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PORTO DAS PIPAS

miguel sousa azevedo - terceira - açores

PORTO DAS PIPAS

miguel sousa azevedo - terceira - açores

13.Set.10

Co-Drive: As emoções da eficaz BT-50...

A Mazda BT-50 em pleno salto, durante o co-drive de sábado...

Fotos: Manuel Bessa Carvalho/Motores Magazine

Foi ao inicio da bonita tarde do passado sábado – de facto, Setembro tem oferecido à Terceira dias fantásticos… – que, enquanto uma massa enorme de peregrinos rumava ao santuário da Serreta, a dita comunicação social dita “especializada” destas coisas dos motores esfregava as mãos antes de entrar na imponente Mazda Pick-up BT-50 com que Bruno Oliveira e Bruno Fernandes têm disputado as provas do “nacional” de todo-o-terreno. Aproveitando uma secção do antigo troço São Brás/Fontinhas, numa zona amplamente conhecida pelas recentes realizações da taça de ralis, a máquina nipónica – que está na Terceira para ser apreciada pelo público no “Praia da Vitória Motor Show” – apareceu reluzente, mas apta a “sujar” os novos pneumáticos “BF Goodrich” na terra da ilha lilás. Bruno Oliveira fez um pequeno “briefing” com os presentes, explicando as principais características técnicas da viatura, afinal “quase todas elas baseada no modelo de série da BT-50”, mas com as importantes modificações a incidirem “na resistência, na fiabilidade, no aguentar de altas temperaturas - o inimigo nº1 nas provas de todo-o-terreno de velocidade… -, na autonomia e no conforto dos tripulantes”, afinal “chegamos a rodar algumas centenas de quilómetros em ritmo de prova, e isso exige que estejamos confortáveis dentro do automóvel”, referiu o piloto do “Açores TT Team”, uma equipa que tem dado especial cuidado à divulgação das suas actividades – desportivas e promocionais – no Desafio Elf/Mazda, pelo que não foi de estranhar o encontro entre nós.

O repórter de serviço também navegou Bruno Oliveira...

Feita a volta de reconhecimento ao percurso escolhido, começaram então os “passeios” propriamente ditos, com os convidados a serem unânimes na eficácia demonstrada pela bem decorada viatura, que em nenhuma situação deixou entender que pesa mais de duas toneladas e tem um comprimento apreciável. E chegou a nossa vez de rodar na bacquet do navegador madeirense, curiosamente num traçado que o repórter de serviço já fizera algumas vezes em pura competição. Assim, e sabendo o que vinha a seguir a cada curva, foi mais fácil apreciar tanto o comportamento da possante Mazda, como o gozo que Bruno Oliveira estaria a tirar ao rodar em características bem diferentes das habituais. À falta de estradões, uma sucessão de lombas em bom piso deixou confirmar o impressionante trabalho dos oito – dois por roda – amortecedores “Ohlins”, que absorvem com extrema eficácia os grandes saltos provocados pela entrada “atrevida” em cada uma das protuberâncias do terreno. Na zona mais sinuosa, toda ela entre muros de pedra ou com árvores a ladear o excelente troço, foi fácil aferir o potencial do motor turbo-diesel 3 litros, que debita cerca de 230 cavalos de potência, pois permite uma inserção em curva “à rali”, mas com o cuidado de sair já sem a derrapagem controlada, de modo a que o binário nunca chegue a cair, sendo que esse é o truque visível de conduzir em pistas de curvas e contra-curvas uma viatura com tais dimensões.

Em termos de comportamento dinâmico impressionam a suspensão e a suavidade com que tudo se passa, enquanto ao nível do propulsor a pequena faixa de rotações utilizada assegura uma condução um pouco “à Grupo N”, passando-se de caixa – já agora, uma “Sadev” de carretos directos, mas com o uso da embraiagem a ser aconselhado por uma questão de poupança – sempre no mesmo regime, e não sendo “de ouvido” que se faz a gestão da potência, embora o ronco do 6 cilindros esteja bem presente, mas de forma surda e a mostrar que é naquela “zona” de fricção que moram os cavalos todos. Em resumo, trata-se de um verdadeiro carro de competição, se bem que derivado da versão de estrada, mas onde os reforços estruturais e a electrónica mais desenvolvida, acoplados a uma distribuição de pesos que, não sendo a ideal, permitem outros laivos de velocidade. Ficou, com efeito, a vontade de ver evoluir a Mazda noutros terrenos, porque no que toca a ir lá dentro, é só ligarem que estamos (sempre) prontos!

