Contrastes.
Mais de três milhões de pessoas terão aderido à greve geral de hoje, isto segundo as duas principais centrais sindicais - a UGT e a CGTP -, que consideraram ter sido esta a maior paralisação de que há memória em Portugal. No entanto, e como de costume, o balanço do governo indica uma participação a rondar os 25%, ou seja frisando que cerca de 98 mil funcionários públicos da administração central terão feito greve, o que fica bastante aquém dos números apresentados, logo ao final da manhã pelos sindicatos do sector, e que rondavam os 85% de adesão.
Como noutros dias de paralisação, e sendo que uma convocatória geral não acontecia há 22 anos, nunca consegui perceber a disparidade dos números que aparecem. Mas hoje, foi claro que houve ruas vazias e cidades meio abandonadas, pelo que o governo dever ter mesmo mantido em cativeiro (desde ontem à tarde) muitos dos seus quadros da administração central, não os deixando apanhar os transportes públicos, tomar café ou comer nos restaurantes. Possivelmente foram mesmo impedidos de ir à janela…
Não concordo com este tipo de luta, e defendo mesmo que, nos tempos que correm, a mesma deixou de ter sentido. Até porque há sempre um sindicalista a reclamar protagonismo ou uns milhares de aderentes que querem é praia, compras ou boa vida. Que, na verdade das coisas é - a boa vida - uma das coisas que vai cada vez mais faltando a Portugal. Ainda assim penso que, com greves, - gerais ou parcelares - não vamos lá...