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PORTO DAS PIPAS

miguel sousa azevedo - terceira - açores

PORTO DAS PIPAS

miguel sousa azevedo - terceira - açores

30.Set.10

Ainda mais, José?

tenho um amigo que já me disse estar a apertar na fivela...

O país - o nosso... Portugal. Conhecem? - deve estar ainda a digerir as palavras e as medidas ontem enunciadas por José Sócrates. Não é que o primeiro-ministro veio dizer à lusa pátria que tinha um "grave problema de finanças públicas"?

Coitada pobre da nação portuguesa, que ainda há uns dias via os seus gestores públicos e demais compinchas responsáveis pela "populaça" a "abrir" de BMW série 7 e Audi A6 rumo a comezainas graúdas com os seus amigos angolanos e afins; que ainda há uns dias via o mesmo Sócrates - num comício encenado à beira mar de Matosinhos - dizer que acreditava no rumo traçado e em todas as respostas para o futuro que o seu governo asseguraria; que ainda há uns dias aferia as maiores manifestações de pesar pela interferência do presidente da república na instalada e cor-de-rosa paz institucional.

Enfim, esta mesma pátria assistiu ontem, de dentes e punhos cerrados e refastelada no sofá, ao anúncio alarmado de medidas de austeridade com o objectivo de consolidar as contas públicas. Entre essas medidas - uma palavra que foi repetida até à exaustão mental de todos os habitantes da dita... - estão o corte de 5% na massa salarial dos funcionários públicos, o congelamento das pensões já em 2011 e o aumento em 2% do IVA, que passará a ter o mesmo número do famoso Michael Jordan. As restantes taxas do IVA também vão ser revistas. Enfim, um "apertão" no cinto dos pululantes portugueses, que já andam a fazer contas ao tecido para virar as calças para as costas...pelo menos deixam de ver a fivela com tanta frequência, sentindo apenas o seu frio raspar nas costelas...

29.Set.10

As “soltas” do 32º Rali Ilha Lilás…

Ricardo Moura dedicou a vitória alcançada ao seu mecânico de confiança Adérito Melo. O simpático micaelense não pôde estar presente na Terceira devido a um infeliz acidente de trabalho nas vésperas do rali. Fazendo nossas as palavras de Moura, que lhe atribuiu grande parte da responsabilidade dos títulos pela imensa fiabilidade do EVO9, desejamos ainda a recuperação possível ao nosso amigo Adérito.

 Gustavo Louro recebe o prémio de Piloto do Rali...

Fotos: Ricardo Laureano (RL photo), Benjamim Bento e André Costa.

 

Gustavo Louro foi eleito o “Piloto do Rali”, em mais uma iniciativa do nosso jornal, que novamente escolheu o piloto que mais se destacou na estrada. Jorge Silva (Diário Insular), Ricardo Laureano (RL photo), Francisco Veloso (Formula Rali), Pedro Ferreira (Rádio Clube de Angra) e Costa Martins (Fábrica de Tabaco Estrela) escolheram o vencedor, desta feita numa votação muito dividida. Louro recebeu uma peça alusiva ao feito, baseada numa imagem exclusiva do cartoonista Bruno Rafael. Em jeito de cópia, um outro prémio foi criado nas vésperas da prova, tendo o piloto Ricardo Dias sido distinguido, curiosamente mesmo sem todos os convidados terem votado para a menção…

 Ricardo Dias/Jorge Pereira, no pequeno Fiat Cinquecento...

Mas Ricardo Dias foi mesmo um valor que se confirmou na estrada, ele que participou como vencedor da “Academia de Rali” promovida pela Auto Avelino Sport. Muito limitado pelas capacidades do pequeno Fiat Cinquecento, Dias foi para a prova pleno de confiança, e a forma como traçou trajectórias e encarou o desafio confirmou a sua valia como piloto, assim como a valia da iniciativa que o “descobriu”…

 

Na sexta-feira à noite uma das novidades foi a “Curva Sagres”, uma iniciativa que visou distinguir a melhor passagem junto ao Restaurante “Beira Mar”, num galardão que seria também ganho por Gustavo Louro e Tiago Azevedo, autores de uma curva espectacular junto à antiga Alfândega. Joaquim do Carmo e um júri convidado escolheram a prestação do terceirense, que depois as imagens e o muito público amplamente confirmaram.