11.Set.10

11 de Setembro.

Uma das imagens que o mundo não mais esquecerá...

Nove anos depois dos ataques terroristas nos Estados Unidos pouco ou nada terá mudado no mundo. Com excepção para as apertadas medidas de segurança para quem viaja de avião, para a mudança na liderança de algumas das grandes potências, para o encerramento teórico de uma outra guerra que matou - e ainda mata - milhares, para o medo crescente que paira diariamente sobre o planeta. Um medo mais evoluído, mas (mal) informado, mais direccionado e ainda mais xenófobo e racista. Neste mundo da globalização continua a reinar o poder das negociatas transatlânticas, dos baixos custos produtivos, da especulação, do engano e da demagogia, como se não tivessem caído as duas torres lá pelas Américas, numa sucessão de imagens e relatos pessoais que puseram a comunidade internacional lavada em lágrimas e sem palavras para explicar coisa alguma. As lágrimas secaram, as imagens expandiram-se, exploraram-se e foram aperfeiçoadas. E o sentido de todas estas catástrofes e infâmias continua por encontrar. Mas o certo é que este nosso planeta continua também a ter governantes ditadores e tiranos, fome, guerra, comércio em torno destas três valências económicas e outro tanto de hipocrisia. Felizmente apenas uma ínfima parte chega directamente às nossas vidas. Mas anda aí pelo ar... 

10.Set.10

Motor Show "invade" Praia da Vitória!

O desporto motorizado em alta na Praia da Vitória...

Será um evento único na região o que se vai iniciar no domingo, juntando numa mesma festa – que se prolongará por sete dias – diversas sinergias do mundo motorizado, o convívio das gentes locais com grandes campeões, e ainda a oportunidade de fazer o gosto ao pé e de assistir a exibições artísticas onde potência, habilidade e espectáculo estarão de mãos dadas. Organizado pela “Olavo Esteves Competições”, com o apoio de diversas entidades, entre as quais se conta a câmara municipal da Praia da Vitória – principal parceiro do projecto -, o “Praia da Vitória Motor Show” decorre até ao próximo dia 18, com a cidade de Nemésio a receber uma iniciativa que promete cativar a atenção dos amantes dos desportos motorizados e do público em geral, afinal a música e a boa comida também não irão faltar…            

Segundo Olavo Esteves, o mentor do certame, “organizar um evento com esta dimensão não foi fácil, até atendendo à época de crise anunciada, mas isso não nos fez desistir”. Referindo que na empresa que formou – e que deu já corpo à Taça de Ralis do Grupo Central, levando o desporto automóvel à Graciosa e de regresso a São Jorge – “acreditamos que é a trabalhar e a inovar que podemos progredir”, Olavo Esteves destacou “o forte apoio e incentivo que entidades como a câmara da Praia da Vitória, e um grupo concreto de patrocinadores e de parceiros deram à iniciativa, o que nos ajudou a pôr de pé um evento que será inédito nos Açores”, disse o também piloto.

Numa observação à vertente comercial do certame, Olavo acrescentou que “todos os espaços estavam já contratualizados desde Fevereiro, pelo que houve uma margem de tempo suficiente para todos se prepararem de modo a dar o melhor aspecto possível à grande montra automóvel que teremos na Praia, a que se juntará a parte lúdica e a presença dos grandes campeões, o que levará longe também o nome da nossa terra”, concluiu.

