal o antigo Secretário Regional de Mota Amaral e líder dos PSD-Açores, diga-se que Carlos Costa Neves tem 50 anos e era, até ontem, secretário de Estado dos Assuntos Europeus. Licenciado em Direito, tem ocupado vários cargos directivos no PSD, a nível regional e nacional, e fez carreira profissional em cargos públicos ou de nomeação pública. Autor dos livros "Governar é Escolher" (1994) e "A Encruzilhada" (1991), continua envolvido em questões europeias: a aplicação da Política Agrícola Comum é o principal desafio que enfrenta. A última vez que foi a votos nos Açores era candidato a Presidente da Assembleia Municipal de Angra do Heroísmo(2001), tendo sido derrotado pelo (curiosamente também ex-Euro deputado...) socialista Cunha de Oliveira.
João Vieira Pinto regressou, doze anos depois, ao clube que o lançou para a alta roda do Futebol, o Boavista. O acordo, confirmado ontem, entre o avançado e o emblema do Bessa é bem mais do que parece. Para já a escolha do número 12 na camisola a envergar por JVP é um convite expresso ao público (apelidado de 12º jogador...) boavisteiro para comparecer em massa no Estádio. Depois é uma acção de promoção da visibilidade do próprio Clube, afinal JVP é um dos mais internacionais jogadores portugueses e, sem dúvida, ainda um dos mais mediáticos. Até a nível desportivo a aposta de Joaõ Loureiro é interessante. JVP sai magoado pela não-renovação no Sporting (o que se compreende pelo elevado vencimento do jogador...) mas não o afirma, recusou -diz ele- outras propostas nacionais e estrangeiras com melhores condições financeiras e, pelo que se viu após a conturbada saída da Luz, é homem para "dar" a volta por "cima" de uma situação menos boa. O talento ninguem lho tira e a motivação por um regresso à casa e à cidade que o viram nascer parece inegável. Isto mesmo apesar dos 32 anos de idade. Até eu estou a pensar ir ver um jogo ao Bessa...