A uns minutos de iniciarmos as nossas funções...   

Desta feita o repórter de “a UNIÃO” teve um contacto diferente com a prova, tudo devido ao convite do piloto Paulo Maciel para que fosse o seu navegador no carro-zero. No Saxo Cup de treinos do já campeão da Formula 3, as emoções foram contidas pela responsabilidade de sermos carro de segurança, mas ouve notas de andamento, passagens rápidas e uma vivência excelente dentro de um carro de competição e com um grande piloto ao volante, sem dúvida a melhor visão para quem quer apreciar e analisar o fenómeno dos ralis. Obrigado ao Paulinho, e agora ainda cresce mais a vontade de fazer provas com outras ambições…

 José Patrício, sempre em grande actividade...

José Patrício, o popular “Néné”, é sempre bem recebido na Terceira, terra onde há muitos anos participa em ralis, e pela qual nutre um especial carinho. Homem crente e de alma festiva, nem quando o acelerador do bonito Escort Mk2 o deixou ficar mal, lhe passou a boa disposição. Afinal, e quando se reúnem a amizade e o desporto como na sua equipa e companhias, não há mal que não dê em fartura…nem que seja à mesa!

 Jovens espectadoras em excelente pose no final do rali...

O público pareceu algo arredado desta edição do “Lilás”. Não que as estradas estivessem pouco compostas de espectadores, muitos deles de tenra idade e até já bem entendedores da coisa, mas a “concorrência” social para o fim-de-semana era imensa – com as festas em São Carlos e nos Biscoitos -, deixando um ou outro local mais despovoado que o costume, mesmo se a enchente no Litoral tenha sido, novamente, retumbante.

 Pois... foi mesmo uma noite de recordações...

E foi mesmo pelos toiros do porto dos Biscoitos que começou a conversa que iria dar em noite de recordações. No dia seguinte ao rali, o pequeno grupo que saiu junto da casa do José António Pacheco – piloto do carro 00 e anfitrião em grande estilo… -, foi mesmo acordar o antigo navegador Orlando Couto e, na mesma mesa, juntaram-se a esposa deste com os seus filhos e do antigo piloto Paulo Costa, o “puxador” da conversa “Licas” Pimentel, os Luíses Rego – júnior e sénior… – e o jornalista de serviço. Que não deixou passar em branco um manancial de histórias, que um dia ainda darão belas páginas dos ralis e da vida… 

 Ricardo Carmo, em mais um rali azarado...

Ricardo Carmo foi um homem azarado durante o fim-de-semana, mesmo se a contenda começou com um excelente segundo lugar na especial de abertura, seguindo-se o assumir de que o pódio era um objectivo alcançável, não fosse um furo que desmotivou o piloto. Em 2010 as coisas não têm, de facto, corrido bem ao recruta terceirense do “Team Além Mar”, mas nada que justifique o ataque aberto, e consecutivo, que alguma comunicação social lhe move. Quem percebe de ralis, e sabe distinguir os carros e as situações, bem poderia esforçar-se para ter mais atenção a esses factores…

 

Foram três as classificativas interrompidas devido a acidentes com três Citroen Saxo Cup. De manhã, as duas do Barro Vermelho foram paradas pelos despistes dos irmãos Artur e César Silva e, já de tarde, a segunda das Canadinhas foi bloqueada pelo carro de Paulo Vilas. Em duas das ocasiões, o rali parou mesmo no concorrente nº30, Cláudio Cabral, que não deve ter achado, como tantos outros, especial piada por ficar com menos três troços percorridos…nem à repetida coincidência!

 Pedro Vale assinou mais uma grande prestação na Terceira...

Pedro Vale, que na Terceira foi acompanhado por Abel Carreiro – e que, na foto, ladeia o EVO7 com a sua “team-manager” Carla Vale… - sagrou-se vice-campeão açoriano em 2010. Um resultado que premeia um ano de andamentos excelentes de um piloto que já provou imensas vezes o seu virtuosismo. O seu Lancer – mesmo sendo um excelente carro… - é inferior ao da concorrência mais directa, pelo que se espera apareçam apoios para que Vale capitalize em 2011 o ritmo certeiro desta época, mas numa montada que permita outras aspirações.