Roberto Monteiro assegura, no texto assinado para o programa do evento, “o imenso prazer com que a câmara municipal da Praia da Vitória se associou, como entidade parceira, ao Praia da Vitória Motor Show”, uma iniciativa que o autarca considera “que festeja os desportos motorizados, que têm grande expressão no concelho e na ilha”, daí que “estas iniciativas vão ao encontro de uma grande parcela da nossa população”, refere.

 

-Fotografia automóvel em destaque aqui

-Campeões disseram "presente"! aqui

-Site oficial do evento aqui ; Programa do Motor Show  aqui

 

O programa promete animação ba cidade de Nemésio...

09.Set.10

Partilha.

Um sorriso especial num dia muito nosso....

Foi num dia tipicamente terceirense - com um sol lindo e depois nevoeiro cerrado - que, no Porto da nossa saudade, começamos a trilhar este caminho juntos. Parece que foi ontem, e como este tempo passa a correr. O certo é que, nos bons e maus momentos - sim, e naquela frase da saúde e da doença... - soubemos sempre olhar um para o outro e dar as mãos para brincarmos e sorrirmos. O certo é que nos fomos conhecendo como amigos e amantes de uma viagem com paragens, avanços, obstáculos e flores que nos habituamos a ver agarradinhos. O certo é que nos entendemos como o respirar, e resmungamos como crianças, sempre e sempre sem o peso da monotonia ou o dos azares do tempo por perto, porque esta aura até afasta os maus sentidos. Vamos então lembrar aquela festa que terminou de manhã, os abraços e os beijos de afectos que muitos nos deram de coração, e o resto de todos os nossos dias que, em comunhão, fomos partilhando debaixo de uma sombra de malmequeres tingidos de turquesa com um papel picado colorido a querer pegar-se à pele. É por essa partilha que nos vamos ensinando de permeio, com a certeza de que fui crescendo mais e mais por ela se efectivar a cada saída e a cada abraço. E porque posso sempre acreditar nesses olhos pretos, espevitados e curiosos, que me indicam um caminho a dizer amor...escrito em cada pedrinha com umas gotas de chuva de Verão. E eu amo-te por isso, por todo o resto, e pelos mais dez anos que faremos muitas vezes...

08.Set.10

Will Foster, o mais alto...

Will Foster em acção, ainda na sua antiga equipa...

Chama-se Will Foster e é o mais alto jogador de sempre a jogar no basquetebol português. Com 2,26 metros de altura, o novo reforço do Penafiel até já tem cama à medida, sendo que a mesma acabou por semr oferecida como patrocínio pela empresa fabricante, tão curiosa que ficou com o pedido. Recém-chegado ao norte do país, Foster promete trabalho e entrega, e o certo é que garantir um lugar (ou, pelo menos, ocupar bastante espaço...) na equipa nem lhe será difícil!

Relembre-se que o Penafiel é um dos adversários do Lusitânia no Torneio de pré-época que o clube agendou para daqui a duas semanas, pelo que, mesmo antes do arranque da Liga Portuguesa, poderemos ver um "bom gigante" do basquetebol nacional em acção...

08.Set.10

Por uma questão de (boa) educação… (crónica)

E nem focando que mal se escreve e lè nos dias de hoje...

As aulas estão aí a começar. Por todo o país, milhares de crianças vão ter novas experiências, enquanto algumas centenas de professores esperam ainda a felicidade de ter um poiso certo durante algum tempo. Desconheço se actualmente os jovens alunos, e naturalmente que me refiro às idades mais baixas, ainda têm aquela ansiedade inicial, associada aos cheiros dos lápis e dos cadernos novos e à descoberta de diferentes amigos e companheiros, mas estou em crer que sim.

O cerne de tudo o que agora se refere ao campo da Educação são mesmo as constantes mudanças que, ano após ano, transformaram em cobaias reais milhares de estudantes nacionais, num misto de busca pelas soluções internacionais e a constante manipulação dos dados numa área onde Portugal (também) está na cauda da Europa. À falta de melhores remédios, vão-se remendando os vigentes rumo a números mais animadores, mesmo se a realidade prática indicia uma juventude desinteressada e que toma por exemplo uma sociedade também ela amorfa e comodista. O retrato parece pessimista, mas apenas peca pela falta de referências a outras áreas, onde os sintomas serão semelhantes e às quais os mais jovens fogem mal podem.

