E o burro é quem, afinal?
Depois de Simão Sabrosa (na sexta-feira), foi agora a vez de Paulo Ferreira dizer adeus à selecção nacional de futebol. O lateral-direito ao serviço do Chelsea já nem era principal opção para Carlos Queiroz, o que não lhe retira o valor inerente como um dos mais experientes do grupo, e logicamente com um lugar de suplente privilegiado. O caso aqui, penso eu, prende-se com a falta de empatia que o seleccionador conseguiu fazer reinar dentro da equipa lusa, mormente pelo seu feitio, possivelmente por aquela arrogância encapotada que sempre o caracterizou e, caso se confirme algum dia, porque é amiúde irrascível com o próximo, e para isso não deve haver grande pachorra, mesmo se estes e aqueles jogadores recebem uma boa maquia a cada saída com a camisola das quinas. Como nunca "fui muito à bola" com Queiroz, acredito que haja razões para esta e outras reacções por parte dos jogadores, independentemente do comportamento do "onze" português em campo, que na minha opinião tem alternado o sofrível com o surpreendente, e isto também face à inércia do ex-adjunto de Sir Alex Ferguson na hora de mexer nas coisas. Mas esses já serão males endémicos daquele equipamento. E, além disso, o adepto português já está habituado a sofrer, ou pelo menos a esconder as suas amarguras do dia-a-dia durante um jogo de qualificação, fase final ou meramente particular. Entretanto, e com ou sem processos pendentes, o mago das selecções jovens na década de 90, vai assobiando para o lado, rematando entrevistas com umas baboseiras, e enchendo as algibeiras à nossa conta. E o burro é quem, afinal?