Ainda mais, José?
O país - o nosso... Portugal. Conhecem? - deve estar ainda a digerir as palavras e as medidas ontem enunciadas por José Sócrates. Não é que o primeiro-ministro veio dizer à lusa pátria que tinha um "grave problema de finanças públicas"?
Coitada pobre da nação portuguesa, que ainda há uns dias via os seus gestores públicos e demais compinchas responsáveis pela "populaça" a "abrir" de BMW série 7 e Audi A6 rumo a comezainas graúdas com os seus amigos angolanos e afins; que ainda há uns dias via o mesmo Sócrates - num comício encenado à beira mar de Matosinhos - dizer que acreditava no rumo traçado e em todas as respostas para o futuro que o seu governo asseguraria; que ainda há uns dias aferia as maiores manifestações de pesar pela interferência do presidente da república na instalada e cor-de-rosa paz institucional.
Enfim, esta mesma pátria assistiu ontem, de dentes e punhos cerrados e refastelada no sofá, ao anúncio alarmado de medidas de austeridade com o objectivo de consolidar as contas públicas. Entre essas medidas - uma palavra que foi repetida até à exaustão mental de todos os habitantes da dita... - estão o corte de 5% na massa salarial dos funcionários públicos, o congelamento das pensões já em 2011 e o aumento em 2% do IVA, que passará a ter o mesmo número do famoso Michael Jordan. As restantes taxas do IVA também vão ser revistas. Enfim, um "apertão" no cinto dos pululantes portugueses, que já andam a fazer contas ao tecido para virar as calças para as costas...pelo menos deixam de ver a fivela com tanta frequência, sentindo apenas o seu frio raspar nas costelas...