A outra cidade...
A outra cidade. Esta terra de que me separo e onde sempre volto. Este ar, de cinza, de frio, de vozes quentes, de bocas tão perto do coração que quase lá entram. Mas que é sempre uma terra de ligações. Tal como de separações.
Uma manhã e o pretexto de guardar imagens das cores que nem quis ver. Que se resumiu em quilómetros junto ao rio, que caiu ao mar, que se fez onda e que cresce pela alma até umas ilhas lá longe. Decididamente, a pior de todas as minhas relações é com as distâncias. Com as malas, os casacos, o computador, o relógio e o cinto. Tudo coisas em que dispensava mexer para cá estar e vir. Mesmo quando, como nesta manhã de pretextos, pouco ou nada fiz que não caminhar, olhar, cheirar e sentir. Ver olhos e caras e bocas, das tais tão perto do coração. Mesmo que o não queiram mostrar...
(Dois pormenores, um com seres, na Avenida dos Combatentes da Grande Guerra - Porto)