Foi através do blogue “A Origem das Espécies”, do editor Francisco José Viegas, que me deparei com algumas das novas designações da agora comunidade educativa, onde as escolas e agrupamentos deixaram de poder ter os padres na sua designação, o que não nos impede de bradar aos céus na hora de alguns considerandos. Assim, ler coisas como “componentes do currículo de natureza transversal”, que no caso reforçam “projectos de cidadania global” ou “vivências de exercício da cidadania nos diferentes espaços curriculares, disciplinares e não disciplinares, bem como nos contextos extracurriculares e não formais”, mesmo que não seja nos “territórios educativos de intervenção prioritária”, faz-nos um pouco lembrar a história do rei que ia nu. Ou até citar o próprio Viegas quando diz que “daí até aprovarem que os professores cantassem o «Malhão, malhão» para promover o Magalhães, foi um passo”. É triste, mas concreto.

Recordo que, vai para vinte anos e uns dias, fui também integrado numa reforma do ensino – é verdade, na altura até deu em música por uma banda local que criticava as suas andanças e desavenças… -, já nem sei sob a alçada de que ministro, afinal cada um parece querer assinar a sua própria reforma e depois dá no que dá. À altura, as mesas das salas de aulas passaram a estar dispostas em “U”, os livros de cada disciplina foram substituídos por centenas de fotocópias ilegais de outras publicações, e as áreas temáticas dos currículos receberam o pomposo nome de “cenários”. E realmente não passou de uma encenação que, dois ou três anos volvidos, se foi substituindo por outra invenção, e sendo que fiz parte de um êxodo de alunos para o ensino nocturno, onde ainda havia orientações “à moda antiga”. Recordo ainda que faço parte de uma geração que tinha – imagine-se… - de ir a todas as aulas do seu horário, sob o risco de “perder” por faltas; que tinha de fazer testes e avaliações para ter notas ao fim de cada período; que face a mais que umas arreliadoras duas notas negativa no final do ano tinha mesmo de repetir a contenda; e que só tendo aproveitamento ia passando os anos, um a um, caso contrario mais cedo poderia rumar ao mercado de trabalho. Sem lhe caírem os parentes na lama… Hoje em dia até ser bem educado – no mais lato sentido da expressão – parece estar em desuso.

Sendo que nestes escritos trato as coisas pela rama, fazendo da generalidade uma arma de recurso face a algum desconhecimento, nem me atrevo a embrenhar a opinião pelos meandros da realidade – que nem conheço bem – do que são as escolas hoje em dia. Temo apenas, que pelas propaladas mudanças em curso, os professores se vão tornando em técnicos equiparados a docentes, e que a massificação nas novas e enormes escolas vá retirando a individualidade a cada petiz e a caracterização que ainda persiste em algumas pequenas localidades. Se calhar, são mesmo esses os objectivos da(s) maioria(s) que nos governam.

Numa altura em que a crença nos valores se vai diluindo a cada ano que passa, que razões hão-de ter os miúdos para acreditar que desta vez é que vão aprender mesmo bem?...

07.Set.10

Setembro.

O sol reina, neste Setembro terceirense...

Já há semanas se dizia que "Setembro é que vai ser", que o tempo ia melhorar, que quem tirou férias para agora estaria na maior felicidade. O certo é que, passada a primeira semana do mês das vindimas, a voz popular vai ganhando razão, e então no que toca aos dois dias de actividade laboral mais recentes - ontem e hoje - a coisa agudizou-se, e já deve haver umas tantas almas a remoer a opção costumeira de gozar o descanso anual por Julho ou Agosto. Não se sabe se isto é para durar, mas a referência a estes dias maravilhosos de sol e brisa amena é mais do que merecida. É que, bem vistas as coisas, mesmo estando a trabalhar, vejam lá se não andam mais dispostos nesta ilha de Jesus Cristo?... Isto é que era um rico mês para eleições!

