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PORTO DAS PIPAS

miguel sousa azevedo - terceira - açores

PORTO DAS PIPAS

miguel sousa azevedo - terceira - açores

31.Jan.15

A guitarra do Victor.

Foto Cronica 42DI JAN15 - A guitarra do Victor.jpg

Foi no primeiro sábado do ano que um grupo de terceirenses com sorte assistiu a um evento musical de grande qualidade. Não foi apenas um bom concerto, foi mesmo daquelas noites em que todos os que compunham a plateia se sentiram privilegiados por ali estar. No aconchego do pequeno palco do Alpendre, e a meio de uns dias de férias na terra natal, Victor Castro presenteou-nos com momentos de emoção. Contida e desbragada, tal e qual como aconchega e afasta as cordas da sua guitarra. O instrumento musical que escolheu para se destacar entre iguais, para ser diferente entre quem faz e recria música. A sua guitarra-companheira, que cada vez mais faz parte integrante de um artista com talento, a quem sabe bem rasgar elogios.

Há quase uma década radicado em paragens de Vera Cruz, Victor Castro é um nome incontornável da guitarra clássica, experimentando aqui e ali outros suportes, mas sempre com a magia das cordas e escalas a preencher uma carreira que foi firmando desde sempre. Desde as aulas de entrada com o mestre Carlos Baptista Ávila até à assunção como professor e estudioso. Mas mantendo aquela simplicidade genuína, aqui ou ali à caça de um piropo. Uma simplicidade que comprovamos quando se entrega ao som que ele mesmo provoca. E a simplicidade do rapaz do Corpo Santo, que vendia peças de automóveis, e que na escola parecia tímido e acanhado. Uma imagem complementada com a posição em que o Victor cresce, e se oferece para a performance pura, dando origem a momentos, como os do primeiro sábado do ano, em que fomos felizes por ali estar.

No encontro de cerca de uma hora que manteve com um público interessado, e onde habilmente se desfez, entre músicas, dessa timidez natural, desmerecendo a ocasião com graça, ofereceu-nos duas mãos cheias de peças complexas e de entrega. Interpretou obras de compositores como Paulo Bellinati ou Agustin Barros, mas também quatro peças da sua autoria, com o enfoque a cair naturalmente no sentido tema que dedicou à sua filha, Leonor. E fez mais, recriando na guitarra clássica três canções que todos trauteamos sem hesitar, do Luís Gil Bettencourt. Com arranjos criados no sentido expresso de querer perpetuar alguns dos melhores compositores da Região. No caso de "Dreams" e "Searching", o mais fácil de contar é que o Luís parecia "cantar" nas cordas da guitarra do Victor. No "Tema de Amor", até a pronúncia parecia estar presente, numa rosa oferecida, com dom, com arte plantada, e sem espinhos. Foram de coração aquelas interpretações, provando que o sentimento é sempre outro quando se "joga" em casa.

Sem fretes ao Victor, que deles não precisa, partilhar uma bela noite de música é aqui apenas uma oferta ténue. Quem não ouviu, fica a saber que foi bom. Quem lá esteve, entenderá o cumprimento. A "ternura aos molhos" esteve inteira na letra do António Melo Sousa. Que não foi cantada...mas que todos ouvimos na sede do Alpendre.

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30.Jan.15

Obras.

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Praça Francisco Ornelas da Câmara (Praia da Vitória)

 

As pessoas inteligentes também mudam de opinião. Mesmo quando não se rendem às evidências... 

30.Jan.15

Equilíbrio.

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Foto: Antero Ávila

 

Um capricho de luz, no Porto Martins. Parece de propósito...como só a Natureza consegue fazer. 

28.Jan.15

Manifesto 21: Cidadãos alertam para a valorização da ilha e da base das Lajes

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Um grupo de 21 terceirenses reuniu-se e criou um manifesto em que são focadas as responsabilidades e emergências do desenvolvimento da Ilha Terceira, tendo como mote a redução da presença norte-americana na base das Lajes. Um documento que pretendem agora ver divulgado e assinado pelo máximo possível de cidadãos.

"Foi uma reunião não partidária, com o único objetivo de criar este alerta à população, num apelo claro e simples à sociedade civil, a que chamamos Manifesto 21", refere uma nota enviada pelo grupo à comunicação social, acompanhando o texto que agora "faremos assinar por todos que estejam solidários com esta forma de juntar consciências para pensar e valorizar a nossa terra", afirmam.