 Um grupo de adeptos dos ralis com um carinho especial pelo TAC...

A entrega de troféus do rali ficou marcada por algumas distinções particulares, sendo que as primeiras estiveram a cargo do presidente do Terceira Automóvel Clube, Gerardo Rosa – assumido, na noite de sábado, recandidato ao lugar -, que resolveu chamar ao palco um conjunto de pessoas com quem tem trabalhado e dividido a paixão dos ralis nos últimos anos. A esses, acrescentaram-se as lembranças da “Além Mar”, em ano de décimo aniversário ao lado do “Lilás”, distinguindo as autarquias terceirenses, o clube organizador, e ainda três personalidades locais.

 

Boas de ouvir foram as palavras de Filipe Rocha, o director de prova, após o final do rali, realçando a grande amizade com que se trabalha no TAC, e o facto de ser apenas quem encabeça uma equipa com muita gente, que de forma descomprometida se dispõe a trabalhar para que possamos ter entre nós provas de qualidade, como tem acontecido. É nesse espírito que se deve continuar a laborar pela Avenida Jácome de Bruges…é que assim, além de terem outro valor, as coisas sabem muito melhor quando correm bem.  

24.Set.10

Rali Ilha Lilás: "Está na hora!"

Daqui a poucas horas os motores roncarão novamente na Terceira...

Fotos: Ricardo Laureano

Sexta-feira de rali. Zona das Avenidas de Angra e o burburinho de outrora já não é tão visível. Uns carros aguardam vez para alinhar direcções e calibrar rodas. O Yaris da “Meloa de Santa Maria”, esse esteve em exposição durante uns dias, mas mais ou menos escondida a azáfama do rali já não tem a mesma cor. As oficinas dispersaram-se pela ilha, a estradas mudaram, e ir à Praia é agora um “tirinho”. As lombas do Barro Vermelho e os muros traiçoeiros do velho Serra do Cume deram lugar às rápidas zonas do Império/Feteira ou à descida alucinante para o Caminho do Meio, mantendo-se apenas o misticismo das Veredas, hoje uma verdadeira pista e bem longe do empedrado ladeado de arbustos que impunha respeito a qualquer passagem. Como a vida, esta coisa dos ralis também sofre mutações, mas uma coisa está exactamente igual, se não maior: a vontade de ir para estrada. De participar, de assistir, de ajudar, de relatar ou de eternizar em imagem, tudo se junta numa mole humana que impressiona a cada saída e, e uma vez mais na Terceira, “Está na hora do rali”!...

Será possivelmente a última prova do campeonato deste ano – mercê das dificuldades para levar à estrada o derradeiro evento em São Miguel -, e já estão decididos dois dos quatro títulos a atribuir. Ricardo Moura sagrou-se tri-campeão só com vitórias, e Paulo Maciel estreou-se no campeonato com o ceptro da Formula 3. Por entregar está um merecido galardão a João Faria (F2), enquanto nos VSH do “Regional”, a ausência do líder e campeão em título, Milton Resendes, deixa o faialense Paulo Costa em posição privilegiada. Na luta absoluta, nota ainda para a indefinição quando ao vice-campeonato, luta em que Pedro Vale parte com vantagem sobre Sérgio Silva.

Assim por alto, bem pode dizer-se que estão reunidos os condimentos para um rali sem pressão pontual de vulto, e onde todos terão a obrigação de andar depressa sem olhar às tabelas. Ricardo Moura, rodado de mais um rali nacional, e com centenas de quilómetros em asfalto nos meses de Agosto e Setembro, é o candidato natural a vencer, mas o certo é que os deslizes não serão perdoados por um Gustavo Louro motivado, isto apesar da falta de rodagem desde Abril último. Ainda no pódio, a luta promete entre Ricardo Carmo, o jovem Luís Miguel Rego, e principalmente os já referidos candidatos ao “vice”, Vale e Silva, sempre com Hermano Couto “à espreita”. No mundo das duas rodas motrizes até 1,6 litros vai instalar-se a mais feroz batalha, com Marco Veredas, os manos Silva, Carlos Costa e Fernando Meneses possivelmente um tanto adiante de Henrique Moniz, com o graciosense Cláudio Bettencourt e o C2 de Ruben Rodrigues a serem “outsiders” de luxo. Na F2 o feudo é de Olavo Esteves, mas a animação deve ser rija entre Sérgio Cardoso, Carlos Andrade e Cláudio Cabral, que terão no quase-campeão Faria uma referência a reter.