07.Set.10

Petição em Defesa da Festa Brava.

Em Defesa da Festa Brava
Em Defesa da História, da Terra e dos Homens
Em Defesa dos Animais e da Natureza

Chamo-me Francisco Moita Flores. Sou escritor. Sou pai de três filhos, avô de três netos. E, neste momento da minha vida pessoal, por decisão do Povo de Santarém, sou Presidente de Câmara.
Nasci num monte alentejano entre Moura e Amareleja. Cresci repartido entre a cidade e o campo. Estudei na escola primária desse monte, depois numa vila, depois nas cidades do país, depois em cidades de outros países. Aprendi a vida convivendo com manadas de vacas, imensos rebanhos de ovelhas, cavalos, mulas, porcos, cabras, com o rio Ardila e tinha uma cadela que se chamava Maravilha. Durante 15 anos servi a Polícia Judiciária. Fui testemunha e actor do sofrimento mais pungente, de tragédias inimagináveis, de lágrimas feitas de tanta dor que não havia consolo. Conheci, vivi, convivi com o luto e a morte durante este tempo. Tempo demais para não sermos tocados por esse mundo invisível de dor e pranto. E este rasto de sofrimento e morte, de miséria e desespero, de violência e brutalidade em contraste com as memórias de outros tempos de menino converteu-me ao franciscanismo. S. Francisco, o irmão de todos os rios, irmãos de todos os pássaros, irmão do sol e da vida, irmão dos animais, das árvores, dos homens, das crianças, ensinou-me o caminho ético e moral para educar os meus filhos e amar os meus netos e a gente que em mim deposita confiança para governar.
Aprendi nos campos alentejanos a ser aficionado. Uma pulsão emotiva que não sabia explicar. O touro bravo, fera negra, símbolo da morte e do medo, olhava-nos arrogante e valente. Aprendi a admirá-lo. E descobri em Knossos, nos frescos deixados pela civilização cretense, que essa admiração era velha. Em Esparta e na civilização grega. Reencontrei-a em Roma e na civilização romana. Depois nos enormes frescos de Miguel Ângelo, nos poemas de Garcia Lorca, na pintura de Picasso, nas páginas de Hemingway e de tantos outros poetas, escritores, pintores, escultores que percebi que o irmão touro bravo integrava o psicodrama essencial do Homem. A sua inquietude perante a morte e a necessidade de a vencer para aspirar à imortalidade. Numa arena, em cada combate, vence a vida ou vence a morte. Não há meio termo. Esta dimensão trágica do simbólico enredo taurino está presente em todas as manifestações populares, nomeadamente, nas largadas, que arrebatam milhões de entusiastas que procuram apostar a vida, nem que seja numa corrida medrosa com o touro a quinhentos metros de distância. E o ritual cumpre-se pelo exorcismo da negação evitabilidade finitude.
O crescimento das cidades, e das culturas urbanas, produziu novos mitos. Novas falas, como lhe chama Roland Barthes. Produziu novos ritos sociabilitários, novos discursos simbólicos, novos afectos e importantes discursos sobre o mundo e os nossos destinos colectivos. Representou grandes ganhos revolucionários, culturais e civilizacionais e bem se pode dizer que, hoje, o mundo é comandado pelas cidades. Porém, também desvarios, radicalismos, intolerância e a irrupção de um pensamento que destrói a memória, que expropria e marginaliza os ritos, os mitos, os valores, os símbolos que durante séculos consolidaram Portugal, lhe deram identidade e o afirmaram como Língua, como Povo, como Pátria, como Território. As culturas urbanas radicais desprezaram os campos e desprezam os seus costumes, gostos, atitudes psico-afectivas. Consideram-nos ganga, ruído, ‘pimba', decadência face ao brilho multicolorido das cidades. Como disse a grande poetisa Sophia de Mello Breyner, são pessoas sensíveis que detestam ver matar galinhas, mas adoram canja de galinha! Culturas, ou microculturas radicais que surpreendidos pela devastação que provocaram, desertificando os campos, envelhecendo-os, matando-os, matando a agricultura, as aldeias, as vilas, a vida da pastorícia, das florestas - tudo submetido à ordem e aos valores da cidade - descobriram que valia a pena lutar por adereços. Não pelos campos ou pela multiplicação dos animais como estratégia de recuperação do mundo agrícola, muito menos por respeito pelos homens que desprezam e tratam como meros servos, mas para apaziguar consciências consumistas que na irracionalidade do consumismo despedaçaram qualquer outro valor, ideia, ou respeito pelos outros, seja pelos Homens, seja pela Natureza, seja pelos Animais.