O preâmbulo do documento identifica-o como "um manifesto que reflete preocupações quanto às perspetivas de desenvolvimento da Ilha Terceira, na sequência da decisão de redução da presença militar norte-americana na Base Aérea nº 4 das Lajes. Tendo em conta impactos imediatos, como o aumento do desemprego e a considerável quebra na economia da ilha".

Segundo outorgam, "há responsabilidades dos norte-americanos na Terceira, passados 70 anos da sua presença militar entre nós, e o manifesto toca várias dessas circunstâncias, mas também chama à atenção dos nossos governantes e líderes eleitos. É necessário que sejam encetadas negociações de forma transparente e pública", defendem.

"Trata-se de uma ação simples, que apela ao empenho de todos na sua divulgação, mas que também é clara no repto para que se valorize a Ilha Terceira e as suas potencialidades, nomeadamente o aeroporto e o porto da Praia da Vitória, assim como o manancial de oportunidades que ainda se podem criar e desenvolver", explicam.

"Fazemos exigências como cidadãos, que gostam da sua terra e que se sentem, de alguma forma, desrespeitados, pelos diversos rumos que todo este processo tomou. Em primeiro lugar têm de estar os interesses dos terceirenses, pelo que a nossa sugestão é de que se juntem a nós, como prova de união, para mais uma forma de pressão e entendimento", acrescentam.

Disponível brevemente na net, para a recolha de assinaturas - em www.manifestoterceira.org -, o movimento conta com uma página no Facebook, "que teve quase mil adesões nas primeiras doze horas", diz ainda o grupo.

O documento teve como subscritores originais Bruno Messias, Bruno Nogueira, Diogo Menezes, Félix Rodrigues, Francisco Simões, Guido Teles, Luciano Sales, Luís Leal, Miguel Azevedo, Miguel Linhares, Miguel Rosa Costa, Paulo Noval, Paulo Ribeiro, Pedro Machado, Pedro Pereira, Rogério Sousa, Rui Ataíde, Rui Messias, Tânia Fonseca, Tibério Dinis e Valter Peres.

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28.Jan.15

Candins (10)

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O "candim" de hoje partiu mesmo das Lajes, mas da Vila, certamente um dos pontos da Terceira mais atingido com todas estas movimentações, não acolhesse a base militar da controvérsia. Num escrito mordaz, o amigo e antigo deputado regional Clélio Meneses critica alguns dos intervenientes de todo o processo (Cordeiro, César, Machete, Monteiro), e termina assim:

" De todos estes responsáveis sobre aquilo que eles próprios têm de fazer, pouco ou nada se ouve. O que se precisa não é nada disto! O que se precisa é um verdadeiro e eficaz consenso entre todas as partes! O que é essencial é entendimento e não mais conflito, "algazarra" e "bocas"! Não é necessário que alguém fale em si, para dizer que fez ou quer, ou que alguém fale nos outros para dizer que não fizeram ou não querem. O que todos queremos, a população desta terra, os trabalhadores, os empresários, as famílias, é que falem em nosso nome! Falem por nós! Apenas e só no interesse desta gente! Por todos aqueles que viveram e vivem as suas vidas na Base das Lajes, pela Base das Lajes e por tudo aquilo que esta realidade deu a esta ilha, a esta Região e a este país. Só assim poderá ser dado o salto para a outra vida que este espaço tem de continuar a ter... "

Com efeito, tem havido foguetório a mais, e é preciso consensualizar posições e comunicações. São pessoas em jogo, bem mais que destaques ou parangonas...

 

27.Jan.15

Candins (9)

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O "candim" de hoje é mesmo americano, e reproduz uma afirmação do Embaixador dos EUA em Portugal, Robert A. Sherman, - sim, o tal que falou na pequena bomba de gasolina no meio do Atlântico... -, recordada por Onésimo Teotónio de Almeida, num artigo a dois no jornal "Correio dos Açores":

" É importante perceber o contexto. Isto não foi uma negociação com o Governo português, mas uma decisão militar americana de alinhar as forças militares segundo as necessidades operacionais. O que o Governo português fez foi expressar a sua preocupação sobre os efeitos desta decisão nos Açores, levantar questões sobre se os EUA queriam reduzir o seu compromisso estratégico com Portugal. O Governo americano fez uma reavaliação da decisão tomada em 2012, mas como parte da revisão da EIC (Comissão Europeia de Infraestruturas) em termos de todas as nossas forças. Demorou mais tempo porque o Governo americano levou a sério as preocupações portuguesas, mas sempre tendo em conta que o principal era encontrar o equilíbrio certo entre as nossas forças, atendendo tanto à segurança americana como à capacidade dos EUA de responderem às crises no mundo. E chegou à conclusão que a decisão original estava certa, segundo as nossas necessidades. Nos últimos quatro anos houve menos de dois voos por dia, em média, nas Lajes. E ter aproximadamente 650 militares e 1000 civis a apoiar dois voos por dia não faz nenhum sentido..."