Entre os VSH, a citada ausência de Resendes muda um pouco as preocupações pontuais, mas é certo e sabido que Paulo Veredas e Jorge Sousa serão os mais rápidos em casa, se bem que Bruno Tavares seja um nome a contar face ao seu potencial, este ano apenas confirmado em Santa Maria. Nos Clássicos vai correr-se a quatro, mas é sabida a inacessibilidade aos tempos de Adelino Sousa por banda da concorrência, mesmo se o espectáculo está garantido.

Uma estrutura simples e curta – talvez em demasia… -, e sem grandes novidades a assinalar, dá corpo a um rali bastante compacto, onde a década com um patrocínio comum e a declarada vontade de fazer bem feito devem nortear os homens do Terceira Automóvel Clube. No ano do 35º aniversário, nada como uma boa cigarrada depois de um café de qualidade…

 

Atravessadelas “à Leão”…

 À porta da Casa Leão...depois da barriguinha bem cheia...

As andanças dos automóveis têm tanto de emoção como podem ter de camaradagem. E aí, nada como uma boa mesa e sossego para pôr a conversa em dia e explicar as habilidades necessárias ao atravessar de um carro numa curva apertada…ou até ao atravessar de um pedaço de presunto serrano e uma tira de queijo de São Jorge em cima de uma fatia de pão de milho!

Na quarta-feira à noite, um pequeno grupo juntou-se na “Casa Leão” - estabelecimento onde o “chef” Maurício ostenta orgulhosamente uma foto da Renault 4, em que navegou o conhecido Manuel Ávila, em grande plano e duas rodas na curva da Tercon… -, para um convívio em que o mote eram os carros de rali, mas cujo “parque de assistência” ostentava antes chicharros fritos, morcela, linguiça, orelheira, batata doce ou meloa. Enfim, tudo material de primeira para enfrentar o primeiro troço em grande forma. As equipas Paulo Veredas/Hugo Couceiro e Cecília Augusto/Alexandra Ferreira – isto face à ausência forçada do Starlet de Filipe Moura/Duarte Gil -, davam as boas vindas à prova (que também foi de um bom tinto…), reunindo-se os condimentos para um rali Ilha Lilás com o estômago bem mais aconchegado e o pé esquerdo cheio de força. Até porque a “Amorinha” final adoça a boca a qualquer navegador…

24.Set.10

"a UNIÃO" distingue o "Piloto do Rali"...

Mais uma vez o jornal aUNIÃO distingue o piloto do rali...

À semelhança do sucedido no Rali Sical deste ano, e na segunda edição do Rali Ilha Graciosa, o jornal angrense “a UNIÃO” vai distinguir o “Piloto do Rali” na 32ª edição do Rali Ilha Lilás/Além Mar. Um júri formado por convidados irá escolher o concorrente que mais se destacar ao longo das nove classificativas, com o vencedor a ser agraciado com uma peça alusiva ao feito, novamente baseada numa imagem inédita e exclusiva do cartoonista terceirense Bruno Rafael.

Recorde-se que, em Abril (Rali Sical), o jovem César Silva mereceu a distinção, enquanto na ilha Branca foi o local Cláudio Bettencourt o escolhido para receber o prémio. 

 

PS - Já após a divulgação desta terceira atribuição do prémio do "Piloto do Rali/a UNIÃO", veio a (algum) público o anúncio de um outro prémio, cujos moldes são em tudo semelhantes ao referido, uma iniciativa que se saúda, lamentando-se apenas a gritante falta de imaginação ao copiar um modelo já criado e original entre nós...