Os diferentes nichos que surgem pelo país, em defesa do lince, em defesa do lobo, em defesa da água, contra a festa brava, na maior parte dos casos apenas olha a árvore e recusa-se a ver a floresta. São, na sua maioria, contra qualquer vínculo que afirme o respeito pelos Direitos do Homem casados e em sintonia com os Direitos da Terra. Não quero, nem é possível discutir os argumentos contra a Festa Brava. São do território da fé e jamais chegaríamos ao fim. Não é possível argumentar contra visões fundamentalistas, transformadas em beatério de confrades laicos. Que gozam as graças de meios de comunicação que adoram ruído e conflito e acreditam piamente nas verdades gritadas por aguerridos beatos, quais velhas inquisidoras. Na verdade, limpando a hipocrisia, a nenhum interessa os direitos dos animais, nem os direitos dos homens. Gritam o folclore politicamente correcto e giro! E fazem abaixo assinados, procurando destruir sem compreender, protestar quando a verdadeira essência do seu protesto são as suas próprias consciências. Nem é o sofrimento do animal, como eles dizem, que os move. Pois se o fosse, estariam aos gritos em todos os locais em que se ‘fabricam' com hormonas, frangos, vacas, ovelhas para alimentar a cidade. Estariam às portas dos grandes matadouros escutando os urros de milhares de animais que adivinham o cheiro da morte. Estariam nas barricadas contra as guerras que matam homens e crianças, na linha da frente da luta pelo renascimento do campo e das culturas rurais, na linha da frente contra a violência doméstica. Não! Nada disto. Apenas contra a pretensa violência contra os touros bravos. Nem pelo outro argumento comodista e repetido de que não são contra o abate dos animais mas sim contra o espectáculo que, no caso português, nem os abate. Maior hipocrisia não existe. Nem paciência para discutir a fé de angustiados.
Cheguei à idade onde já não há paciência para ser insultado por uma horda de analfabetos. Embora respeite os seus gritos, pois creio nesta terra da liberdade sem excepção de ninguém. Até daqueles que assiste o direito ao disparate. Cheguei á idade da tolerância mas também ao tempo onde, mais do que nunca, acredito que só é possível salvar os Direitos do Homem se com eles salvarmos os Direitos da Terra. É a minha crença profunda. E sei que o combate passa por afirmar a defesa dos símbolos, dos valores, dos ritos, das cargas simbólicas que consolidaram a nossa secular matriz identitária. E esse combate feito de muitas frentes de luta, tem numa delas os ‘talibãs' que em nome dos direitos dos animais procuram destruir os animais, a economia que os sustenta e os animais sustentam, além da cultura a eles imanentes. Por isso mesmo decidi lançar este abaixo assinado que vos envio. Já que a moda é o abaixo assinado, assinemos. Em defesa da Festa Brava, em defesa da Festa, em defesa dos valores da Terra, da Vida e dos ritos exorcizadores da Morte, em defesa dos animais, dos touros, dos cavalos, dos pastores e dos campinos, da economia agrícola e animal associada à Festa e ao espectáculo, em nome do progresso com Memória, em nome do desenvolvimento sem perder o sentido da História.
Proponho-vos chegarmos a CEM MIL assinaturas até Julho de 2011. CEM MIL! Convido-vos a todos. Aos meus irmãos homens, às minhas irmãs mulheres, que afirmem por este abaixo assinado fora, este combate pela cidadania e pelos direitos da Terra para que ninguém se amedronte perante a gritaria histérica de alguns. Convido-vos com a serenidade da razão a subscrever este abaixo assinado e definitivamente mostrar ao país que não nos submetemos à ditadura do ‘hamburger' urbano e que somos muitos, disponíveis para lutar, resistir e assumir Portugal na sua unidade complexa e diversa. Sem intolerância, em nome da Liberdade, mas também em nome dos direitos naturais sagrados que nos tornaram portugueses, filhos de Portugal, netos de almocreves, cavaleiros, campinos, guardadores de rebanhos, de escritores e de poetas, de guerreiros e camponeses, nascidos do mesmo ventre de terra à qual um dia regressaremos.