Pois é. Faz pensar. Não faz?...

Artigo OTAlmeida CA27jan15.jpg

 

26.Jan.15

Emma Holten: Uma licão sem roupa.

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Emma Holten é uma jovem jornalista dinamarquesa que, durante dois anos, viu a sua vida transformada num autêntico inferno, depois de fotografias em que aparecia nua terem sido publicadas na Internet por um ex-namorado. Foi então que decidiu tomar as rédeas da situação: escolheu uma fotógrafa profissional para lhe tirar fotos nua, publicou-as onde quis e abriu uma luta contra a objectificação do corpo feminino.

(Notícia completa, do "Público", aqui)

26.Jan.15

Candins (8) - (com som)

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O "candim" de hoje vem via-TSF e TVI24, oferecido pelos articulistas do "Governo Sombra", talvez um dos mais visionados programas de comentário político/social do país. Sobre a temática das Lajes, Pedro Mexia (PM), Ricardo Araújo Pereira (RAP) e João Miguel Tavares (JMT) não foram brandos face à hipótese, avançada por Vasco Cordeiro, da base terceirense poder passar a ser "explorada" pela China:

PM - "...parece aquele sketch do Diácono Remédios, em que o Herman (José) dizia "qualquer dia", seguido de uma coisa perfeitamente escabrosa. Qualquer dia cedemos instalações militares a um Estado ditatorial estrangeiro..."

RAP - "...gostava de ver uma tabuleta que dissesse "procura-se grande potência mundial ditatorial para tomar conta de um quintal que a gente aqui tem". Isso em termos militaroooobélicos..."

JMT - "...parecia um senhorio, que viu o arrendatário ir-se embora, e perde a cabeça a dizer "se você sair da minha casa, eu dou cabo de si, ou o mundo acaba, ou vou persegui-lo com uma caçadeira porque se está a querer ir embora (...) O tom é absurdo..."

Som:

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25.Jan.15

"Vá para fora cá dentro"

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100 cidadãos "pacíficos" apanharam um autocarro na Covilhã e seguiram, em romaria de amizade, até Évora, onde simbolicamente foram dar "um abraço fraterno", ao "companheiro" José Sócrates que, acreditam, estará preso "injustamente e para que não se possa defender das acusações que lhe fazem. Prenderam-no para o silenciar", dizem mesmo alguns dos amigos do ex-primeiro ministro, detido preventivamente há quase dois meses naquela cidade alentejana.

Sem recurso a qualquer ironia, é sempre bom verificar que, mais do que através de programas, parcerias ou promessas faraónicas, os políticos podem contribuir diretamente para o turismo interno em Portugal. Mesmo tratando-se de deslocações breves e com motivações francamente de nicho...

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25.Jan.15

Candins (7)

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Domingo, dia da família, com a noção prática de que há centenas de pessoas na Terceira a temerem a incerteza dos seus dias. Famílias inteiras sem conhecer o seu futuro. Espaço para um dos mais incisivos articulistas da imprensa regional, o Osvaldo Cabral, que focou no seu artigo semanal uma alternativa que, pelos vistos, parece estar esquecida pela maioria dos responsáveis políticos:

" É estranho o silêncio dos nossos políticos sobre o Acordo de Parceria Transatântica sobre Comércio e Investimento (TTIP), que se desenrola nos bastidores diplomáticos e que vai alterar muita coisa entre a União Europeia e os EUA.
Será uma das iniciativas que mais impacto económico vai gerar em 2015, caso cheguem a bom porto as negociações.
Com este acordo será criada a maior zona de comércio livre do mundo, podendo os produtos dos países europeus e americano circularem entre si sem barreiras alfandegárias.
Ou seja, já não precisaremos de pagar taxas alfandegárias sempre que importarmos os tradicionais barris da América e poderemos enviar tudo o que é açoriano para o mercado da saudade, sem pagarmos mais por isso.
Esta é uma forma simplista de explicar o novo acordo, mas o que estará em jogo é, basicamente, isso mesmo, um mercado livre, sem entraves das alfândegas, e um mundo de possibilidades para investir, importar e exportar ".

Felizmente, nas dezenas de textos que vamos lendo sobre este drama local, há ideias e novas visões a reter. Nem tudo passa por sacudir a água do capote!

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