24.Set.10

Paulo Maciel no carro-zero do "Lilás"

Paulo Maciel, já campeão açoriano da F3 em 2010...

Paulo Maciel não deixou de marcar presença na Terceira, mesmo se não tinha seleccionado o “Lilás” como prova pontuável, e se o título da Formula 3 foi já alcançado. Assim, o rápido piloto micaelense vai colaborar com a organização, desempenhando as funções de carro-zero, a viatura de segurança que abre a estrada logo antes do primeiro concorrente. Sendo uma forma de “participar na festa, e de agradecer ao público o apoio dado nas anteriores deslocações à Terceira”, Maciel diz que assim “poderei também estar por dentro de um rali que espero disputar no futuro”, explicou.

Resta referir que o autor deste espaço terá o prazer de acompanhar o campeão da F3 na estrada, desemepenhando uma função diferente neste rali, isto num ano em que foi também o “press-officer” da dupla Paulo Maciel/Filipe Gouveia.

24.Set.10

O "Piloto" e as cracas...

O Piloto, o RL, as cracas e o Donatário...

Tem sido uma das fotos mais comentadas da semana na rede social "Facebook" do endemismo terceirense, e o caso nem é para menos. Aqui há uns dias, o nosso amigo Ricardo Laureano - conhecido fotógrafo e actualmente regressado à melhor forma e plena actividade... - pegou no seu conhecido cão-barbado "Piloto" e rumou às Cinco Ribeiras para um prato de apetitosas cracas regadas ao não menos saboroso "Donatário" da Casa Brum. Vai daí, e na senda das imensas fotos em que o "Piloto" vai sendo actor principal, o cenário estava montado para mais um instantâneo "cão-pletamente" original. A foto é uma ternura e a ligação de quase dez anos destas duas almas de paz um exemplo prático de como os animais podem (e devem) ser nossos amigos e companheiros...

22.Set.10

A festa dos ralis! (crónica)

A festa dos ralis, esta semana de regresso à Terceira...

Já cheira a rali na Terceira. A frase pode parecer simplista, mas o certo é que comporta uma realidade cada vez mais comum, ainda mais suportada por se pronunciar no seguimento de uma semana onde os motores estiveram presentes em força num dos concelhos da ilha. Com a realização do 32º Rali Ilha Lilás, que foi adiada duas semanas, já depois do próprio clube organizador ter abdicado da sua data ideal de realização em prol de outras duas provas – Madeira e Santa Maria –, poderá mesmo encerrar-se o campeonato açoriano de 2010, tudo porque em São Miguel os apoios camarários das autarquias ligadas aos dois ralis mais pequenos – Ribeira Grande e Lagoa – parece que se tornaram inviáveis, sendo que assistimos já este ano ao inédito retirar de um apoio prometido, mas uns meses depois do evento realizado. Falo concretamente da falta ao pagamento do policiamento de Outubro passado, por banda da autarquia lagoense, que ia inviabilizando o Rali da Ribeira Grande…deste ano! Mas adiante, que agora é tempo de falar do “Lilás”…também deste ano. Por acaso o mesmo ano em que as autarquias tiveram papeis algo distintos no apoio aos participantes oriundos de cada banda da Terceira, ou haverá quem se tenha esquecido das licenças e equipamentos de segurança oferecidos em Angra faz daqui a uns dias ano e meio? Também não vou por aí, e até têm de se referir as diversas demandas camarárias em prol da modalidade, afinal se há coisa que movimenta uma terra é um rali, mesmo se há ainda muita cabecinha com responsabilidades a não vislumbrar tal realidade. O certo é que na Terceira os ralis vão avançando, ano após ano, como uma actividade muito participada, mesmo se as contingências financeiras de uma modalidade que é cara fazem apertar o cinto. Entretanto, e segundo as notícias mais recentes “o governo dos Açores continua a apoiar o desporto automóvel, nomeadamente o campeonato regional de ralis”, pode ler-se num comunicado oficial, onde a designação da competição está errada, mas esse já nem é um problema. Mais adiante, a tutela justifica a sua acção “por reconhecer nestas organizações diversos motivos de interesse para a região”. Assim sendo, é com imensa satisfação que releio o reconhecimento governamental “ao entusiasmo e adesão dos açorianos à volta das organizações de provas do desporto motorizado”, bem como a aceitação “ao fluxo turístico interno e externo que estas competições potenciam, com impacto nas actividades económicas”, afinal são daquelas intervenções que se podem fazer sempre, pois ninguém as discute, e os anos passam. Na recente apresentação do Rali Ilha Lilás, foi ainda salientado, e cito novamente, que, “para além dos apoios públicos, os clubes organizadores de provas de desporto automóvel conseguem congregar um vasto leque de apoios privados”, apoios esses considerados positivos, pois são “um indicador da importância destas provas no meio em que se inserem”. Ora essa também eu a digo. E pode dizer outro adepto qualquer, afinal é mais que sabido que o actual campeonato – que, já agora, se chama Campeonato dos Açores de Ralis, havendo sim um “regional”, mas que é dedicado aos VSH… - está sustentado, e aqui falo da organização de provas, em praticamente uma única empresa, havendo as benesses camarárias, mas essas parecem estar a cair em desuso, a ver pelas provas realizadas, ou não, na maior ilha da região, a mesma que congrega três ralis desse campeonato, e onde se leva a cabo o maior acontecimento desportivo do arquipélago. Esse sim, com um orçamento milionário e onde a entidade governativa não se escusa a esforços financeiros para a sua efectivação. Entretanto, continuam os pilotos, que estão federados numa instituição de utilidade pública ao que se sabe também a roçar a bancarrota, a não ter apoios para viajar inter-ilhas, para ter assistência médica em condições, para usufruírem do transporte das viaturas em melhores condições e em todos os eventos, e mais algumas situações que desmotivam a, ainda assim, crescente prática da modalidade. Neste ano, em que assinala os seus 35 anos, o TAC organizou o maior número de provas de sempre e, na Terceira, as organizações particulares em parceria com o clube bateram os recordes de adesão e publicitação das provas. Convinha pois que, nestas festas dos ralis, não viesse quem apoia sem sentido, ou esquece a realidade em que vivemos, apenas atirar os foguetes, comemorando o trabalho que os outros vão tendo…