Santarém, 25 de Agosto de 2010
Francisco Moita Flores

 


                                                 Eu também assinei esta Petição

06.Set.10

Merche Romero apresenta equipas de basquetebol terceirense.

Merche Romero vem abrilhantar o certame...

A conhecida apresentadora Merche Romero será a anfitriã da festa de apresentação das equipas terceirenses de basquetebol que militam nos principais escalões nacionais, um evento agendado para o próximo dia 25, a partir das 21 horas, no Porto das Pipas, em Angra do Heroísmo.
Acompanhada por um dj convidado, Merche Romero vai apresentar os planteis para a nova temporada das formações do Lusitânia (Liga Portuguesa), do AngraBasket, do Terceira Basket (ambos da Proliga) e do Boa Viagem (Liga Feminina), numa festa promovida pela Associação de Basquetebol da Ilha Terceira (ABIT)Na mesma noite, a ABIT vai proceder à entrega dos prémios referentes às competições disputadas sob a sua alçada na época 2009/2010, assim como serão entregues as faixas de campeões da Proliga da ultima temporada aos elementos do Sport Clube Lusitânia, equipa que nesse dia encerra o seu torneio de pré-época, certame onde defronta o AngraBasket, o Terceira Basket  e os continentais do Penafiel.
A festa continuará depois destas cerimónias, com a noite do basquetebol a decorrer no bar “A Estiva”, onde serão projectadas imagens das competições realizadas na época transacta, dando-se assim o arranque efectivo ao novo ano desportivo do basquetebol na ilha Terceira.

 

porto das pipas PRESS

05.Set.10

"Formula Rali MAG": Rali de São Jorge...

Capa da edição dedicada ao Rali de São Jorge...

Já está online a revista "Formula Rali Mag" referente ao Rali Além Mar/Ilha de São Jorge, a quarta prova da taça de ralis do Grupo Central, que há cerca de duas semanas animou a terra das fajãs, permitindo a mais pequena diferença de sempre - 0,5s (!) - entre vencedor e segundo classificado de um rali na região...ou mesmo no país!

Com um trabalho gráfico muito cuidado, a "Formula Rali Mag" é uma "insistência do Francisco Veloso, meu caro amigo e amante da modalidade, que até há dois meses tinha no jornal "Açoriano Oriental" uma bem cuidada rubrica (a "Zona Rallyes"), onde fazia o rescaldo de cada prova motorizada a que conseguia ir (ou mesmo não...) num formato original. Infelizmente, o espaço terminou por falta de patrocínio...ou coisa parecida.

Para esta "nossa" revista online, na qual colaboro com os textos e "fait-divers" e o Ricardo Laureano com as sempre excelentes imagens, é preciosa a ajuda dos "aprendizes" informáticos do Francisco, numa obra que estará sempre longe das gráficas, afinal isto tem custos e para trabalhar à borla já cá estamos os três...ou os cinco!

Realço apenas que quem elogia - o que acontece, felizmente - esta iniciativa, são por vezes as mesmas pessoas que nos vêm "chatear" porque não falamos delas no jornal ou na rádio, ou porque a foto não era bem assim e por isso nem vão comprar o CD. Ou seja, isto (também) é preciso ter pachorra!

Bem, mas apreciem o trabalho (desta feita ainda mais interactivo na leitura) aqui, e desculpem lá o desabafo.