Um Poema para o dia 21 de Março de 2005 (Dia Mundial da Poesia)
Soube um dia, há idos anos,
que uma Alma, nortenha e fugidia,
tinha em tempos passado
pla Presença, onde tantos
dedos célebres, de acérrimos
defensores de direitos e poder,
pintaram as letras da cor-do-Mundo.
Certa noite, em Descoberta,
mergulhei, em Livro de Bordo,
num mundo de sonetos e rimas,
cujas paragens ou
simples cais de descanso,
cujas mensagens ou
simples marés em balanço,
me fizeram por vezes
tremer, em nome dos
Cabos das Descobertas que
em mim já tinha feito.
Lembro então uma visita,
ao quarto ano de vida,
e que o escuro da memória
só deixa passar em imagem,
em que a Forte figura lá estava,
um tanto acabada,
mas bela, imponente e barbada,
pela cintura, e em mim
subiu ao coração
Linhas e letras de folhas,
amarelas pelo tempo, li e reli
desde então
Um forte impulso de querer
virar o tempo é a linha
constante e a fusão
Do amor pelos outros com a
incompreensão...
o reconhecimento das obras,
não é nunca, por si só,
o verdadeiro indício
daquilo que um Homem vale.
Vou querer-te sempre, como foste
Tio António de Portucale
Porto, 26-OUT-1998
(Este Poema escrevi-o em lembrança do meu Tio-Avô materno António de Sousa. Um dos Homens da "Presença" e um dos menos lembrados geniais peotas deste país...)