 

21.Set.10

João d'Ávila, uma voz da Terceira...

Também as imagens valem por mil palavras...

Estive na dúvida sobre se iria ou não ilustrar estas linhas, afinal quando falamos de memórias sonoras, de vozes, de palavras ouvidas, nem devem ser chamadas as imagens. Mas acabei por enquadrar um antigo microfone de rádio, e uns bonitos auscultadores de outros tempos, com a pequena nota de memória e pesar pelo falecimento do Sr. João d'Ávila, uma das vozes marcantes do Rádio Clube de Angra, que hoje descansou em paz na sua cidade de vida.

Era um senhor da rádio, mas também uma marca emblemática daqueles tempos em que as pessoas se arranjavam impecavelmente para qualquer função, sendo que a isso juntava uma dicção de relevo e uma perspicácia notável na recolha da informação. Isto escutei sempre dos meus mais antigos companheiros do "Rádio Clube", estação onde também trabalhei e com que continuo a manter pequenas colaborações, assim como de outros ilustres cidadãos do nosso burgo. João d'Ávila, que conheci melhor através de uma entrevista televisiva que a minha meninice não esqueceu, personalizou um rótulo de época, uma espécie de referência temporal, mas que a lucidez deixou vir até aos nossos tempos. Avô dedicado de bons amigos meus, foi sempre daquelas pessoas que me impus respeitar, mesmo falando nós pouco mais que o cumprimento educado de quem morava a uma esquina de distância. A pose calma, o alvo cabelo e uns olhos de azul profundo retocavam a sua imagem de gente séria. Mesmo daquela que agora vem fazendo tanta falta. Obrigado por tudo isso.

21.Set.10

Motores “a fundo” na Praia da Vitória!

O campeão de Freestyle Paulo Matias em acção...

Fotos: Ricardo Laureano

Sucesso pode bem ser o adjectivo que classifica com maior justiça o que foi o Praia da Vitória Motor Show, um certame que encerrou portas no passado sábado, isto depois de sete dias de animação, promoção, negócios e adrenalina, num conjunto de sinergias da temática automóvel a que a Terceira não estava, de todo, habituada. O fecho, com chave de ouro, deu-se precisamente no último dia do acontecimento à conta da “Olavo Esteves Competições”, pois foram doze horas consecutivas de acções – do todo-o-terreno às habituais exibições de perícia a acrobacia - levadas ao extremo, e onde também os pilotos locais puderam brilhar. A compilação prevista de todas as actuações de condução desportiva vistas ao longo da semana resultou em pleno, adicionada em emoção pela presença de Carlos Borges (Opel Kadett GT/E), Adelino Sousa (Ford Escort RS 2000 MKI) e Filipe Moura (Toyota Starlet 1.6). A João Barbosa, o inédito vencedor português das míticas 24 Horas de Daytona, coube a honra de encerrar as sessões de autógrafos do Motor Show, por onde foram passando alguns dos nomes maiores do automobilismo nacional e regional, casos de Álvaro Parente, Joaquim Santos, Horácio Franco ou Filipe Campos, apenas para referir alguns. Aliás esta foi uma vertente que resultou em pleno, ainda mais porque todos os intervenientes estiverem à vontade e dispostos a um são convívio. A vertente comercial esteve em alta, com os concessionários presentes a aprovarem a fórmula encontrada e a justificarem o seu empenho, num balanço geral que, segundo o mentor de todo o projecto, Olavo Esteves, “excedeu as melhores expectativas, especialmente no que toca ao volume de público, pois todos os dias tiveram uma enorme adesão e isso é meio caminho andado para este reconhecido sucesso”, avançou. Em tempo de balanço, o homem forte da OEC referiu que “estamos agora a analisar dados tão diversos como as mais de cem pessoas que, diariamente, andaram nos karts de aluguer, o retorno de fora da região que nos começa a chegar, ou a auscultação das opiniões registadas entre o público e com os parceiros e patrocinadores da iniciativa”, disse o também piloto, não querendo ainda dar a conhecer a periodicidade com que um novo certame poderá marcar a agenda terceirense, mas desde logo garantindo que “vai haver mais Praia da Vitória Motor Show, isso é uma certeza. Agora não sei em que termos vamos avançar mas, dado o sucesso desta primeira edição, logicamente que o modelo tem pernas para andar”, rematou. 

Comunicação social “também a fundo”!...

 A comunicação social antes de se fazer à pista...

Foi ao final da tarde de quinta-feira que, num salutar convívio entre os muitos presentes que ajudaram a divulgar o Motor Show praiense, a comunicação social se guindou em massa à pista dos karts de aluguer, demonstrando muitos dos repórteres de serviço que os talentos não se ficam pelas páginas dos jornais, pelas bonitas imagens captadas, pelos directos radiofónicos ou pelos elevados acessos aos sites e afins. Com efeito, e numa demonstração clara de raça e talento, os jornalistas estiveram ao volante com um afinco tal que, mais pião menos encosto, a organização terá ponderado contratar alguns para edições futuras do certame…ou mesmo para animar outras pistas do país. Mais a sério, e felizmente, há quem escreva, fale, filme e fotografe, bem melhor do que guia… (e pôde-se sorrir, também)!

17.Set.10

Ah, grande "Jaiminho"!

O nosso Jaime, envergando as cores do Atlético de Reguengos...

Nestas coisas da partilha de opiniões e informações, se há altura de que gosto em particular é quando o assunto toca aos amigos. Maioritariamente por razões positivas, orgulha-me enaltecer os feitos ou atitudes de pessoas com quem me dou bem, com quem convivo, pessoas que admiro. No caso de hoje, confesso o contentamento ao ler este pequeno texto do Acácio Mateus, que resume na perfeição o momento actual da carreira desportiva de Jaime Seidi, um jovem angrense, grande no talento e, de facto, no coração. Posso dizer que o conheço de pequeno, se bem que em altura o Jaime me tenha passado há já uns tempos, mas assino por baixo nos elogios. E realço que nestas personalidades formadas em bom carácter há sempre uma razão genética a considerar. No caso, os meus bons amigos Xana e Mamadu estão plenamente de parabéns...

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